NOVENA DA EPIFANIA
2º
Dia: 28.Dezembro.2019
Vimos a sua estrela no Oriente e viemos
adorar o Senhor.
MEDITAÇÃO
“Lumen gentium... Christus",
"Cristo é a luz dos povos" (Lg, 1).
O tema da luz domina a solenidade do Natal
e da Epifania, que antigamente e ainda hoje no Oriente estavam unidas numa só
grande "festa das luzes". No sugestivo clima da Noite Santa apareceu
a luz; nasceu Cristo "luz dos povos". É ele o "sol que surge do
alto (cf. Lc, 1, 78). Sol vindo ao mundo para dissipar as trevas do mal e
inundá-lo com o esplendor do amor divino. Escreve o evangelista João: "O
Verbo era a luz verdadeira que, vindo ao mundo, a todo o homem ilumina"
(1, 9).
"Deus lux est Deus é luz",
recorda sempre São João, sintetizando não uma teoria gnóstica, mas "a
mensagem que recebemos dele (1 Jo 1, 5), isto é de Jesus. No Evangelho, ele
lembra de novo a expressão recolhida dos lábios do Mestre: "Eu sou a luz
do mundo; quem Me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida" (Jo
8, 12).
Encarnando, o Filho de Deus manifestou-se
como luz. Luz não só para o exterior, na história do mundo, mas também para o
interior do homem, na sua história pessoal. Fez-se um de nós dando sentido e
valor renovado à nossa existência terrena. Deste modo, no pleno respeito pela
liberdade humana, Cristo tornou-se "lux mundi a luz do mundo". Luz
que brilha nas trevas (Jo 1, 5).
Hoje, solenidade da "Epifania",
que significa "Manifestação", volta com vigor o tema da luz. Hoje, o
Messias, que em Belém se manifestou a humildes pastores da região, continua a
revelar-se luz dos povos de todos os tempos e de todos os lugares. Para os
magos, vindos do Oriente para o adorar, a luz do "rei dos Judeus que acaba
de nascer" (Mt 2, 2) assume a forma de um astro celeste, muito brilhante,
a ponto de atrair o seu olhar e os guiar até Jerusalém. Põe-nos, assim, nas
pegadas da antigas profecias messiânicas: "uma estrela sai de Jacob e um
ceptro flamejante surge do seio de Israel..." (Nm 24, 17).
Como é sugestivo o símbolo da estrela que
se repete em toda a iconografia do Natal e Epifania!
Ainda hoje, evoca profundos sentimentos,
mesmo se, como tantos outros sinais do sagrado, corre o risco de se tornar
banalizada pelo uso consumista que dela é feito. Todavia, recolocada no seu
contexto original, a estrela que contemplamos no presépio fala ao espírito e ao
coração do homem do terceiro milénio.
Fala ao homem secularizado, despertando
nele a nostalgia da sua condição de viandante à procura da verdade e desejoso
de absoluto. A própria etimologia do verbo "desejar" evoca a
experiência dos navegantes, que se orientam durante a noite observando os
astros, que em latim se chamam "sidera".
Quem não sente a necessidade de uma
"estrela" que o guie no seu caminho sobre a terra? Sentem esta
necessidade tanto os indivíduos como as nações. Para vir ao encontro deste
desejo de salvação universal, o Senhor escolheu para si um povo, que fosse
estrela orientadora para "todas as famílias da terra" (Gn 12, 3). Com
a Encarnação de seu Filho, Deus alargou, depois, a eleição a todos os outros
povos, sem distinção de raça e cultura. Assim nasceu a Igreja, formada por
homens e mulheres que, "unidos em Cristo, são dirigidos pelo Espírito
Santo na sua peregrinação para o Reino do Pai e receberam uma mensagem de
salvação, que devem comunicar a todos" (Gs 1).
Ressoa, portanto, para toda a Comunidade
eclesial o oráculo do profeta Isaías, que escutámos na primeira leitura:
Levanta-te e resplandece, chegou a tua luz; a glória do Senhor levanta-se sobre
ti!... As nações caminharão à tua luz, os reis, ao resplendor da tua
aurora" (Is 60, 1.3).”
São João Paulo II, «Homilia» na Santa Missa
na Solenidade da Epifania do Senhor, 06 de Janeiro de 2002
ORAÇÃO
Manifestai-Vos, Senhor,
de modo tão claro, luminoso, irresistível e
arrebatador,
que eu não possa resistir-Vos,
nem deixar de Vos dizer com os lábios e com
a vida:
“faça-se em mim segundo a Vossa Vontade”.
Pai Nosso…
Senhor Deus omnipotente, que neste dia
revelastes o vosso Filho Unigénito aos gentios guiados por uma estrela, a nós
que já Vos conhecemos pela fé levai-nos a contemplar face a face a vossa
glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
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