terça-feira, 27 de agosto de 2019


São Marcelino e Santa Maneia,
esposos e companheiros, mártires
Século IV - Roménia
Memória Litúrgica a 27 de Agosto
Conjuntamente com a esposa Santa Maniea, São Marcelino encabeça um grupo de cinquenta mártires.
Martirizados na antiga Cítia de Tomis, actual Constanţa, na Roménia, nas margens do Mar Negro. Esta é a versão aceite na última edição do Martyrolgium Romanum, que estabelece a memória litúrgica deste grupo de santos mártires a 27 de Agosto.
Antigas fontes hagiográficas dizem que 17 membros da comunidade cristã, provavelmente da cidade de Ossirinco, foram denunciados ao governador pelos, egípcios de Tebas, tendo-se recusado a cumprir o decreto imperial que impunha o sacrifício aos deuses.
Os cristãos denunciados foram o tribuno Marcelino, a sua esposa Maniea, dois dos seus filhos, o bispo Melezio, três sacerdotes - um deles de nome Serapião -, o soldado Pedro, outros 7 leigos e uma mulher.
Todos foram acorrentados e conduzidos ao governador em Cítia de Tomis. Este tentou persuadi-los a obedecer ao decreto imperial, mas a veemente e repetida recusa valeu-lhes a condenação de serem lançados às feras na Arena. O governador tentou uma última vez demovê-los, com uma pergunta provocatória:
- “Não vos envergonhais de honrar um homem condenado à morte e sepultado há centenas de anos, por ordem de Pôncio Pilatos?”
A provocação não teve qualquer efeito nos condenados.
Segundo os autores das antigas fontes hagiográficas, o bispo Melezio, pronunciou uma profissão de fé na divindade de Jesus Cristo, claramente inspirada na definição dogmática emanada do Concílio de Niceia de 325.
Por fim, os intrépidos cristãos foram decapitados, pois, como diz a lenda, as feras quando foram soltas na Arena não lhe tocaram, nem o fogo que lhe lançaram conseguiu queimá-los.
São Marcelino e Santa Maneia fazem parte da multidão de casais cristãos que na história da humanidade escolheram revestir-se das vestas da santidade, mesmo se amiúde são desconhecidos do grande público.
Fonte: Cf. Fabio Arduino em http://www.santiebeati.it/
Tradução e adaptação: P. Marcelino Caldeira

domingo, 25 de agosto de 2019


Misturarmo-nos SIM, confundirmo-nos NÃO.
A propósito do Esforçai-vos por entrar pela porta estreita” (Lc 13, 24) do evangelho deste XXI Domingo do Tempo Comum, pergunto-me se o oportuníssimo desafio do Santo Padre a que nós, os pastores, cheiremos a rebanho, não será tantas vezes, vezes demais, desculpa para avançar decidida e livremente, tapando o sol com a peneira, pela “porta larga”.
Isto de nos misturarmos não pode nem deve significar confundirmo-nos… nem isso esperam de nós Deus que nos chama, somos sinal e presença, nem o seu Povo, mesmo que aparente estar de acordo…
Viver com…, partilhar a vida de… não significa ser iguais a… assumir os mesmos comportamentos de… com a mascarada desculpa de atrair, mas que na verdade pretende unicamente camuflar a falta de zelo, entusiasmo e dedicação… perdendo a nossa identidade. Os maus frutos desta mentalidade estão bem à vista.
Não porque sejamos melhores, mais importantes… mas porque devemos ser mais santos, ser sinal da Santidade de Deus e isso não de coadura com o confundir-nos, com o ser iguais a… deixando de ser sinal profético e imagem de Deus (Gn 1, 26).
Voltado ao evangelho de hoje, pastores e rebanho, é urgente acordarmos. Jesus é claro, cristalino, transparente, não deixa espaço para dúvidas. Se nos confundirmos, perdermos a identidade cristã e com o aparente pseudo-piedoso argumento de atrair optamos pela “porta larga” do facilitismo gratuito, em vez do esforço, sempre necessitado da misericórdia de Deus de “entrar pela porta estreita” (cf. Lc 13, 24), então, é o Senhor que o afirma: ficareis fora e batereis à porta, dizendo: ‘Abre-nos, senhor’; mas ele responder-vos-á: ‘Não sei donde sois’. Então começareis a dizer: ‘Comemos e bebemos contigo e tu ensinaste nas nossas praças’. Mas ele responderá: ‘Repito que não sei donde sois. Afastai-vos... (Lc 13, 25-37).
Misturarmo-nos SIM, confundirmo-nos NÃO.

sábado, 17 de agosto de 2019


17 de Agosto de 2019
Festa de Santa Beatriz da Silva
Virgem e fundadora

Por amor ao Eterno Pai,
e à Mãe de Deus sem pecado:
toda se deu ao Espírito
e ao Esposo, bem amado.

Virgem fiel e prudente,
modelo de santidade
escreveu com letras de ouro
poema d'eternidade.

As glórias vãs deste mundo
Beatriz soube rejeitar
p'ra seguir Divino Mestre
e não mais O abandonar.

Toda se deu a Deus,
por amor à Imaculada:
por Ela deu a vida,
por Ela foi adornada.

De virtude e de pureza:
marcada foi sua fronte,
é perfume de açucena
que nasce no alto monte.

Glória e louvor para sempre,
à Santíssima Trindade,
que transformou Beatriz
num canto de santidade.

P. Marcelino José Moreno Caldeira
Hino a Santa Beatriz da Silva
Fátima, Julho de 2000

sexta-feira, 16 de agosto de 2019


3º Dia:
16 de Agosto de 2019
Preparando a Festa de Santa Beatriz da Silva
... a elequência mais evidente da vida
Da nova Santa não nos é possível tecer o breve elogio que se costuma fazer no momento de uma canonização e que parece projectar perante os nossos olhos radiantes os traços de um rosto glorioso porque, assim como o rosto extraordinário, belo e puro de Beatriz da Silva permaneceu velado por longos anos da sua vida terrena, até à sua bem-aventurada morte, assim também muitos aspectos da sua biografia só chegaram até nós por reflexos, como PER SPECULUM IN AENIGMATE - através de um espelho e de modo confuso - (cf. 1 Cor 13, 12), na documentação histórica através da qual ela transparece como figura inocente, humilde e luminosa, apesar de não conceder à nossa humana mas legítima curiosidade sinal algum de expressão pessoal. Assomam aos lábios as palavras de Dante: OV'E BEATRIC - onde estás Beatriz? - (A Divina Comédia, Paraíso, canto 32, verso 85); ou as palavras bíblicas em que vibra o amor místico: MINHA POMBA ... MOSTRA-ME O TEU ROSTO, FAZ-ME OUVIR A TUA VOZ, PORQUE A TUA VOZ É SUAVE E GRACIOSO O TEU ROSTO (Ct 2, 14).
Porque efectivamente, nenhuma palavra desta Santa chegou até nós nas suas sílabas textuais, e por conseguinte, nenhum eco da sua voz; nem escrito algum da sua mão, ou algum retrato do seu rosto demasiado belo, como se dizia, para que não fosse, na sua juventude, causa de turbação. E nem sequer os estatutos definitivos da Regra para a família religiosa que Ela fundou, inaugurando com a sua própria morte o nascimento da mesma família.
Mas, então, uma pergunta surge no espírito de quem dirige a atenção e a devoção para esta cidade do céu: será uma lenda a sua vida? Será fruto de um mito? Não, não é! Beatriz da Silva antes de entrar no reino eterno do céu, foi cidadã da terra: e o seu registo, e mais ainda a sua obra de Fundadora de uma nova e ainda hoje florescentíssima Família Religiosa, a das Monjas da Santíssima Conceição de Maria, não deixam dúvida alguma, antes conferem certeza particular e edificante exemplaridade à história hagiográfica desta esplêndida figura.
Santa Beatriz da Silva, portuguesa de nascimento, passou a maior parte da sua existência terrena em terras de Espanha, Mulher que ao nosso coração de crentes fala, se não com os escritos, sim com a eloquência mais convincente da vida.
Beato Paulo VI, da Homilia proferida na Canonização de Santa Beatriz da Silva a 3 de Outubro de 1976, na Basílica Vaticana de São Pedro

Oração
Senhor nosso Deus, que fizestes resplandecer na virgem Santa Beatriz o altíssimo dom da contemplação e a adornastes com a singular devoção à Imaculada Conceição da Virgem Maria, concedei-nos que, seguindo o seu exemplo, busquemos na terra a verdadeira sabedoria para merecermos contemplar no Céu a glória do vosso rosto. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Ámen.

quinta-feira, 15 de agosto de 2019


na Assunção 
da Bem-aventurada Virgem Santa Maria
“Queridos irmãos e irmãs
… Assim como Jesus ressuscitou dos mortos e subiu à direita do Pai, também Maria, depois de concluir o percurso da sua existência na terra, foi levada ao céu. A liturgia de hoje recorda-nos esta consoladora verdade de fé, enquanto canta os louvores daquela que foi coroada de glória incomparável. …
Maria é exemplo e sustento para todos os crentes:  encoraja-nos a não desanimar diante das dificuldades e dos problemas inevitáveis de todos os dias. Garante-nos a sua ajuda e recorda-nos que o essencial consiste em buscar e aspirar às “coisas do alto, e não às coisas da terra” (cf. Cl 3, 2). Com efeito, arrebatados pelas preocupações diárias, corremos o risco de considerar que se encontra aqui, neste mundo onde só estamos de passagem, a derradeira finalidade da existência humana. Ao contrário, o Paraíso é a verdadeira meta da nossa peregrinação terrena. Como seriam diferentes os nossos dias, se fossem animados por esta perspectiva! Assim foi para os santos. As suas existências testemunham que quando se vive com o coração constantemente orientado para o céu, as realidades terrenas são vividas no seu justo valor porque são iluminadas pela verdade eterna do amor divino.
À Rainha da paz, que contemplamos na glória celeste, gostaria de confiar uma vez mais os anseios da humanidade por todos os lugares do mundo, dilacerados pela violência. …
A Virgem Maria percorreu na fé todo o caminho do Redentor; tendo partilhado a sorte do seu Filho, Ela não podia deixar de acompanhá-lo na sua glória final! E assim a Igreja confessa que Nossa Senhora foi elevada ao Céu em corpo e alma.
Com amizade e alegria dou as boas-vindas aos peregrinos de língua portuguesa, encorajando-vos a levantar o vosso olhar para a Virgem Mãe, sinal de esperança segura e de consolação. Que Ela guie e proteja a vossa peregrinação até à Casa do Pai!”
Papa Bento XVI, «Angelus», 15 de Agosto de 2006

2º Dia:
15 de Agosto de 2019
Preparando a Festa de Santa Beatriz da Silva
Santa Beatriz foi sempre argila nas mãos amorosas do seu Oleiro, o seu projecto não foi instalar-se nos seus projectos, no que ela acreditava ser o melhor, mas na oração constante, tratava de descobrir a vontade de seu Senhor. Ela tinha-se consagrado e seguia a Jesus Cristo, não o seu projecto”.
Carta da Madre Coordenadora, Madre Maria de la Cruz Alonso Paniagua oic, na solenidade de Santa Beatriz, BEATRIZ EN EL V CENTENARIO, 16 de Agosto de 2011

Oração
Senhor nosso Deus, que fizestes resplandecer na virgem Santa Beatriz o altíssimo dom da contemplação e a adornastes com a singular devoção à Imaculada Conceição da Virgem Maria, concedei-nos que, seguindo o seu exemplo, busquemos na terra a verdadeira sabedoria para merecermos contemplar no Céu a glória do vosso rosto. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Ámen.

quarta-feira, 14 de agosto de 2019


1º Dia:
14 de Agosto de 2019
Preparando a Festa de Santa Beatriz da Silva
“Em Beatriz experimentamos que os seus anos de encerramento e de silêncio foram a ocasião e a casa onde Deus fez a sua morada. Do abandono ao que Deus quer e à disponibilidade para o que Deus quer, pode-se empreender um caminho de procura do seu rosto, vivência do Evangelho e caminho de contemplação segundo o genuíno exemplo da Mulher de Nazaré, a Mãe do Senhor”.
CARTA DO PADRE ASSISTENTE por ocasião da Festa de Santa Beatriz da Silva de 2012, Fr. Joaquín Domínguez Serna, OFM, 06 de Agosto de 2012

Oração
Senhor nosso Deus, que fizestes resplandecer na virgem Santa Beatriz o altíssimo dom da contemplação e a adornastes com a singular devoção à Imaculada Conceição da Virgem Maria, concedei-nos que, seguindo o seu exemplo, busquemos na terra a verdadeira sabedoria para merecermos contemplar no Céu a glória do vosso rosto. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Ámen.

terça-feira, 13 de agosto de 2019


(6) “Rezai o Terço todos os dias”
Resumo da história e mensagem
das aparições de Nª Srª em Fátima
1917.08.13
Os Pastorinhos são retidos em Ourém
e Nª Senhora aparece pela 4ª vez, a 19 de Agosto.
No dia em que devia ocorrer a aparição, 13 de Agosto, as três crianças foram detidas em Ourém pelo Administrador do Concelho e lá foram submetidas a várias ameaças para que revelassem o segredo confiado pela Senhora, mas as três crianças mantiveram-se fiéis. Depois de três dias foram postas em liberdade. No dia 19 de Agosto, Nossa Senhora apareceu-lhes nos Valinhos e, mostrando-se com um aspeto mais triste, disse-lhes: «Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas».

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Servo de Deus 
Marcelino Ramos Rincón
Século XX - Espanha
Sacerdote Diocesano,
Pároco de Berrocalejo de Abajo (Cáceres)
Memória Litúrgica a 07 de Agosto (?)
Nasceu em Herreruela de Oropesa (Toledo) a 4 de Dezembro de 1901.
Recebeu a ordenação sacerdotal a 15 de Junho de 1924.
Desde 1935 era o pároco de Berrocalejo de Abajo, povoação de região de Cáceres, que à época pertencia à diocese de Ávila.
Desde os primeiros meses de 1936 recebia insultos anónimos.
Depois 18 de Julho, destinam a Igreja paroquial para armazém de alimentos. E a ermida da Virgen de los Remedios para prisão.
Todo o recheio das Igrejas (imagens, retábolos, cálices...) foi destruido.
Os milicianos usaram, numa ocasião, os estilhaços das imagns de um dos retábolos para fazer fogueira e cozinhar, exclamando: ¡Verás como hoje a comida fica bem cozida!... 
Finalmente, um grupo de milicianos prende, na Igreja o Padre Marcelino, que se encontrava ali para consumir as Sagradas Óstias. Pediu para o deixarem ir para a sua terra natal, o que lhe foi concedido.
Há testemunhos que afirmam que até 25 de Julho celebrou a Santa Missa em Herreruela (Toledo). Nesse dia permanece oculto, com a sua irmã, numa casa.
Prendem-no e libertam-no várias vezes.
Por fim, a 7 de Agosto, apresentam-se uns milicianos e ordenam-lhe que os acompanhe. Uma camionte estava-os esperando. Fazem-no subir, saiem em direcção à Calzada de Oropesa (Toledo), e antes de chegar assassinam-no.
Tinha 35 anos de idade e 12 de sacerdote.

terça-feira, 6 de agosto de 2019



1. Ó Cristo, Verbo eterno do Pai,
   Senhor Transfigurado no Monte Santo,
   para Vós voltamos o nosso olhar,
   Beleza que nos transfigura.
2. Ó Cristo, nascido da Virgem,
   Senhor Transfigurado no Monte Santo,
   para Vós voltamos o nosso olhar,
   Beleza que nos transfigura.
3. Ó Cristo, dom para todos os povos da terra,
   Senhor Transfigurado no Monte Santo,
   para Vós voltamos o nosso olhar,
   Beleza que nos transfigura.
4. Ó Cristo, Caminho, Verdade e Vida,
   Senhor Transfigurado no Monte Santo, 
   para Vós voltamos o nosso olhar,
   Beleza que nos transfigura.
5. Ó Cristo, que nos convida à conversão,
   Senhor Transfigurado no Monte Santo,
   para Vós voltamos o nosso olhar,
   Beleza que nos transfigura.
6. Ó Cristo, imagem perfeita do Pai,
   Senhor Transfigurado no Monte Santo,
   para Vós voltamos o nosso olhar,
   Beleza que nos transfigura.
7. Ó Cristo, Orante perfeito,
   Senhor Transfigurado no Monte Santo,
   para Vós voltamos o nosso olhar,
   Beleza que nos transfigura.
8. Ó Cristo, vestido de Luz e silêncio,
   Senhor Transfigurado no Monte Santo,
   para Vós voltamos o nosso olhar,
   Beleza que nos transfigura.
9. Ó Cristo, alimento inesgotável do Povo cristão,
   Senhor Transfigurado no Monte Santo,
   para Vós voltamos o nosso olhar,
   Beleza que nos transfigura.
10. Ó Cristo, plenamente fiel à Vontade do Pai,
   Senhor Transfigurado no Monte Santo,
   para Vós voltamos o nosso olhar,
   Beleza que nos transfigura.
11. Ó Cristo, cruxificado na árvore da Vida,
   Senhor Transfigurado no Monte Santo,
   para Vós voltamos o nosso olhar,
   Beleza que nos transfigura.
12. Ó Cristo, fonte inesgotável do perdão,
   Senhor Transfigurado no Monte Santo,
   para Vós voltamos o nosso olhar,
   Beleza que nos transfigura.
13. Ó Cristo, Abandonado pelo Pai no alto da Cruz,
   Senhor Transfigurado no Monte Santo,
   para Vós voltamos o nosso olhar,
   Beleza que nos transfigura.
14. Ó Cristo, de cujo lado saiu sangue e água,
   Senhor Transfigurado no Monte Santo,
   para Vós voltamos o nosso olhar,
   Beleza que nos transfigura.
15. Ó Cristo, Primeiro clarão da aurora,
   Senhor Transfigurado no Monte Santo,
   para Vós voltamos o nosso olhar,
   Beleza que nos transfigura.
16. Ó Cristo, Primeiro nascido dos mortos,
   Senhor Transfigurado no Monte Santo,
   para Vós voltamos o nosso olhar,
   Beleza que nos transfigura.
17. Ó Cristo, que com o Pai e o Espírito Santo nos habitais,
   Senhor Transfigurado no Monte Santo,
   para Vós voltamos o nosso olhar,
   Beleza que nos transfigura.
Borba, 6 de Agosto de 2014

segunda-feira, 5 de agosto de 2019


A caminho da Festa da Transfiguração do Senhor
9º Dia - 05.08.2019
“O Evangelho diz que, ao lado de Jesus transfigurado, «apareceram Moisés e Elias a conversar com Ele» (Mt 17, 3); Moisés e Elias, figuras da Lei e dos Profetas. Foi então que Pedro, extasiado, exclamou: «Senhor, é bom estarmos aqui. Se quiseres, farei aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias» (Mt 17, 4). Mas santo Agostinho comenta, dizendo que nós dispomos de uma única morada: Cristo; Ele «é a Palavra de Deus, Palavra de Deus na Lei, Palavra de Deus nos Profetas». Com efeito, o próprio Pai proclama: «Eis o meu Filho muito amado, em quem pus todo o meu enlevo; escutai-O!» (Mt 17, 5). A Transfiguração não é uma transformação de Jesus, mas sim a revelação da sua divindade, «a íntima compenetração do seu ser com Deus, que se torna pura luz. No seu ser um só com o Pai, o próprio Jesus é Luz da Luz». Contemplando a divindade do Senhor, Pedro, Tiago e João são preparados para enfrentar o escândalo da cruz, como se entoa num antigo hino: «Sobre o mundo, Te transfiguraste, e os Teus discípulos, na medida que lhes era possível, contemplaram a Tua glória a fim de que, vendo-Te crucificado, compreendessem que a Tua paixão era voluntária e anunciassem ao mundo que Tu és verdadeiramente o esplendor do Pai».
Caros amigos, também nós participamos desta visão e desta dádiva sobrenatural, reservando espaço à oração e à escuta da Palavra de Deus. Invoquemos a Virgem Maria, a fim de que nos ajude a ouvir e seguir sempre o Senhor Jesus, até à paixão e à cruz, para participar também da sua glória.
Bento XVI, «Angelus», 20 de Março de 2011

Deus eterno e omnipotente,
que na gloriosa transfiguração do vosso Filho Unigénito
confirmastes os mistérios da fé
com o testemunho da Lei e dos Profetas
e de modo admirável anunciastes a adopção filial perfeita,
fazei que, escutando a palavra do vosso amado Filho,
mereçamos participar na sua glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Ámen.

domingo, 4 de agosto de 2019


A caminho da Festa da Transfiguração do Senhor
8º Dia - 04.08.2019

Jesus «tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e levou-os em particular, a um alto monte. Transfigurou-Se diante deles: o Seu rosto resplandeceu como o Sol, e as Suas vestes tornaram-se brancas como a luz» (Mt 17, 1-2). Segundo os sentidos, a luz do sol é a mais intensa que se conhece na natureza, mas segundo o espírito, os discípulos viram, por pouco tempo, um esplendor ainda mais intenso, o da glória divina de Jesus, que ilumina toda a história da salvação. São Máximo, o Confessor, afirma que «as vestes que se tornaram brancas tinham o símbolo das palavras da Sagrada Escritura, que se tornam claras, transparentes e luminosas»em Jesus Cristo.
Bento XVI, «Angelus», 20 de Março de 2011

Deus eterno e omnipotente,
que na gloriosa transfiguração do vosso Filho Unigénito
confirmastes os mistérios da fé
com o testemunho da Lei e dos Profetas
e de modo admirável anunciastes a adopção filial perfeita,
fazei que, escutando a palavra do vosso amado Filho,
mereçamos participar na sua glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Ámen.

sábado, 3 de agosto de 2019


A caminho da Festa da Transfiguração do Senhor
7º Dia - 03.08.2019

“A montanha do Tabor como o Sinai é o lugar da proximidade com Deus. É o espaço elevado, em relação à existência quotidiana, .... . É o lugar da oração, no qual estar na presença do Senhor, ... . A Transfiguração é um acontecimento de oração: rezando, Jesus imerge-se em Deus, une-se intimamente a Ele, adere com a própria vontade humana à vontade de amor do Pai, e assim a luz invade-o e torna-se visível a verdade do seu ser: Ele é Deus, Luz da Luz. Também a veste de Jesus se torna branca e resplandecente. Isto faz pensar no Baptismo, na veste branca que os neófitos traziam. Quem renasce no Baptismo é revestido de luz antecipando a existência celeste, que o Apocalipse representa com o símbolo das vestes brancas (cf. Ap 7, 9.13). Encontra-se aqui o ponto central: a transfiguração é antecipação da ressurreição, mas esta pressupõe a morte. Jesus manifesta aos Apóstolos a sua glória, para que tenham a força de enfrentar o escândalo da cruz e compreendam que é preciso passar através de muitas tribulações para alcançar o Reino de Deus. A voz do Pai, que ressoa do alto, proclama Jesus seu Filho predilecto como no Baptismo no Jordão, acrescentando: «Ouvi-O» (Mt 17, 5). Para entrar na vida eterna é preciso ouvir Jesus, segui-lo pelo caminho da cruz, levando no coração como Ele a esperança da ressurreição. «Spe salvi», salvos na esperança. Hoje podemos dizer: «Transfigurados na esperança»”.
Bento XVI, «Angelus», 17 de Fevereiro de 2008

Deus eterno e omnipotente,
que na gloriosa transfiguração do vosso Filho Unigénito
confirmastes os mistérios da fé
com o testemunho da Lei e dos Profetas
e de modo admirável anunciastes a adopção filial perfeita,
fazei que, escutando a palavra do vosso amado Filho,
mereçamos participar na sua glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Ámen.

sexta-feira, 2 de agosto de 2019


A caminho da Festa da Transfiguração do Senhor
6º Dia - 02.08.2019
Na Transfiguração “Jesus, …, «toma consigo» a alguns discípulos …, para introduzi-los no conhecimento do mistério da sua pessoa e na arte da relação com Deus. … Na solidão e no silêncio daquele «retiro» sucede algo divino: a luz que envolve a Jesus revela a condição divina do homem Jesus”.
ENZO BIANCHI, “Escuchad al Hijo amado, en él se cumple la Escritura - Ciclo B”, Ediciones Sigueme, Salamanca, 2011, pg. 207

Deus eterno e omnipotente,
que na gloriosa transfiguração do vosso Filho Unigénito
confirmastes os mistérios da fé
com o testemunho da Lei e dos Profetas
e de modo admirável anunciastes a adopção filial perfeita,
fazei que, escutando a palavra do vosso amado Filho,
mereçamos participar na sua glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Ámen.

quinta-feira, 1 de agosto de 2019


Palavra de Vida
Agosto 2019
Letizia Magri
«Porque, onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração» (Lc 12, 34).
O “tesouro” é aquilo que tem mais valor, que nos dá segurança para o presente e para o futuro. 
O “coração” é o que temos de mais íntimo, escondido, vital. É também o cofre dos nossos valores, a raiz das nossas escolhas concretas. É o lugar secreto onde se avalia o sentido da vida.
A que é que nós damos realmente o primeiro lugar? Qual é o nosso “tesouro”, pelo qual estamos prontos a deixar tudo o resto?
Na sociedade consumista, de cariz ocidental, tudo nos leva a acumular bens materiais, a centrar-nos nas nossas necessidades, ignorando as necessidades alheias, em nome do bem-estar material e da eficiência individual. Todavia, já o evangelista Lucas, num contexto cultural muito diferente, relata estas palavras de Jesus como um ensinamento decisivo e universal, para homens e mulheres de todos os tempos e de todas as latitudes.
«Porque, onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração» (Lc 12, 34).
O Evangelho de Lucas sublinha fortemente a necessidade de uma escolha radical, definitiva e típica do discípulo de Jesus: o verdadeiro Bem é Deus Pai, aquele que deve ocupar totalmente o coração do cristão, segundo o exemplo de Jesus. Esta escolha exclusiva implica a entrega confiante ao seu amor e a possibilidade de nos tornarmos realmente “ricos”, porque filhos de Deus e herdeiros do seu Reino.
É uma questão de liberdade: não nos deixarmos escravizar pelos bens materiais, mas sermos nós a manter o seu controlo.
Com efeito, a riqueza material pode ocupar o “coração” e gerar um desejo cada vez maior de possuir mais e mais, tornando-se uma verdadeira dependência. Pelo contrário, a esmola, a que somos convidados a dar neste passo do Evangelho (Cf. Lc 12, 33), é uma questão de justiça, ditada pela misericórdia, que torna o “coração” mais leve, abrindo-o à igualdade fraterna.
Todo o cristão, pessoalmente, bem como toda a comunidade dos crentes, pode experimentar a verdadeira liberdade através da partilha dos bens materiais e espirituais com todos os necessitados: é este o estilo de vida cristão, que testemunha a verdadeira confiança no Pai e põe alicerces sólidos à civilização do amor.
«Porque, onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração» (Lc 12, 34).
Para nos libertar da escravidão do ter, Chiara deixou-nos uma sugestão luminosa: «Porque é que Jesus insiste tanto no desapego dos bens, até fazer disso uma condição indispensável para O poder seguir? Porque a primeira riqueza da nossa existência, o tesouro verdadeiro é Ele! (…) Ele quer-nos livres, com a alma desprendida de todos os apegos e de todas as preocupações, de modo a poder amá-Lo realmente com todo o coração, todo o pensamento e todas as forças. (…) Ele pede-nos que renunciemos aos bens, também porque quer que nos abramos aos outros (…). O modo mais simples de “renunciar” é “dar”. Dar a Deus, amando-O. (…)
E, para Lhe demonstrar este amor, amemos os nossos irmãos e irmãs, prontos a arriscar tudo por eles. Ainda que não nos possa parecer, temos muitas riquezas para pôr em comum: temos afeto no coração para dar, cordialidade para manifestar, alegria para comunicar; temos tempo para pôr à disposição, orações, riquezas interiores para colocar em comum; temos, às vezes, coisas, livros, roupas, automóveis, dinheiro (…). Dêmos sem demasiados raciocínios: “Mas eu posso precisar desta coisa um dia, numa outra ocasião (…)”. Tudo pode ser útil, mas, entretanto, “dando ouvidos” a estas sugestões, infiltram-se no nosso coração muitos apegos e criam-se sempre novas exigências. Não, procuremos ter apenas aquilo que é necessário. Temos que ter cuidado para não perdermos Jesus, por causa de uma quantia amealhada ou por causa de uma coisa que podemos dispensar» (C. Lubich, Palavra de Vida, ed. Movimento dos Focolares, setembro de 2004, pp. 1-2).
Marisa e Agostinho, casados há trinta e quatro anos, contam-nos: «Após oito anos de casados, tudo corria às mil maravilhas: a casa e o trabalho eram precisamente como sempre desejámos. Mas chegou uma proposta de deixar a Itália e transferirmo-nos para um país da América Latina, para apoiar uma jovem comunidade cristã. Ambos − entre mil vozes de trepidação, de incógnita perante o futuro, de pessoas que nos consideravam loucos − sentíamos que uma voz, em particular, nos dava uma grande paz. Era a proposta de Jesus: “Vem e segue-me”!
Decidimos fazê-lo. De repente, encontrámo-nos num ambiente completamente diferente daquele a que estávamos habituados. Faltavam-nos muitas coisas, mas sentíamos que em troca encontrávamos outras, como a riqueza do relacionamento com muitas pessoas. E também foi maravilhosa a experiência da Providência: uma noite organizámos uma pequena festa, em que cada família trazia algo de típico para o jantar. Nós tínhamos regressado de uma viagem à Itália, trazendo um magnífico queijo parmesão. Divididos entre o desejo de partilhar um pouco com as famílias e o pensamento de que rapidamente ficaríamos de novo sem nenhum, recordámo-nos da frase de Jesus: “Dai e ser-vos-á dado…” (Lc 6, 38). Olhámo-nos nos olhos e dissemos: deixámos a pátria, o trabalho, os parentes, e agora estamos agarrados a um pedaço de queijo! Cortámos uma parte e levámo-la. Dois dias depois, tocaram à campainha de casa: era um turista que não conhecíamos, amigo de amigos nossos, que nos trazia uma encomenda da parte deles. Abrimos: era um grande pedaço de parmesão… Aquela promessa de Jesus – “… uma medida cheia e transbordante será despejada no vosso regaço” – é mesmo verdadeira».

A caminho da Festa da Transfiguração do Senhor
5º Dia - 01.08.2019
"...os discípulos apenas viram Jesus e mais ninguém.” (Mt 17, 8). “…apenas Jesus…” (Mt 17, 8), nesta expressão, que conclui a narrativa da Transfiguração encerra-se todo um programa de vida. É óbvio que, “…apenas Jesus…” (Mt 17, 8) não significa que possamos deixar de lado o Pai e o Espírito Santo e sim que Jesus é o único lugar no qual Deus-Trindade se manifesta operante e plenamente aos homens. Significa que ninguém vai ao Pai a não ser por meio d’Ele, por meio de Jesus (cf. Jo 14, 6). “Apenas Jesus…” (Mt 17, 8), os pensamentos, projectos e preocupações inúteis voam para longe, fazendo-se no coração um profundo silêncio e uma paz profunda (cf. CANTALAMESSA, Raniero, “O Mistério da Transfiguração”, Edições Loyola, São Paulo, 2001, pgs. 36-37), porque habitado por Deus, Aquele Deus de que temos “absoluta necessidade”, de que temos uma “sede abrasante”.

Deus eterno e omnipotente,
que na gloriosa transfiguração do vosso Filho Unigénito
confirmastes os mistérios da fé
com o testemunho da Lei e dos Profetas
e de modo admirável anunciastes a adopção filial perfeita,
fazei que, escutando a palavra do vosso amado Filho,
mereçamos participar na sua glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Ámen.