Misturarmo-nos
SIM, confundirmo-nos NÃO.
A
propósito do “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita” (Lc 13, 24) do evangelho deste XXI Domingo do Tempo Comum,
pergunto-me se o oportuníssimo desafio do Santo Padre a que nós, os pastores, cheiremos
a rebanho, não será tantas vezes, vezes demais, desculpa para avançar decidida
e livremente, tapando o sol com a peneira, pela “porta larga”.
Isto
de nos misturarmos não pode nem deve significar confundirmo-nos… nem isso
esperam de nós Deus que nos chama, somos sinal e presença, nem o seu Povo,
mesmo que aparente estar de acordo…
Viver
com…, partilhar a vida de… não significa ser iguais a… assumir os mesmos
comportamentos de… com a mascarada desculpa de atrair, mas que na verdade
pretende unicamente camuflar a falta de zelo, entusiasmo e dedicação… perdendo
a nossa identidade. Os maus frutos desta mentalidade estão bem à vista.
Não
porque sejamos melhores, mais importantes… mas porque devemos ser mais santos,
ser sinal da Santidade de Deus e isso não de coadura com o confundir-nos, com o
ser iguais a… deixando de ser sinal profético e imagem de Deus (Gn 1, 26).
Voltado
ao evangelho de hoje, pastores e rebanho, é urgente acordarmos. Jesus é claro,
cristalino, transparente, não deixa espaço para dúvidas. Se nos confundirmos,
perdermos a identidade cristã e com o aparente pseudo-piedoso argumento de
atrair optamos pela “porta larga” do facilitismo gratuito, em vez do esforço,
sempre necessitado da misericórdia de Deus de “entrar pela porta estreita” (cf.
Lc 13, 24), então, é o
Senhor que o afirma: “ficareis fora e batereis à porta, dizendo: ‘Abre-nos,
senhor’; mas ele responder-vos-á: ‘Não sei donde sois’. Então começareis a
dizer: ‘Comemos e bebemos contigo e tu ensinaste nas nossas praças’. Mas ele
responderá: ‘Repito que não sei donde sois. Afastai-vos...” (Lc
13, 25-37).
Misturarmo-nos
SIM, confundirmo-nos NÃO.
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