quarta-feira, 4 de dezembro de 2019


Beato Marcelino Martín Rubio e 17 companheiros
mártires Trapistas
Século XX - Espanha
Memória litúrgica a 4 de Dezembro
“Entre os mártires há um noviço de 23 anos, frei Marcelino Martín Rubio, aberto e alegre, que no momento da prisão não escondeu a sua condição de religioso.”
O Beato Marcelino Martín Rubio, nasceu a 4 de Novembro de 1913, em Espinosa de Villagonzalo, província de Palência, Espanha.
Aos 15 anos, entrou como oblato na Abadia Cistercience de Estricta Observância (Trapistas) de Viaceli, iniciando o noviciado em 1931, o qual abandonou ao fim de dois anos. Em 1935 regressou ao mosteiro como monge de coro. À época do martírio era noviço.
Preso e depois libertado, foi novamente preso e seguiu a sorte dos demais irmãos. Pelas cartas dirigidas a uma tia, monja cisterciense, pode-se observar o processo martirial dele e de todos os seus companheiros.
Aberto e de carácter muito alegre, não ocultou a sua condição de religioso no momento da sua detenção final.
A 8 de Setembro de 1936 a comunidade foi obrigada a abandonar o seu mosteiro, foram encarcerados e sofreram insultos e vexames. Alguns dias depois foram libertados. Mas, no espaço de poucas semanas, com o pretexto de fazer indagações sobre a proveniencia dos seus meios de sustento, foram novamente presos em dois grupos diferentes e assassinados no dia 3 e 4 de Dezembro. A causa de sua morte foi a de identificar-se - exclusivamente - como cristãos e religiosos. A fé foi o motivo da sua prisão e execução, com a agravante de uma procura de dinheiro por parte dos perseguidores. Os Servos de Deus sabiam muito bem o grave perigo que corriam e viveram a sua consagração até ao derramamento do sangue. Uma fé clara, uma caridade sincera e uma esperança inquebrantável concederam-lhe fortaleza para viver até às últimas consequências a sua fidelidade a Cristo e à Igreja. Jamais renegaram a sua condição de religiosos e prepararam-se conscientemente para caminhar, passando pela morte, ao encontro do seu Senhor. Depois, foram levados a bordo de uma barcaça para fora da baía de Santander e depois de lhes cozerem a boca com arames pois “iam a rezar”. Pensavam assim calá-los, a eles, que durante anos se reuniram na Igreja do Mosteiro para, sete vezes ao dia, começar a sua liturgia com as palavras: “Abri, Senhor os meus lábios e a minha boca cantará o Vosso louvor!”. Certamente que fecharam as suas bocas, mas estavam certos de que o louvor ao seu Criador e Redentor, mesmo nos momentos de dor e aparente fracasso, não cessaria. Os seus irmãos, os que viriam depois, continuariam esse louvor, abririam de novo as suas bocas acompanhando-os e confortando-os desde outro lugar com uma presença gozosa e renovada. Foram lançados ao mar com pesados pesos atados aos pés. Lançados às frias águas do Cantábrico, aquele mar que tantas vezes contemplaram desde as janelas do seu mosteiro, umas vezes sereno e azul outras cinzento e encrespado.
Frei Marcelino será feito prisioneiro alguns dias mais tarde, sofrendo a mesma sorte do resto dos monges. Tinha 23 anos de idade. O mais jovem dos mártires contava 20 anos (havia vários no grupo com menos de 25 anos) e o mais velho tinha 68. O testemunho destes mártires ilumina e inspira o nosso momento histórico. Os mártires ensinam-nos o amor à Verdade frente ao relativismo e ao fundamentalismo dos nossos dias. Frente ao “vale tudo” e frente ao “nada faz mal”, os nossos mártires recordam-nos que há ideais que são demasiado grandes para regatear o preço a pagar por eles. O martírio indica-nos onde se encontra a verdade do Homem, a sua grandeza e dignidade, a sua liberdade mais genuína e o comportamento mais verdadeiro e próprio do Homem que é inseparável do amor: por isso, o martírio é uma exaltação da perfeita «humanidade» e da verdadeira vida da pessoa. Os mártires são testemunho da fidelidade do homem à sua consciência bem formada como limite de todo o poder e garantia da sua semelhança divina.
Foi Beatificado com os seus companheiros no passado dia 3 de Outubro (2015), na catedral de Santander, pelo Cardeal Ângelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, sob o mandato do Papa Francisco.
Fonte: cf. Página Web da O.C.S.O

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