São
Marcelino e São
Pedro,
presbítero
e exorcista mártires
Século II/III – Itália
Memória
litúrgica a 2 de Junho
A mais antiga notícia do martírio de
Marcelino e Pedro que, ocorreu durante a perseguição de Diocleciano por volta
do ano 304, foi-nos dada pelo Papa São Dâmaso (37º Papa de 366 a 384, natural
de Guimarães ou Idanha-a-Nova), o qua assegurava tê-la recebido, na juventude,
da boca do próprio carrasco.
Segundo o testemunho do Papa, o juiz
ordenou que os dois mártires fossem decapitados num recanto perdido de uma
espessa floresta, para que as suas sepulturas permanecessem desconhecidas.
Conduzidos ao local da execução, cavaram a suas sepulturas com as próprias
mãos, nas quais permaneceram ignorados até que a piedosa nobre romana Lucília,
depois de tomar conhecimento do sucedido, teve o cuidado de os transferir para
outra sepultura.
A sua sepultura está referenciada no
Martirologio Jeronimiano, o qual atesta que Marcelino era presbítero e Pedro
exorcista e comemora-os a 2 de Julho, no cemitério de «Duas Lauros» na terceira
milha da Via Labicana. Lá acorreram os peregrinos a partir do século VII,
enquanto o «dies natalis» é atestado unanimemente por todos os livros
litúrgicos (Sacramentais) e hagiográficas (martiriológicos históricos.)
Segundo o autor do «Liber
Pontificalis», Costantino mandou construir, em sua honra, uma basílica, o poema
que o Papa Dâmaso havia colocado em seu túmulo foi destruído pelos Godos, mas o
Papa Vigílio refá-lo, inserindo os nomes dos dois mártires também no Cânon da
Missa.
Ao mesmo período deve atribuir-se a
sua memória na liturgia ambrosiana e a dedicação de uma outra Igreja a eles dedicada
na via Labicana (no cruzamento da via Merulana), já atestada no sínodo romano
de 595.
Quase na mesma altura foi composta
uma «Passio» (BHL, II, o. 776, n. 5230), em que a melhor parte mais não faz
que, parafrasear o poema de São Dâmaso, mas acrescenta fantásticas notícias
segundo as quais os nossos santos tiveram relação com os mártires Artemio,
Seconda e Paolina (v. BSS. II, col. 490), que teriam sido assassinados na 12ª
milha da via Aurelia, numa localidade que, segundo os autores da «Passio», se chamava
Silva Candida (antiga Lorium), que o carrasco se chamava Doroteo e que na
velhice se converteu ao cristianismo recebendo o Baptismo das mãos do Papa
Júlio I.
Segundo o relacto de Eginardo nasce
a fundamentada suspeita de que no século IX, quando as igrejas cristãs que
passaram a ser construídas no território da antiga Germânia, o recém-convertido e famigerado
diácono Deusdona, precisava de relíquias, as de Marcelino e Pedro foram transferidas
das catacumbas para Seligenstadt.
A igreja foi novamente restaurada em
1256 pelo papa
Alexandre IV e as
relíquias foram trazidas de volta.
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