domingo, 2 de junho de 2019


São Marcelino e São Pedro,
presbítero e exorcista mártires
Século II/III – Itália
Memória litúrgica a 2 de Junho
A mais antiga notícia do martírio de Marcelino e Pedro que, ocorreu durante a perseguição de Diocleciano por volta do ano 304, foi-nos dada pelo Papa São Dâmaso (37º Papa de 366 a 384, natural de Guimarães ou Idanha-a-Nova), o qua assegurava tê-la recebido, na juventude, da boca do próprio carrasco.
Segundo o testemunho do Papa, o juiz ordenou que os dois mártires fossem decapitados num recanto perdido de uma espessa floresta, para que as suas sepulturas permanecessem desconhecidas. Conduzidos ao local da execução, cavaram a suas sepulturas com as próprias mãos, nas quais permaneceram ignorados até que a piedosa nobre romana Lucília, depois de tomar conhecimento do sucedido, teve o cuidado de os transferir para outra sepultura.
A sua sepultura está referenciada no Martirologio Jeronimiano, o qual atesta que Marcelino era presbítero e Pedro exorcista e comemora-os a 2 de Julho, no cemitério de «Duas Lauros» na terceira milha da Via Labicana. Lá acorreram os peregrinos a partir do século VII, enquanto o «dies natalis» é atestado unanimemente por todos os livros litúrgicos (Sacramentais) e hagiográficas (martiriológicos históricos.)
Segundo o autor do «Liber Pontificalis», Costantino mandou construir, em sua honra, uma basílica, o poema que o Papa Dâmaso havia colocado em seu túmulo foi destruído pelos Godos, mas o Papa Vigílio refá-lo, inserindo os nomes dos dois mártires também no Cânon da Missa.
Ao mesmo período deve atribuir-se a sua memória na liturgia ambrosiana e a dedicação de uma outra Igreja a eles dedicada na via Labicana (no cruzamento da via Merulana), já atestada no sínodo romano de 595.
Quase na mesma altura foi composta uma «Passio» (BHL, II, o. 776, n. 5230), em que a melhor parte mais não faz que, parafrasear o poema de São Dâmaso, mas acrescenta fantásticas notícias segundo as quais os nossos santos tiveram relação com os mártires Artemio, Seconda e Paolina (v. BSS. II, col. 490), que teriam sido assassinados na 12ª milha da via Aurelia, numa localidade que, segundo os autores da «Passio», se chamava Silva Candida (antiga Lorium), que o carrasco se chamava Doroteo e que na velhice se converteu ao cristianismo recebendo o Baptismo das mãos do Papa Júlio I.
Segundo o relacto de Eginardo nasce a fundamentada suspeita de que no século IX, quando as igrejas cristãs que passaram a ser construídas no território da antiga Germânia, o recém-convertido e famigerado diácono Deusdona, precisava de relíquias, as de Marcelino e Pedro foram transferidas das catacumbas para Seligenstadt.
A igreja foi novamente restaurada em 1256 pelo papa Alexandre IV e as relíquias foram trazidas de volta.

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