Se souber olhar com olhos de fé para aquele Coração que tanto sofreu porque tanto amou, encontrará nele muita luz e muito conforto no meio das trevas e das tortura em que sua alma se encontra.
Não pense que a Santíssima Virgem trilhou na vida uma estrada de luz: deixou, sim, muita luz atrás de si, mas essa luz era produzida pela combustão da sua alma, queimada pelo fogo da tribulação. Teve horas amargas como ninguém, viu-se envolvida em tempestades medonhas, sem saber com delas havia de sair; mas sabia que o Pai celeste é bom, que não abandona os que nele confiam e crêem no seu amor, portanto confiava, cria no amor e saboreava humildemente a amargura da sua dor. O seu coração continuava fixo em Deus, e tanto bastava.
(Agosto de 1951)
Servo de Deus D. Manuel Mendes da Conceição Santos
arcebispo de Évora
in «Coragem e Confiança» pensamentos de orientação espiritual, pg. 63
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