Beato
Marcelino Ovejero Gómez,
irmão
destinado ao sacerdócio
da Ordem dos Frades Menores e
mártir
Século XX - Espanha
Memória
litúrgica a 6 de Novembro
Nasceu em Becedas (Ávila - Espanha),
a 13 de Fevereiro de 1913.
Seus pais de humilde condição, foram
Paulo (Pablo) e Cristina.
Em 1925, com 12 anos de idade,
entrou no Seminário Franciscano de Alcázar de San Juan, onde cursou dois anos
de Humanidade, tendo feito o terceiro no de Puebla de Montalbán.
Com 15 anos, tomou o hábito da Ordem
dos Frades Menores, a 25 de Agosto de 1928, em Arenas de San Pedro, onde
pronunciou os votos temporais, a 26 de Agosto de 1929. Tinha 16 anos de idade.
Não chegou a emitir a profissão de votos solenes, nem recebeu Ordens Sacras por
estar sujeito ao serviço militar, segundo as leis da Segunda República
espanhola.
Em Pastrana fez os três anos de
Filosofia, o primeiro de Teologia em Alcázar de San Juan e os restantes três
anos de Teologia em Consuegra, tudo isto entre 1929 e 1936, ano em que sofreu o
martírio, a 16 de Agosto.
Tímido, bondoso e humilde, frei
Marcelino era muito querido e apreciado por todos os seus companheiros. Aluno
mediano, obtinha boas classificações, devido ao seu empenho nos estudos. Sempre
se mostrou piedoso, cumpridor do dever e respeitoso para com os superiores e
professores. Sabia aceitar, sublimar e ultrapassar as contrariedades.
Apesar dos perigos que trouxe a
República de 1931 em Espanha, depois do fogo lançado a vários conventos, os
seus familiares quiseram levá-lo para a casa paterna na sua terra natal,
contudo, frei Marcelino manteve-se firme nos compromissos dos seus votos
religiosos e negou-se a sair do seu convento, dando provas de amor à sua
vocação e de estar disposto ao martírio, que efectivamente veio a sofrer aos 22
anos de idade, dez dos quais passados na Ordem Franciscana.
Nos primeiros minutos do dia 16 de
Agosto, os franciscanos do convento de Consuegra, foram tirados da
igreja-prisão. Enquando saíam, o Padre Benigno Prieto del Pozo disse: “Não vos assusteis, irmãos, que vamos para o
Céu”. Pouco depois, mandaram que regressassem à igreja-prisão os frades
naturais de Consuegra e os irmãos não clérigos (irmãos leigos que não se
destinavam ao sacerdócio), num total de oito, que seriam assassinados
posteriormente. Os restantes 20 fizeram-nos subir para um camião.
Escoltados por vários carros, nos
quais iam o Alcaide (Presidente da Câmara) e os membros do Ayuntamiento
(executivo camarário), o camião saiu de Consuegra, passou por Urda e parou num
lugar chamado “Boca de Balondillo”, no termo municipal de Fuente el Fresno
(Ciudad Real). Os franciscanos, que tinham rezado durante toda a viagem, foram
mandados descer do camião e colocar-se em fila a poucos metros da estrada. O Padre
Victor Chumillas pediu ao Alcaide que os desatasse, para morrer com os braços
em cruz, não lhes foi concedido. Pediu, então, que os fuzilassem de frente e o
Alcaide permitiu que se voltassem. Então o Padre Victor disse à comunidade: “Irmãos, elevai os olhos ao Céu e rezai o
último Pai Nosso, pois em breves momentos estaremos no Reino dos Céus. E
perdoai aos que vos vão dar a morte”. E ao Alcaide disse: “Estamos dispostos a morrer por Cristo”.
Imediatamente, frei Saturnino Rio Rojo gritou: “Perdoai-os, Senhor, pois não sabem o que fazem”. Começou a
descarga de disparos. Nesse momento, vários dos franciscanos gritaram: “Viva Cristo Rei. Viva a Ordem Franciscana.
Perdoai-os, Senhor!”. Eram aproximadamente as 3.45 horas da madrugada de 16
de Agosto de 1936, quando os 20 mártires franciscanos “pagaram
com a vida a sua fidelidade a Cristo e à sua Igreja” (Bento XVI, «Angelus de 28.10.2007).
Os corpos dos vinte mártires
franciscanos foram sepultados no cemitério de Fuente el Fresno. Em 1939 foram
levados para o cemitério de Consuegra. A 15 de Agosto de 1940, foram os seus
corpos transladados para a capela construída para o efeito na igreja do
convento franciscano dessa localidade. A 23 de Dezembro de 1982 foram inhumados
e depositados definitivamente na Igreja de San Juan de los Reyes em Toledo.
Foram Beatificados, incluídos no
numeroso grupo de 498 mártires da perseguição religiosa na Espanha, pelo português,
Cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas
dos Santos, sob o
mandato do Papa Bento XVI, a 28 de Outubro de 2007, na cidade de Roma.
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