Beato Marcelino Rebollar Campo
(Irmão Julião Marcelino),
religioso Marista e 67 companheiros mártires
Século XX -
Espanha
Memória Litúrgica a 6 de Novembro
Marcelino
nasceu a 29 de Novembro de 1914, em Tresviso, província de Santander e, na
altura, Diocese de Oviedo.
Cumprindo
o costume da época, no dia seguinte ao seu nascimento, seus pais, Maximino e
Petra, levaram-no a baptizar à Igreja Paroquial da sua terra. Em 1922 foi
Confirmado pelo bispo de Oviedo.
Tresviso
é uma pequena vila, situada em plenos Picos da Europa, com concelho próprio,
pertencia à jurisdição de Potes. Quando Marcelino nasceu, tinha pouco mais de
cem habitantes. O terreno do município é montanhoso, muito apropriado para
pasto e bosques onde abundam os carvalhos e as faias. Cultivam-se cereais,
legumes e árvores de fruto e os abundantes pastos são aproveitados para a
criação de gado.
O
Senhor abençoou a família de Marcelino com uma especial fecundidade. Os seus
pais tiveram oito filhos. Depois da morte da sua mãe, o pai casou em segundas
núpcias e teve com a nova esposa mais nove filhos.
Cinco
dos filhos consagraram-se a Deus: três foram Irmãos Maristas, um foi sacerdote
e um era seminarista quando morreu na defesa de Oviedo em 1937. Neste ambiente
familiar, crescia e ia-se formando Marcelino.
Era
sério e formal e comportava-se de maneira correcta, ajudando os seus pais no
que podia, sobretudo, costumava dedicar-se a guardar o gado, tarefa na qual era
muito competente.
Aos
dez anos foi para o Colégio dos Maristas de Oviedo. Um dos seus professores
recorda que foi muito bom estudante. Passado algum tempo, depois da explicação
do catecismo, disse um dia a este mesmo professor que queria ser religioso.
Posteriormente, as suas cartas escritas do Seminário Marista ajudaram os seus
irmãos a discernir a sua própria vocação.
Com
13 anos, ingressou no Seminário Marista de Venta de Baños (Palência) a 6 de
Setembro de 1927, de onde, pouco tempo depois partiu, para Blancotte (França),
para prosseguir os seus estudos e aprender o francês. A regressa a Espanha e a
13 de Setembro de 1930 passa noviciado de Tuy (Pontevedra), aqui toma o hábito
Marista a 19 de Março de 1931, recebendo o nome de irmão Julião Marcelino. No
mesmo dia, um ano depois (1932), emite os seus primeiros votos temporais. Antes
que pudesse fazer a sua consagração perpétua, foi vilmente assassinado. A
entrega da sua jovem vida a Deus no martírio foi a sua consagração definitiva.
Curta
é a lista dos seus destinos, em Agosto de 1932, é enviado para Sahagún, para
fazer estágio no ensino. Em Agosto de 1934, é destinado ao Colégio de São José
de Madrid, situado na Rua Fuencarral, nº 126. Nesta cidade, foi preso e
encarcerado e, nela, conseguiu a graça de morrer mártir.
Era
um religioso observante, cheio de caridade e disposto ao sacrifício, que se
sentia feliz com a sua vocação de educador e que a exercia com verdadeiro zelo
apostólico. Como bom Irmão Marista, mostrava-se humilde, simples e modesto. Era
amante do trabalho bem feito e era obediente em tudo.
No
dia 15 de agosto de 1936 prenderam-no, juntamente com o irmão Ángel Hipólito e
outro irmão, na residência de estudantes e, depois de passar a noite na Direcção
Geral de Segurança, levaram-nos para a prisão de Ventas. Nela padeceu
inquietações, perigos, inseguranças, privações e mais tratos. Só podia sofrer e
rezar para suportar tantas contrariedades.
A
3 de Novembro tiraram-no da prisão de Ventas para mudá-lo para a de Alcalá de
Henares. Ficou no caminho. Em Paracuellos del Jarama, nesse mesmo dia, caiu
assassinado e foi enterrado numa fossa comum. Ali repousam os seus restos
mortais. Tinha 22 anos de idade.
A
13 de Outubro de 2013, com mais 67 irmãos e leigos Maristas, integra o grupo de
522 mártires da Guerra Civil de Espanha, é Beatificado em Tarragona, pelo Cardeal Angelo Amato,
prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, sob o mandato do Papa Francisco.
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