quarta-feira, 6 de novembro de 2019


Beato Marcelino Rebollar Campo
(Irmão Julião Marcelino)
religioso Marista e 67 companheiros mártires
Século XX - Espanha
Memória Litúrgica a 6 de Novembro
Marcelino nasceu a 29 de Novembro de 1914, em Tresviso, província de Santander e, na altura, Diocese de Oviedo.
Cumprindo o costume da época, no dia seguinte ao seu nascimento, seus pais, Maximino e Petra, levaram-no a baptizar à Igreja Paroquial da sua terra. Em 1922 foi Confirmado pelo bispo de Oviedo.
Tresviso é uma pequena vila, situada em plenos Picos da Europa, com concelho próprio, pertencia à jurisdição de Potes. Quando Marcelino nasceu, tinha pouco mais de cem habitantes. O terreno do município é montanhoso, muito apropriado para pasto e bosques onde abundam os carvalhos e as faias. Cultivam-se cereais, legumes e árvores de fruto e os abundantes pastos são aproveitados para a criação de gado.
O Senhor abençoou a família de Marcelino com uma especial fecundidade. Os seus pais tiveram oito filhos. Depois da morte da sua mãe, o pai casou em segundas núpcias e teve com a nova esposa mais nove filhos.
Cinco dos filhos consagraram-se a Deus: três foram Irmãos Maristas, um foi sacerdote e um era seminarista quando morreu na defesa de Oviedo em 1937. Neste ambiente familiar, crescia e ia-se formando Marcelino.
Era sério e formal e comportava-se de maneira correcta, ajudando os seus pais no que podia, sobretudo, costumava dedicar-se a guardar o gado, tarefa na qual era muito competente.
Aos dez anos foi para o Colégio dos Maristas de Oviedo. Um dos seus professores recorda que foi muito bom estudante. Passado algum tempo, depois da explicação do catecismo, disse um dia a este mesmo professor que queria ser religioso. Posteriormente, as suas cartas escritas do Seminário Marista ajudaram os seus irmãos a discernir a sua própria vocação.
Com 13 anos, ingressou no Seminário Marista de Venta de Baños (Palência) a 6 de Setembro de 1927, de onde, pouco tempo depois partiu, para Blancotte (França), para prosseguir os seus estudos e aprender o francês. A regressa a Espanha e a 13 de Setembro de 1930 passa noviciado de Tuy (Pontevedra), aqui toma o hábito Marista a 19 de Março de 1931, recebendo o nome de irmão Julião Marcelino. No mesmo dia, um ano depois (1932), emite os seus primeiros votos temporais. Antes que pudesse fazer a sua consagração perpétua, foi vilmente assassinado. A entrega da sua jovem vida a Deus no martírio foi a sua consagração definitiva.
Curta é a lista dos seus destinos, em Agosto de 1932, é enviado para Sahagún, para fazer estágio no ensino. Em Agosto de 1934, é destinado ao Colégio de São José de Madrid, situado na Rua Fuencarral, nº 126. Nesta cidade, foi preso e encarcerado e, nela, conseguiu a graça de morrer mártir.
Era um religioso observante, cheio de caridade e disposto ao sacrifício, que se sentia feliz com a sua vocação de educador e que a exercia com verdadeiro zelo apostólico. Como bom Irmão Marista, mostrava-se humilde, simples e modesto. Era amante do trabalho bem feito e era obediente em tudo.
No dia 15 de agosto de 1936 prenderam-no, juntamente com o irmão Ángel Hipólito e outro irmão, na residência de estudantes e, depois de passar a noite na Direcção Geral de Segurança, levaram-nos para a prisão de Ventas. Nela padeceu inquietações, perigos, inseguranças, privações e mais tratos. Só podia sofrer e rezar para suportar tantas contrariedades.
A 3 de Novembro tiraram-no da prisão de Ventas para mudá-lo para a de Alcalá de Henares. Ficou no caminho. Em Paracuellos del Jarama, nesse mesmo dia, caiu assassinado e foi enterrado numa fossa comum. Ali repousam os seus restos mortais. Tinha 22 anos de idade.
A 13 de Outubro de 2013, com mais 67 irmãos e leigos Maristas, integra o grupo de 522 mártires da Guerra Civil de Espanha, é Beatificado em Tarragona, pelo Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, sob o mandato do Papa Francisco.

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