quinta-feira, 25 de julho de 2019


1º Dia (25.07.2019)
Preparando a Festa 
de Nª Srª do Monte Tabor
Nos relatos bíblicos da Transfiguração de Jesus, sobre o Monte Tabor, nenhum deles, faz a mais pequena referência, à presença física de Maria no Monte Santo, a quando da Transfiguração.
Então, Nossa Senhora do Monte Tabor, não será uma fantasia devocional? Uma manipulação dos Mistérios da Fé?
São João Paulo II pode dar-nos uma ajuda quando diz: “O rosto de Cristo é um rosto de luz que rasga a obscuridade da morte: é anúncio e penhor da nossa glória, porque é o rosto do Crucificado Ressuscitado, o único Redentor da humanidade, que continua a resplandecer sobre nós (cf. Sl 67, 3)” (São João Paulo II, 6 de Agosto de 2002). O mesmo João Paulo II, na «Novo Millennio Ineunte» questiona-nos desta forma: “E não é porventura a missão da Igreja reflectir a luz de Cristo em cada época da história, e por conseguinte fazer resplandecer o seu rosto também diante das gerações do novo milénio? Mas, o nosso testemunho seria excessivamente pobre, se não fôssemos primeiro contemplativos do seu rosto” (São João Paulo II, Carta Apostólica «Novo Millennio Ineunte», 16).
Este Rosto Luminoso recebêmo-l’O por Maria, que sobre ela deixou resplandecer, de modo admirável, a Luz que vem de Deus.
Resplandece em Maria que, por misterioso privilégio de Deus, nunca foi tocada pelo pecado, por isso a aclamamos como Imaculada, desde a sua Conceição.
Mas, resplandece ainda mais luminosamente, porque, mesmo sem o contemplar Transfigurado sobre o Monte Santo, o contemplou criança inocente na gruta de Belém, enquanto o embalava em seus braços virginais. Contemplou-o, no Templo de Jerusalém, quando Simeão e Ana o reconheceram como “Luz para se revelar às nações” (Lc 2, 32), a quando da sua purificação (cf. Lc 2, 28-38), ela a «Toda Pura».  E no mesmo Templo, contemplou-o entre os Doutores da Lei (cf. Lc 2, 41-51). Contemplou-o silenciosa e tranquilamente durante os longos anos laboriosos da Vida Oculta em Nazaré da Galileia (cf. Lc 2, 40). Contemplou-o nas Bodas de Caná e a todos nos convida a contemplá-lo como ela, quando nos diz: “«Fazei o que Ele vos disser!»” (Jo 2, 5). Contemplou-o discreta e ocultamente durante a Sua Vida pública. Contemplou-o, na Ceia, a Última Ceia, aquela em que, para nos amar até ao extremo, se nos deu como alimento (Cf. Jo 13 1-19). Contemplou-o Dolorosa na cruz (cf. Jo 19, 25) e inanimado entre os seus braços de Mãe. E foi a primeira a contemplá-lo Ressuscitado, e disso não tenho dúvida - mesmo se os relatos bíblicos o não retiveram -, na madrugada do primeiro dia da Semana, no luminoso e feliz Domingo de Páscoa. Contudo, contemplou-o de forma incompreensivelmente mais plena, quando repetindo a inocência pueril de Samuel (Cf. 1Sm 3, 1-10) responde ao anjo: “«Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.»” (Lc 1, 38)
Homilia por ocasião da Festa de Nossa Senhora do Monte Tabor, cidade de Borba, Igreja de São Bartolomeu, 28 de Julho de 2016
(continua)

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