«Se alguém me tem amor, há-de guardar a minha palavra; e o meu Pai o amará, Nós viremos a ele e nele faremos a nossa morada» (Jo 14, 23).
«Pode-se conceber a vida interior propriamente dita como uma verdadeira interpenetração, cada dia mais perfeita e mais consciente, da alma por Deus e de Deus pela alma. Deus, no mais íntimo da alma; a alma, no mais íntimo de Deus. Deus e a alma amando-se profunda e mutuamente, dizendo-o e provando-o sem cessar de mil maneiras. Deus e a alma sem abandonar-se, nunca, e interessando-se sempre um pelo outro. Deus e a alma possuindo-se plenamente, gostando-se mutuamente de maneira inefável, de modo que a alma se converte no paraíso de Deus, e Deus converte-se, dentro deste mundo, no paraíso da alma; e tudo isto, uma vez mas, aumentando cada dia sem medida. Assim poderíamos definir a verdadeira vida interior: "Se conhecesses o dom de Deus..."»
JEAN RÉMY, “Isabel de la Trinidad y la oración”, Sal Terrae, Santander, 2005, pg. 169
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