Venerável
Servo de Deus Marcelino da Capradosso,
irmão leigo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos
Século XIX-XX – Itália
Memória a 26 de Fevereiro
Frei Marcelino Maoloni de Capradosso
di Rotella (AP) nasceu
em 22 de Setembro de 1873, em Villa Sambuco di Castel di Lama (Ascoli Piceno),
filho de Pasquale Maoloni e Serafina Caioni, quarto de seis filhos. Por razões
de trabalho, a família se transferiu pouco depois do nascimento de Giovanni
para Capradosso. Desde
a infância foi admirado pelos seus conterrâneos pela sua profunda piedade para
com Deus, pela sua humidade e disposição para a penitência.
Por causa
da modesta economia familiar, Giovanni não pôde participar das aulas escolares,
seus braços eram muito preciosos no campo, aprendendo a ler e escrever sozinho.
Seu pároco, Padre Giovanni Michelessi, guiou-o na vida espiritual, reconhecendo
nele um jovem de coração generoso e puro.
Como todos
os jovens de sua idade, pensou em formar uma família, mas preponderante se
apresentou nele o chamado à vida religiosa. O pai, já idoso e sem forças,
aconselhou-o prudentemente a esperar enquanto o irmão mais novo Emidio não
tivesse alcançado a segurança económica, para poder substitui-lo nos trabalhos
agrícolas e no sustento da família. Acolhendo o desejo do pai, esperou três
anos.
Finalmente,
em 6 de Abril de 1902, Giovanni, com a idade de 28 anos, pôde seguir a sua
vocação dirigindo-se, na calada da noite, ao convento dos Capuchinhos de Ascoli
Piceno. Aí, foi alcançado pelo irmão mais velho Vincenzo, determinado a
dissuadi-lo de seu propósito, até com a violência, e não apenas verbal.
Giovanni se deixou bater sem responder nada. Dez dias depois, iniciou o
noviciado em Fossombrone, recebendo o seu novo nome: Frei Marcelino de
Capradosso.
Após uma
formação dura e intensa (são deste período as suas lutas com o demónio e as
visões marianas, que produziram também em seus superiores um senso de
estranheza), emitia a profissão simples em 27 de Abril de 1903. Ao término do
noviciado, Frei Marcelino era um homem maduro de 30 anos, treinado na virtude e
na oração, de grandes dotes humanos, grande trabalhador, sempre pronto à
obediência, dedicado às penitências, inclusive a flagelação, sempre pronto ao
coro; foi convidado ao convento de Fermo, onde estava presente uma fraternidade
formadora.
A sua
atividade prevalente não estava vinculada a uma obediência explícita, mas a uma
série de encargos que, normalmente, os irmãos leigos neoprofessos recebiam:
auxiliar de cozinha, onde, sem experiência, nem sempre esteve à altura;
hortelão, no qual pôde contar com seus precedentes anos de trabalho agrícola e
foi muito bem-sucedido; enfermeiro, sempre solícito e caridoso para com os
doentes.
Considerado
maduro na vocação e forte na virtude, foi encarregado pela esmola, encarando
também longos períodos de ausência do convento; dormindo e se alimentando como
hóspede de famílias e de casas paroquiais; jejuando até tarde para poder
receber a eucaristia; encontrando as pessoas e levando-lhes uma boa palavra.
O seu
emblema era a bolsa que levava a tiracolo, uma bolsa que abria as portas e as
almas. Difundiu-se aos poucos a fama da sua vida religiosa excelente,
acompanhada por aqueles pequenos sinais extraordinários típicos da tradição
franciscana dos fioretti: favas murchas que regeneravam, ou barris vazios, dos
quais jorrou vinho, ou de um barril pesadíssimo que conseguiu transportar
sozinho.
Ia aos
pobres e ricos sem distinção, pedindo por amor de Deus a caridade para seus
frades, retribuindo-a com aquela espiritual, pois o que não se merece é o que
mais se precisa. As suas mendicâncias foram obra de extraordinária
evangelização do mundo rural, que, por experiência, conhecia tão bem.
Entre os
momentos mais intensos e significativos da vida simples e linear de Frei
Marcelino, esteve a assistência a um jovem confrade, Frei Serafino de Pollenza,
gravemente enfermo de tuberculose. Por cerca de seis meses, foi ao seu encontro
em todas as suas necessidades materiais e espirituais, confortando-o com as palavras
da fé e da caridade, pondo em prática a sua natural predisposição para com as
dores alheias, que fazia suas e jamais se cansava de aliviar.
Terminado
seu serviço ao enfermo, pediu para partir em missão ao Brasil, mas, após certo
tempo, o Servo de Deus adoeceu, provavelmente por contágio, de peritonite
tuberculosa. Em 24 de Agosto de 1908, foi internado no Hospital Humberto I de
Fermo, onde foi submetido, sem clorofórmio, a uma operação cirúrgica,
deixando-o com a ferida aberta para permitir a saída de pus. Os sofrimentos
foram fortes, aceitados pelo Servo de Deus sem se lamentar e com ânimo alegre,
sorridente, proclamando-se o homem mais feliz do mundo, em um sereno abandono
em Jesus. Os últimos dois meses, não conseguindo mais ficar em pé, passou-os completamente
acamado, na oração contínua e no sacrifício de si, agradecendo por cada pequeno
serviço recebido.
Recebendo
alta do hospital, morreu no convento em 26 de Fevereiro de 1909, com 36 anos de idade, após ter
recebido a unção dos enfermos e o viático. A enfermidade foi vivida pelo
Venerável Servo de Deus por amor a Cristo, tendo bem presente a glória do
Paraíso.
Uma grave doença torna-o num
verdadeiro mártir e prepara-o para o Reino dos Céus. Morreu no Convento dos
Capuchinhos de Fermo, a 26 de Fevereiro de 1909.
Em 7 de
Novembro de 2017, a Assembleia Ordinária dos Cardeais e Bispos da Congregação
para as Causas dos Santos deu voto positivo, reconhecendo as virtudes heroicas
do Servo de Deus Marcelino de Capradosso (1873-1909), professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos da
Província das Marcas.
O Santo
Padre, em 8 de Novembro de 2017, autorizou a promulgação do Decreto.
Ainda nos nossos dias são
assinaladas graças obtivas pela sua intercessão.
Para conseguir imagens, biografias e
comunicar “graças” obtidas pela sua intercessão, dirigir-se a:
VICE POSTULAZIONE del Servo di Dio
Marcellino da Capradosso
CONVENTO CAPPUCCINI
63023 FERMO (AP)
Itália - Tel. 0734/219379
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