sábado, 4 de dezembro de 2010

REZAR COM OS SALMOS...
Sentido Inicial
Cada versículo desta estrofe do salmo 118 é uma súplica. Os quatro primeiros pedem ao Senhor a sua luz e a sua presença para discernir correctamente o caminho a tomar, e para o seguir fielmente e com alegria: ensinai-me o caminho dos vossos decretos; dai-me entendimento e coração; conduzi-me pela senda dos vossos mandamentos (33-36). Os quatro últimos são sobretudo um pedido de socorro: desviai os meu olhos das vaidades, afastai de mim a afronta que me atemoriza e, por duas vezes, fazei-me viver (37-40).

Sentido Actual
No Pai Nosso, Jesus ensinou-nos a pedir ao Pai: «Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu» (Mt 6, 10). A vontade de Deus é que o homem seja santo e viva. Jesus foi santo e vive para sempre na glória do Pai. Ninguém como Ele colocou toda a sua vida ao serviço da vontade de Deus. O Pai conduziu-O pelo caminho dos mandamentos. Essa graça pede-a agora a Igreja para todos os fiéis e para todos os homens.
Salmo 118 (119), 33-40
33 Ensinai-me, Senhor, o caminho dos vossos decretos, *
para ser fiel até ao fim.
34 Dai-me entendimento para guardar a vossa lei *
e para a cumprir de todo o coração.
35 Conduzi-me pela senda dos vossos mandamentos, *
pois nela estão as minhas delícias.
36 Inclinai o meu coração para as vossas ordens *
e não para o vil interesse.
37 Desviai os meus olhos das vaidades *
e fazei-me viver nos vossos caminhos.
38 Cumpri a promessa feita ao vosso servo, *
destinada aos que Vos temem.
39 Afastai de mim a afronta que me atemoriza, *
pois são agradáveis os vossos juízos.
40 Vede como amo os vossos preceitos, *
fazei-me viver segundo a vossa justiça.
Comentário de Santo Agostinho
«Eis como o salmista quer que o Senhor grave a lei dentro de si, não em tábuas de pedra, como se fez aos rebeldes do Antigo Testamento, mas como se escreve nos corações e se grava pelo Espírito Santo, dedo de Deus, na mente dos filhos santos da Jerusalém do alto, dos filhos da promessa e da herança eterna, não para a guardarem na memória e a descuidarem na vida, mas para a conhecerem entendendo-a e a praticarem amando-a, na amplidão do amor e não na estreiteza do temor.
Quem cumpre a lei por temor e não por amor, sem dúvida que a cumpre obrigado. Aquele que cumpre a lei por ser obrigado, se pudesse não a cumpria, e por isso não é amigo da lei mas antes seu inimigo. Não se purifica ao cumpri-la, porque é impuro no querer».
Oração Sálmica
Ensinai-nos, Senhor, a cumprir de todo o coração a vossa vontade, para desviarmos na terra os olhos das vaidades e contemplarmos no céu as delícias eternas. Por Nosso Senhor...
in Saltério Litúrgico,
Secretariado Nacional de Liturgia / G.C. Gráfica de Coimbra Ldª, pgs 256-258

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