domingo, 23 de abril de 2023

Beato MARCELINO ROUCHOUZE, sacerdote Picpus e mártir

(nome de baptismo: João Mário).

Séculos XIX - França

Memória litúrgica a 26 de Maio (?)

Nasceu a 14 Dezembro de 1810 em Saint-Julien en Jarez (França), foi o terceiro membro da Congregação Picpus ou Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria e da Perpétua Adoração ao Sacratíssimo Sacramento, emitiu a profissão de votos religiosos em 1837.

Foi Professore de latim, matemática e filosofia, e enviado para a Bélgica para colaborar nos colégios da Congregação. Num encontro com o Cura d’Ars, em 1852, este disse-lhe: “Meu filho, deve ser sacerdote, pois o bom Deus tem desígnios para si.” Aos 42 anos e seguindo o conselho do Cura d’Ars, foi ordenado sacerdote em 1852.

O martírio de todos os Servos de Deus está suficientemente provado. Eles foram presos em Paris em diferentes momentos e lugares: o P. Enrico Planchat em Quinta-feira Santa, 6 de Abril de 1871, os restantes; Marcelino Rouchouze e os companheiros Policarpo Tuffier e Ladislao Radigue a 12 de Abril, quarta-feira da oitava da Páscoa. Primeiro estiveram encarcerados no quartel da polícia, depois transferidos para a prisão de Mazas e, finalmente, para “La Grande Roquette”.

A 26 de Maio de 1871, foram mortos com grande violência com tiros de rifle e armas afiadas. Os cadáveres foram profanados e ridicularizados pela multidão.

O «odium fidei» (ódio pela fé) foi a principal motivação para as acções dos algozes. Na verdade, a Comuna, além das questões sócio-políticas, tinha óbvias implicações anti-religiosas: para superar o antigo regime e promover novas formas de sociedade, alguns comunais viam na religião cristã e seus expoentes um obstáculo a ser eliminado. Os Servos de Deus só foram presos por serem padres. O «odium fidei» também é confirmado pela fúria perpetrada contra os religiosos pela multidão enfurecida e pelo saque de locais e móveis dedicados ao culto. Na Casa Mãe da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria as Espécies Eucarísticas e os objectos sagrados foram profanados.

Quanto ao martírio formal «ex parte victimarum», os Servos de Deus estavam cientes dos riscos que corriam. Eles poderiam ter deixado Paris, mas preferiram ficar e cumprir seu serviço ministerial. O Servo de Deus Matteo Enrico Planchat, alertado para a possibilidade da sua prisão, permaneceu em seu lugar para confessar os fiéis em vista da Páscoa. Durante o tempo de prisão, os Servos de Deus rezaram e confessaram os outros presos.

A fama de seu martírio e dos sinais espalhou-se logo após sua morte e manteve-se ao longo dos anos, até à actualidade.

Beatificados na Igreja de Saint-Sulpice, Paris, a 22 de Abril de 2023, com os Servos de Deus Henri Planchat, Ladislas Radigue, Polycarpe Tuffier e Frézal Tardieu, pelo Cardeal Marcello Semeraro, Prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos.

(cf. Enrico Planchart, Ladislao Radigue e 3 Compagni (causesanti.va)

terça-feira, 18 de abril de 2023

VOCES8 - Regina Caeli Laetare a 8

℣ 𝕽𝖊𝖌𝖎𝖓𝖆 𝕮𝖆𝖊𝖑𝖎, 𝖑𝖆𝖊𝖙𝖆𝖗𝖊, 𝖆𝖑𝖑𝖊𝖑𝖚𝖎𝖆! ℟ 𝕼𝖚𝖎𝖆 𝖖𝖚𝖊𝖒 𝖒𝖊𝖗𝖚𝖎𝖘𝖙𝖎 𝖕𝖔𝖗𝖙𝖆𝖗𝖊, 𝖆𝖑𝖑𝖊𝖑𝖚𝖎𝖆! ℣ 𝕽𝖊𝖘𝖚𝖗𝖗𝖊𝖝𝖎𝖙, 𝖘𝖎𝖈𝖚𝖙 𝖉𝖎𝖝𝖎𝖙, 𝖆𝖑𝖑𝖊𝖑𝖚𝖎𝖆! ℟ 𝕺𝖗𝖆 𝖕𝖗𝖔 𝖓𝖔𝖇𝖎𝖘 𝕯𝖊𝖚𝖒, 𝖆𝖑𝖑𝖊𝖑𝖚𝖎𝖆! ℣ 𝕲𝖆𝖚𝖉𝖊 𝖊𝖙 𝖑𝖆𝖊𝖙𝖆𝖗𝖊, 𝖁𝖎𝖗𝖌𝖔 𝕸𝖆𝖗𝖎𝖆, 𝖆𝖑𝖑𝖊𝖑𝖚𝖎𝖆! ℟ 𝕼𝖚𝖎𝖆 𝖘𝖚𝖗𝖗𝖊𝖝𝖎𝖙 𝕯𝖔𝖒𝖎𝖓𝖚𝖘 𝖛𝖊𝖗𝖊, 𝖆𝖑𝖑𝖊𝖑𝖚𝖎𝖆! ℣ 𝕺𝖗𝖊𝖒𝖚𝖘: 𝕯𝖊𝖚𝖘, 𝖖𝖚𝖎 𝖕𝖊𝖗 𝖗𝖊𝖘𝖚𝖗𝖗𝖊𝖈𝖙𝖎𝖔𝖓𝖊𝖒 𝕱𝖎𝖑𝖎𝖎 𝖙𝖚𝖎, 𝕯𝖔𝖒𝖎𝖓𝖎 𝖓𝖔𝖘𝖙𝖗𝖎 𝕴𝖊𝖘𝖚 𝕮𝖍𝖗𝖎𝖘𝖙𝖎, 𝖒𝖚𝖓𝖉𝖚𝖒 𝖑𝖆𝖊𝖙𝖎𝖋𝖎𝖈𝖆𝖗𝖊 𝖉𝖎𝖌𝖓𝖆𝖙𝖚𝖘 𝖊𝖘: 𝖕𝖗𝖆𝖊𝖘𝖙𝖆, 𝖖𝖚𝖆𝖊𝖘𝖚𝖒𝖚𝖘; 𝖚𝖙 𝖕𝖊𝖗 𝖊𝖎𝖚𝖘 𝕲𝖊𝖓𝖊𝖙𝖗𝖎𝖈𝖊𝖒 𝖁𝖎𝖗𝖌𝖎𝖓𝖊𝖒 𝕸𝖆𝖗𝖎𝖆𝖒, 𝖕𝖊𝖗𝖕𝖊𝖙𝖚𝖆𝖊 𝖈𝖆𝖕𝖎𝖆𝖒𝖚𝖘 𝖌𝖆𝖚𝖉𝖎𝖆 𝖛𝖎𝖙𝖆𝖊. 𝕻𝖊𝖗 𝖊𝖚𝖓𝖉𝖊𝖒 𝕮𝖍𝖗𝖎𝖘𝖙𝖚𝖒 𝕯𝖔𝖒𝖎𝖓𝖚𝖒 𝖓𝖔𝖘𝖙𝖗𝖚𝖒. ℟ 𝕬𝖒𝖊𝖓. ℣ Rainha do Céu, alegrai-vos, aleluia! ℟ porque quem merecestes trazer em vosso seio, aleluia! ℣ ressuscitou, como disse, aleluia! ℟ rogai a Deus por nós, aleluia! ℣ exultai e alegrai-Vos, ó Virgem Maria, aleluia! ℟ porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente, aleluia! ℣ oremos: ó Deus, que Vos dignastes alegrar o mundo com a Ressurreição do Vosso Filho Jesus Cristo, Senhor Nosso, concedei-nos, Vos suplicamos, que por sua Mãe, a Virgem Maria, alcancemos as alegrias da vida eterna. Pelo mesmo Cristo, Senhor Nosso. ℟ amém!

quinta-feira, 6 de abril de 2023

Abraços do Prior

Ingredientes:

6 ovos

1.400kg de farinha + qb para polvilhar o tabuleiro

1 colher de chá de fermento

1 colher de chá de bicarbonato

3 colheres de chá generosas de canela em pó + qb para polvilhar os abraços

500 gr de açúcar + qb para polvilhar os abraços

1 cálice de aguardente ou de anis

300 ml de leite

100 gr de manteiga

1 colher de sopa generosa de banha de porco

100 ml de azeite

Sumo e raspas de 2 laranjas

Confecção:

1. Pré-aquecer o forno a 180 graus

2. Bater os ovos inteiros com o açúcar até obter um creme fofo

3. Adicionar ao preparado anterior a aguardente, o azeite, a manteiga e banha (previamente derretidos), o leite, o sumo e as raspas das laranjas e bater até envolver bem

4. Adicionar ao preparado anterior a farinha, o fermento, o bicarbonato e a canela peneirados e bater bem até obter uma massa consistente

5. Num tabuleiro previamente forrado com papel vegetal e polvilhado com farinha, colocar com uma colher de sopa pedaços de massa em montinhos ligeiramente afastados, polvilhar cada um deles com canela e açúcar amarelo e levar ao forno por 20 minutos aproximadamente, até estarem douradinhos

Nota: se cozidos em forno de lenha só há vantagens.

sábado, 1 de abril de 2023

Palavra de Vida

Abril de 2023

Patrizia Mazzola e a equipa da Palavra de Vida

«Aspirai às coisas do Alto e não às coisas da Terra» (Cl 3, 2)

Tinham acabado de nascer as primeiras comunidades cristãs e já surgiam divergências, provocadas por falsas interpretações da mensagem evangélica. Paulo, que se encontrava na prisão, soube que havia problemas desses em Colossos e, por isso, escreveu a esta comunidade. 

Compreende-se melhor a Palavra de Vida deste mês se a lermos no contexto da passagem em que se encontra: «Portanto, já que fostes ressuscitados com Cristo, procurai as coisas do Alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus. Aspirai às coisas do Alto e não às da Terra. Vós morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus» (Cl 3, 1-3 )

Para ultrapassar estas divergências, Paulo convida a dirigir o nosso pensamento e todo o nosso ser para Cristo que ressuscitou. De facto, no Batismo, também nós morremos e ressuscitámos com Cristo. Podemos assim viver – “já e ainda não completamente” – esta vida nova.

«Aspirai às coisas do Alto e não às coisas da Terra» (Cl 3, 2)

Obviamente, esta possibilidade não se alcança de uma vez para sempre. Deve ser continuamente procurada num caminho desafiante, que dura a vida inteira. Significa orientar a nossa vida para o alto. De facto, Cristo trouxe para a Terra a vida do Céu e a sua Páscoa é o início da nova Criação, de uma nova humanidade. A consequência lógica de quem escolhe viver o Evangelho seria esta: fazer uma escolha que mude totalmente a nossa mentalidade, inverta a ordem, os objetivos que o mundo nos propõe, que nos liberte dos condicionalismos, fazendo-nos experimentar uma mudança radical. Na verdade, Paulo não desvaloriza as “coisas da Terra” porque tudo foi renovado, desde que o Céu tocou a Terra pela Incarnação do Filho de Deus (2Cor 5,17: “Por isso, se alguém está em Cristo, é uma nova criação. O que era antigo passou; eis que surgiram coisas novas”).

«Aspirai às coisas do Alto e não às coisas da Terra» (Cl 3, 2)

«O que são as “coisas do Alto”?», interroga-se Chiara Lubich. «São aqueles valores que Jesus trouxe à Terra e pelos quais se distinguem os seus seguidores. São o amor, a concórdia, a paz, o perdão, a integridade, a pureza, a honestidade, a justiça, etc. São todas as virtudes e riquezas que o Evangelho oferece. É com elas e por meio delas que os cristãos se mantêm na sua condição de ressuscitados com Cristo. […] 

E como é que se consegue manter o coração ancorado no céu, quando vivemos no meio do mundo? Deixando-nos guiar pelos pensamentos e pelos sentimentos de Jesus, cujo olhar interior estava sempre voltado para o Pai e cuja vida refletia em cada instante a lei do Céu, que é a lei do amor» (C. Lubich, Palavra de vida de abril de 2001, em Parole di Vita, a/c Fabio Ciardi (Opere di Chiara Lubich 5) Città Nuova, Roma 2017, pp. 640-641).

«Aspirai às coisas do Alto e não às coisas da Terra» (Cl 3, 2)

A presença dos cristãos no mundo abre-se corajosamente para a nova vida da Páscoa. São homens e mulheres novos que não são do mundo (Jo 15,18-21), mas vivem no mundo com todas as atuais dificuldades. Dizia-se assim acerca dos primeiros cristãos: «Moram na Terra e são regidos pelo Céu. […] O que a alma é para o corpo, isso são os cristãos no mundo» (Carta a Diogneto (V 9; VI 1), tradução de M. Luís Marques, in snpcultura.org.).

A escolha corajosa e totalmente evangélica de um operário, que decidiu ajudar um colega que tinha sido despedido, provocou, com o seu testemunho, uma cadeia de gestos de fraternidade. 

«Entre as várias cartas de despedimento que foram entregues na fábrica, uma era dirigida ao Jorge. Conhecendo as suas precárias condições económicas, convidei-o a ir comigo ao departamento do pessoal: “Eu estou numa situação melhor do que ele – declarei –, a minha mulher tem um emprego. Despeçam-me antes a mim”. O chefe prometeu voltar a examinar o caso. Quando saímos, o Jorge abraçou-me comovido. Naturalmente, este facto passou de boca em boca e mais dois operários, mais ou menos nas mesmas condições, disponibilizaram-se para serem despedidos no lugar de dois colegas. A direção viu-se constrangida a repensar os métodos de escolha dos despedimentos. O pároco, tendo conhecido este facto, contou-o, sem dizer nomes, na homilia do domingo. No dia seguinte, informou-me que duas estudantes lhe tinham ido entregar todas as suas poupanças, para ajudar os operários em dificuldade, declarando: “Também nós queremos imitar o gesto daquele operário”» (B. S. – Brasil) (Experiência retirada do site www.focolare.org).