quarta-feira, 31 de julho de 2019


A caminho da Festa da Transfiguração do Senhor
4º Dia - 31.07.2019
O Mistério do Monte Tabor é a bússola, a nossa pérola preciosa, o nosso tesouro escondido no campo (cf. Lc 12,33-34). O episódio da Transfiguração do Senhor, projeta uma luz deslumbrante sobre a nossa vida diária e leva-nos a dirigir a vida, os afetos a mente, tudo o que somos e temos ao destino imortal que este facto encerra.
Cf. Beato Paulo VI, «Angelus» da Festa da Transfiguração do Senhor de 6 de Agosto de 1978, preparado para os fiéis peregrinos em Castelgandolfo e que a greve doença o impediu de pronunciar, tendo o Santo Padre descansado na paz do Senhor às 21h40m do mesmo dia

Deus eterno e omnipotente,
que na gloriosa transfiguração do vosso Filho Unigénito
confirmastes os mistérios da fé
com o testemunho da Lei e dos Profetas
e de modo admirável anunciastes a adopção filial perfeita,
fazei que, escutando a palavra do vosso amado Filho,
mereçamos participar na sua glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Ámen.

terça-feira, 30 de julho de 2019


A caminho da Festa da Transfiguração do Senhor
3º Dia - 30.07.2019
“No cume do Tabor, durante uns instantes, Cristo levanta o véu que oculta o resplendor da sua divindade e manifesta-se a testemunhas escolhidas como é realmente, o Filho de Deus, resplendor da glória do Pai e imagem fiel da sua substância (cf. Heb 1, 3), mas ao mesmo tempo desvela o destino transcendente da nossa natureza humana que Ele tomou para nos salvar, destinada esta (por ter sido redimida pelo Seu sacrifício de amor irrevogável) a participar na plenitude da vida, “na herança dos santos na luz” (Col 1, 12)”.
Beato Paulo VI, «Angelus» da Festa da Transfiguração do Senhor de 6 de Agosto de 1978, preparado para os fiéis peregrinos em Castelgandolfo e que a greve doença o impediu de pronunciar, tendo o Santo Padre descansado na paz do Senhor às 21h40m do mesmo dia.

Deus eterno e omnipotente,
que na gloriosa transfiguração do vosso Filho Unigénito
confirmastes os mistérios da fé
com o testemunho da Lei e dos Profetas
e de modo admirável anunciastes a adopção filial perfeita,
fazei que, escutando a palavra do vosso amado Filho,
mereçamos participar na sua glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Ámen.

segunda-feira, 29 de julho de 2019


A caminho da Festa da Transfiguração do Senhor
2º Dia - 29.07.2019
O Tabor, não consiste num simples retorno imaginativo, fantasioso e poético a um lugar geográfico, ele é antes de tudo, uma forma muito real e concreta de viver em Deus, de mergulhar no Seu Coração, de contemplar o Seu Rosto e de permitir que ele plasme em nós a Sua Imagem, conforme a nossa vida com a Sua, nos transforme verdadeira e activamente em Sua “imagem e semelhança” (cf. Gn 1, 26-28), de forma a podermos dizer com São Paulo: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20).
Todos os baptizados, procuramos fazer a experiência viva de Cristo, o Verbo da Vida: vê-lO com os olhos, escutá-lO com os ouvidos e tocá-lO com as mãos (cf. 1 Jo 1,1). Este, é, contudo, um caminho de fé: “O rosto, que os Apóstolos contemplaram depois da ressurreição, era o mesmo daquele Jesus com quem tinham convivido cerca de três anos e que agora os convencia da verdade incrível da sua nova vida, mostrando-lhes «as mãos e o lado» (Jo 20,20). Certamente não foi fácil acreditar. Os discípulos de Emaús só acreditaram no fim dum penoso itinerário do espírito (cf. Lc 24,13-35). O apóstolo Tomé acreditou apenas depois de ter constatado o prodígio (cf. Jo 20, 24-29)” (NMI, 19)

Deus eterno e omnipotente,
que na gloriosa transfiguração do vosso Filho Unigénito
confirmastes os mistérios da fé
com o testemunho da Lei e dos Profetas
e de modo admirável anunciastes a adopção filial perfeita,
fazei que, escutando a palavra do vosso amado Filho,
mereçamos participar na sua glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Ámen.

domingo, 28 de julho de 2019


A caminho da Festa da Transfiguração do Senhor
1º Dia - 28.07.2019
No mistério da Transfiguração, a Igreja não celebra apenas a Transfiguração de Cristo, mas também a sua própria: “…transformai-vos pela renovação de vosso espírito” (Rm 12, 2).
Contemplando, em Cristo Transfigurado, a glória Divina, tornamo-nos o espelho em que Cristo gosta de reflectir essa mesma glória Divina. Pois contemplando, reflectimos aquilo que contemplamos: “Permanecendo simples e amorosamente na Sua presença para que possa reflectir em nós a Sua própria imagem como se reflecte o sol no límpido cristal” (Santa Isabel da Santíssima Trindade). Tornamo-nos naquilo que contemplamos. Contemplando, somos transfigurados na imagem que contemplamos. Contemplando Cristo, nós nos tornamos semelhantes a Ele, conformamo-nos a Ele, fazemo-nos um só espírito com Ele (cf. Regra (OIC) de Júlio II, 30), consentimos que o Seu mun­do, os Seus propósitos e os Seus sentimentos, a Sua vida se imprimam em nós, que substituam os nossos pensamentos, propósitos e sentimentos… a nossa vida, tornando-nos assim semelhantes a Ele, como diz São João da Cruz “… tenha sempre a alma o desejo contínuo de imitar a Cristo em todas as coisas, conformando-se à sua vida que deve meditar para saber imitá-la e agir em todas as circunstâncias como ele próprio agiria" (São João da Cruz). Contemplando o Seu “Rosto” vamo-nos deixando, por Ele, “despir das obras das trevas e revestir das armas da luz” (Rm 13, 12), com vista a dizer com o apóstolo Paulo: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20) e “… para mim, viver é Cristo…” (Fl 2, 21)

Deus eterno e omnipotente,
que na gloriosa transfiguração do vosso Filho Unigénito
confirmastes os mistérios da fé
com o testemunho da Lei e dos Profetas
e de modo admirável anunciastes a adopção filial perfeita,
fazei que, escutando a palavra do vosso amado Filho,
mereçamos participar na sua glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Ámen.

sábado, 27 de julho de 2019


3º Dia (27.07.2019)
Preparando a Festa
de Nª Srª do Monte Tabor
No Mistério da Transfiguração, a Igreja, não celebra apenas a Transfiguração de Cristo, mas também a sua própria transfiguração: 2transformai-vos pela renovação de vosso espírito” (Rm 12, 2) e desafia-nos a “uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo.” (Bento XVI, «Porta Fidei», 6)
“A Igreja vive da imitação de Cristo. Tudo o que Cristo fez, a Igreja o faz também. Ele torna-se a sua vida. O apelo de Cristo a Mateus: «Segue-me» (Mt 9, 9) significa: «Toma a minha vida para ti». A Igreja aplicou este chamamento a ela mesma” (El-Maskîne, Père Matta, “La communion d’amour”, Abbaye Bellefontaine, Bégrolles-en-Mauges, 1992, pg. 127).
Contemplando, em Cristo Transfigurado a glória Divina, tornamo-nos o espelho em que Cristo gosta de reflectir essa mesma glória Divina. Contemplando, reflectimos aquilo que contemplamos: “Permanecendo simples e amorosamente na Sua presença para que possa reflectir em nós a Sua própria imagem como se reflecte o sol no límpido cristal” (Santa Isabel da Santíssima Trindade).
Contemplando Cristo, nós nos tornamos semelhantes a Ele, conformamo-nos a Ele, fazemo-nos um só espírito com Ele (Cf. Júlio II, Regra (OIC), 30), consentimos que o Seu mundo, os Seus propósitos, os Seus sentimentos e a Sua vida se imprimam em nós; que substituam os nossos pensamentos, propósitos e sentimentos, tornando-nos assim semelhantes a Ele. Como diz São João da Cruz tenha sempre a alma o desejo contínuo de imitar a Cristo em todas as coisas, conformando-se à sua vida que deve meditar para saber imitá-la e agir em todas as circunstâncias como ele próprio agiria” (São João da Cruz). Contemplando o Seu “Rosto” vamo-nos deixando, por Ele, 12despir das obras das trevas e revestir das armas da luz” (Rm 13, 12), com vista a dizer com o apóstolo Paulo: “21para mim, viver é Cristo” (Fl 1, 21).
“Se Jesus é o escolhido de Deus na história, nós estamos chamados a imitá-lo, a imitá-lo em silêncio, no ocultamento, na pobreza, deixando tudo por Ele, dando tudo, perdendo tudo para obtê-lo todo. O homem não é só fruto da criação, mas objecto de aliança, para que imite a Jesus; a nossa tarefa não consiste, por tanto, unicamente em adorar e obedecer, mas em ser em Jesus e em fazer como Ele, em segui-l’O” (MARTINI, Carlo Maria, “La transfiguración de Cristo e del cristiano a la luz del Tabor”, Sal Terrae, Santander, 2012, pg. 30).
Que a Imaculada Virgem Santa Maria do Monte Tabor nos conduza pela mão, neste caminho de contemplação de Cristo, nos ensine, como ela, a ser fiéis e a realizar sempre a Vontade de Deus nas nossas vidas, por forma a que, a Trindade de quem é Filha, Mãe e Esposa, possa imprimir em nós, a beleza e a imagem de Deus, estilhaçada pela desobediência e pelo pecado e possamos com ela cantar: “MAGNIFICAT ANIMA MEA DOMINUM” (Lc 1, 46) pois, “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20).
Homilia por ocasião da Festa de Nossa Senhora do Monte Tabor, cidade de Borba, Igreja de São Bartolomeu, 28 de Julho de 2016

sexta-feira, 26 de julho de 2019


GOSTOSA FOME…
Amoroso olhar, ósculo primeiro…
Suave, intenso Fogo que consome.
Sede cristalina, gostosa fome…
Amor… que não pode ser passageiro.

Celeste, Incansável Jardineiro.
Estrela Matutina que não dorme.
Luz Refulgente, saborosa fome…
Amor… Eterno e Fiel Companheiro.

Viver, não pode, este girassol,
sem Vosso Amor, Esperançoso Amante,
sem Vossa Graça, Luminoso Sol.

Viver, não pode, Refrescante Fonte,
sem Vossa Água Viva, o girassol,
sem Vosso Olhar, Toque e Beijo abrasante.

P. Marcelino José Moreno Caldeira,
Vila de Cano, 06 de Agosto de 2007
Festa da TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR

2º Dia (26.07.2019)
Preparando a Festa
de Nª Srª do Monte Tabor
Continuação
Por isso, nela a Palavra do Senhor se torna Vida e Vida que nos dá vida em abundância (cf. Jo 10, 10). E antes mesmo, que a Vida se tornasse Carne em seu seio virginal, já ela era Feliz por ouvir a Palavra de Deus e a colocar em prática (cf. Lc 11, 28).
Antes mesmo de O gerar, já era imagem daquele que haveria de gerar e contemplar na carne… Ela foi a primeira, por privilégio de Deus, a ver restaurada em si a beleza, a imagem e semelhança de Deus (Cf. Gn 1, 26-27), que o próprio Deus imprimiu em nós e o pecado destroçou.
Como Rainha do Monte Santo, como Senhora da Transfiguração, como Nossa Senhora do Monte Tabor, desafia-nos a subir com Pedro, Tiago e João, ao alto do Monte, a determo-nos em contemplação diante do Senhor Transfigurado, ladeado por Moisés e Elias (Cf. Mc 9,4; Cf. Lc 9, 30.33; Cf. Mt 17, 3-4), deixando-nos envolver pela Luz da Trindade (Cf. Mt 17, 2.5; Cf. Lc 9, 29; Cf. Mc 9, 3) e escutar a Voz que nos desafia a escutar o seu Filho Bem-Amado (Cf. Mc 9,7; Cf. Mt 17, 5; Cf. Lc 9, 35), realizando na nossa vida, como a Senhora do Monte Tabor, a Sua Divina Vontade (Cf. Lc 1, 38), permitindo que Ele imprima em nós a Sua imagem, restaure em nós a Sua imagem: Cristo, “restituirá a perfeição da imagem divina, que se fragmentou em Adão, por causa da desobediência e do pecado” (El-Maskîne, Père Matta, “La nouvelle création de l´homme”, Abbaye de Bellefontaine, Bégrolles en Mauges, 1998, pg 166). E assim, poderemos dizer, com toda a plenitude do nosso ser: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim.” (Gl 2, 20)
Como nova criatura espiritual, o Homem Novo é-o fundamentalmente à imagem do seu Criador. O objectivo último do Homem Novo, em virtude da sua criação segundo a imagem única e gloriosa do seu Criador, é de tender para o Amor e deixar-se atrair pelo resplendor da face de Cristo, à qual todos seremos semelhantes, como diz São João: “E agora, filhinhos, permanecei nele, para que, quando Ele se manifestar, tenhamos plena confiança e não fiquemos cheios de vergonha, longe dele, por ocasião da sua vinda. Se sabeis que Ele é justo, sabei também que todo aquele que pratica a justiça nasceu dele. Caríssimos, agora já somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. O que sabemos é que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque o veremos tal como Ele é (1Jo 2, 28-3, 2). (Cf. El-Maskîne, Père Matta, “La nouvelle création de l´homme”, Abbaye de Bellefontaine, Bégrolles-en-Mauges, 1998, pg 166)
Homilia por ocasião da Festa de Nossa Senhora do Monte Tabor, cidade de Borba, Igreja de São Bartolomeu, 28 de Julho de 2016
(continua)

quinta-feira, 25 de julho de 2019


1º Dia (25.07.2019)
Preparando a Festa 
de Nª Srª do Monte Tabor
Nos relatos bíblicos da Transfiguração de Jesus, sobre o Monte Tabor, nenhum deles, faz a mais pequena referência, à presença física de Maria no Monte Santo, a quando da Transfiguração.
Então, Nossa Senhora do Monte Tabor, não será uma fantasia devocional? Uma manipulação dos Mistérios da Fé?
São João Paulo II pode dar-nos uma ajuda quando diz: “O rosto de Cristo é um rosto de luz que rasga a obscuridade da morte: é anúncio e penhor da nossa glória, porque é o rosto do Crucificado Ressuscitado, o único Redentor da humanidade, que continua a resplandecer sobre nós (cf. Sl 67, 3)” (São João Paulo II, 6 de Agosto de 2002). O mesmo João Paulo II, na «Novo Millennio Ineunte» questiona-nos desta forma: “E não é porventura a missão da Igreja reflectir a luz de Cristo em cada época da história, e por conseguinte fazer resplandecer o seu rosto também diante das gerações do novo milénio? Mas, o nosso testemunho seria excessivamente pobre, se não fôssemos primeiro contemplativos do seu rosto” (São João Paulo II, Carta Apostólica «Novo Millennio Ineunte», 16).
Este Rosto Luminoso recebêmo-l’O por Maria, que sobre ela deixou resplandecer, de modo admirável, a Luz que vem de Deus.
Resplandece em Maria que, por misterioso privilégio de Deus, nunca foi tocada pelo pecado, por isso a aclamamos como Imaculada, desde a sua Conceição.
Mas, resplandece ainda mais luminosamente, porque, mesmo sem o contemplar Transfigurado sobre o Monte Santo, o contemplou criança inocente na gruta de Belém, enquanto o embalava em seus braços virginais. Contemplou-o, no Templo de Jerusalém, quando Simeão e Ana o reconheceram como “Luz para se revelar às nações” (Lc 2, 32), a quando da sua purificação (cf. Lc 2, 28-38), ela a «Toda Pura».  E no mesmo Templo, contemplou-o entre os Doutores da Lei (cf. Lc 2, 41-51). Contemplou-o silenciosa e tranquilamente durante os longos anos laboriosos da Vida Oculta em Nazaré da Galileia (cf. Lc 2, 40). Contemplou-o nas Bodas de Caná e a todos nos convida a contemplá-lo como ela, quando nos diz: “«Fazei o que Ele vos disser!»” (Jo 2, 5). Contemplou-o discreta e ocultamente durante a Sua Vida pública. Contemplou-o, na Ceia, a Última Ceia, aquela em que, para nos amar até ao extremo, se nos deu como alimento (Cf. Jo 13 1-19). Contemplou-o Dolorosa na cruz (cf. Jo 19, 25) e inanimado entre os seus braços de Mãe. E foi a primeira a contemplá-lo Ressuscitado, e disso não tenho dúvida - mesmo se os relatos bíblicos o não retiveram -, na madrugada do primeiro dia da Semana, no luminoso e feliz Domingo de Páscoa. Contudo, contemplou-o de forma incompreensivelmente mais plena, quando repetindo a inocência pueril de Samuel (Cf. 1Sm 3, 1-10) responde ao anjo: “«Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.»” (Lc 1, 38)
Homilia por ocasião da Festa de Nossa Senhora do Monte Tabor, cidade de Borba, Igreja de São Bartolomeu, 28 de Julho de 2016
(continua)

quarta-feira, 24 de julho de 2019

SAN CHÁRBEL

São Chárbel MAKHLOUF, rogai por nós! Vida de São Chárbel MAKHLOUF 1828-1898. São Charbel Makhluf (José Makhluf), presbítero da Ordem dos Maronitas Libaneses São Charbel nasceu em 1828, numa povoação do Norte do Líbano chamada Buga-Kafra. Filho de uma numerosa e pobre família profundamente religiosa, desde criança sentia atração pela vida religiosa. Conta-se que gostava de rezar nas grutas para satisfazer a sua sede de Deus. Aos 20 anos percebeu que era o momento de se entregar ao Senhor e entrou no Mosteiro de Nossa Senhora em Mayfouq da ordem libanesa maronita, em Mayfouq, seguindo depois para Annaya. Fez os votos de pobreza, castidade e obediência; mudou seu nome de José para Charbel, um santo martirizado em Odessa, no século II, cuja festa é celebrada pelos maronitas no dia 5 de Dezembro. Após seis anos de preparação foi ordenado sacerdote em 1859 e passou a viver no Mosteiro de Annaya. No ano seguinte, escapou por pouco da horrível invasão turca, onde igrejas e mosteiros foram saqueados e destruídos, e na qual morreram milhares de jovens cristãos. A sua vida religiosa resumia-se à prática da profissão evangélica e austeridade, assiduidade na oração e obediência aos superiores. Jamais se queixou da vida comunitária ou das incompreensões que sofria. Era profundamente humilde. Em 1875, Charbel obteve permissão para viver como eremita no ermo dos santos apóstolos Pedro e Paulo, a 1200 metros de altitude. Procurava, assim, viver na maior austeridade de vida, com um rigor ainda maior do que no convento, consagrando-se ao trabalho no campo, à oração e à penitência. Charbel não foi pregador, nem missionário. Contudo, o seu eremitério era muito procurado para conselho e orientação espiritual. No dia 16 de Dezembro de 1898, Charbel iniciou a celebração da Santa Missa. Todavia, ao recitar a prece “Pai da verdade, eis o Vosso Filho, vítima do vosso agrado! Aceitai-o”, foi atacado pela paralisia e começou a agonizar, sem deixar de orar. Na noite do Natal desse mesmo ano, morreu.



quarta-feira, 17 de julho de 2019

Beato Domingos de Borba
e 39 companheiros mártires,
rogai por nós!
O testemunho do Beato Domingos Ferandes de Borba e 39 companheiros constitui um exemplo vivo e próximo para todos. A sua morte heroica é um sinal eloquente de que a vitalidade da Igreja não depende de projetos ou cálculos humanos, mas vem da adesão total a Cristo e à sua mensagem de salvação. Disto estavam bem conscientes estes mártires que tiraram forças não de um desejo de protagonismo pessoal, mas de um amor sem reservas por Jesus Cristo, mesmo à custa das suas vidas.
O martírio, com efeito, é uma revelação particular do mistério pascal que continua actuando e se oferece aos homens de todos os tempos como promessa de vida nova. Assim escrevia o famoso escritor romano Tertuliano: “Sanguis martyrum - semen christianorum”;  o sangue dos mártires é a semente dos cristãos.
Confiemo-nos à sua intercessão, cuja existência se tornou para toda a Igreja, num poderoso farol de luz, num convite convincente a viver o Evangelho de maneira radical e com simplicidade, oferecendo um corajoso testemunho da fé que supera todas as barreiras e abre horizontes de esperança e fraternidade.
Cf. Homilia do Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos na missa de beatificação de Maria do Carmo Lacaba Andía e 13 companheiras mártires, 22.06.2019

Santa Marcelina,
Virgem, irmã de Santo Ambrósio e São Satiro
Século IV - Itália
Memória litúrgica a 17 de Julho
Marcelina nasceu em Roma (ou, segundo outras fontes, em Treviri).
Oriunda de família patrícia (nobre), por volta do ano 327, em plena juventude converteu-se ao cristianismo.
Foi mestra de fé para os seus irmãos mais novos, Satiro e Ambrósio, sobretudo depois da morte da mãe. Ambrósio tornar-se-ia o célebre santo bispo de Milão.
No dia de Natal de 353, recebe, das mãos do Papa Libério na Basílica de São Pedro no Vaticano, o véu virginal, sinal da sua consagração a Deus na Ordem das Virgens.
Em 374, com a eleição do seu irmão Abrósio para bispo de Milão, juntamente com ele e o seu irmão Satiro transfere-se para esta cidade. Na cidade lombarda Marcelina continuou a vida comunitária com as companheiras vindas de Roma.
Morreu em 397, poucos meses depois do seu irmão Ambrósio e foi sepultada na Basílica de Santo Ambrósio em Milão.

terça-feira, 16 de julho de 2019


SENHORA DO MONTE CARMELO
«Estrela do Mar» ou «Senhora do Lugar»
A primeira Capela ou Ermida dedicada a Nossa Senhora no Monte Carmelo é do séc IX  e conhece-se o seu primeiro Ícone que é a imagem mais antiga mariana venerada pelos eremitas que aí viviam. Chamavam-lhe simplesmente «A Senhora do Lugar».
Quando a Ordem nasceu a Virgem Maria ocupava já um lugar central e de destaque na organização e sentido daquela Comunidade mais primitiva. O nome que escolheram e com o que se apresentaram na Igreja: "Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo",  provam isso! Desta família arranca a tradição da devoção e uso do Santo Escapulário que é um pano castanho que se coloca sobre os ombros, e é uma expressão carmelita tradicional de devoção a Maria e, em imitação dela, reflete a nossa rendição ao plano salvífico de Deus. "Quem for revestido deste hábito (escapulário) será salvo"! disse a Virgem Maria a S. Simão Stock.
No séc XIII, os eremitas pela perseguição dos muçulmanos, forçados a deixar o Monte Carmelo, viajaram para a Europa, carregando com eles o precioso Ícone.
Este foi colocado sobre o altar-mor de sua igreja em Nápoles, e lá, com o tempo em que o ícone ganhou uma tonalidade de pele escuro tanto da Mãe como do Filho, veio a ser conhecido como «La Bruna».
Permaneceu neste lugar de honra por mais de 100 anos, e muitos milagres aconteceram até que o ícone foi removido para um altar lateral por um decreto real. No ano jubilar de 1500, cidadãos piedosos de Nápoles levaram o ícone em procissão a Roma. Durante a peregrinação, as pessoas doentes que tinham grande confiança na Mãe de Deus sob a invocação de Nossa Senhora do Monte Carmelo, foram curadas milagrosamente.
A sua representação foi concebida para comunicar ao Carmelita contemplativo os valores da vida de Maria e portanto, para ajudar a caminhar para Deus, com e como Maria. São pormenores interessantes na simbologia mariana do ícone. Assim vemos que:
1. A cor dourada (lembrando o sol) das aureolas e do fundo indica a santidade de Maria, coração sempre revestido de Deus.
2. A cor azul escuro – verde (cor do mar, um símbolo da fertilidade) o manto da Senhora proclama o valor da sua Maternidade Divina.
3. A cor vermelha (símbolo do amor) da túnica, cuja parte cobre o Menino, indica o forte amor da Mãe que a liga ao seu filho Jesus.
4. A estrela com cauda, no manto de Maria,  é um sinal de sua virgindade antes, durante e depois do parto: mulher de coração indiviso para Deus.
5. A cor de pele de ovelha na manga do Menino lembra-nos que ELE  é o Cordeiro de Deus.
6. O rosto do Menino, com idade indefinida, comunica algo profundo: este é o Verbo eterno do Pai que se fez homem.
7. A mão esquerda de Maria segura o Filho no colo é sinal de ternura. A mão direita, responde à nossa súplica: “mostrai-nos Jesus, bendito fruto...”, indicando-nos: “Eis o caminho, a verdade e a vida”.
8. A posição do Menino, rosto colado ao da Mãe, é clara demonstração da recíproca ternura dos dois.
9. O rosto de Maria e de Jesus voltados para nós exprimem a missão redentora de Jesus e a participação co-redentora de Maria.
Toda a composição do ícone acima, do tipo iconográfico da eleusa (ternura), fala ao cristão, em particular ao Carmelita, da realidade da Virgem Mãe de Deus no mistério de Cristo e da Igreja e é convite à nossa intimidade, familiaridade e imitação de Maria.
Este ícone, recebeu a coroa de outro por Decreto do Capítulo do Vaticano a 11/06/1875. O Santuário do Carmo onde é venerada desde o século XIII fica em Nápoles (Itália).
A partir deste ícone muitas imagens se pintaram da Senhora do Monte Carmelo e que nos são muito queridas.
(fonte: https://mariamhesed.wixsite.com/carmeloguarda/virgem-maria-do-monte-carmelo)
ORAÇÃO
Venha em nossa ajuda, Senhor, a poderosa intercessão da bem-aventurada Virgem Maria, para que, protegidos pelo seu auxílio, cheguemos ao verdadeiro monte da salvação, Jesus Cristo Nosso Senhor. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.