domingo, 1 de janeiro de 2023

Como Santinho Protector

calhou-me SÃO JOSÉ,

esposo da Virgem Maria

Memória a 19 de Março e 1 de Maio

São José teve como sua esposa a Imaculada Virgem Maria, da qual nasceu pelo Espírito Santo, Nosso Senhor Jesus Cristo, que perante os homens dignou-se ter sido considerado filho de José, e lhe foi submisso. E Aquele que tantos reis e profetas desejaram ver, José não só viu, mas com Ele conviveu e com paterno afeto abraçou e beijou; e além disso, nutriu cuidadosamente Aquele que o povo fiel comeria como pão descido dos céus para conseguir a vida eterna. Por esta sublime dignidade, que Deus conferiu a este fidelíssimo servo seu, a Igreja teve sempre em alta honra e glória o Beatíssimo José, depois da Virgem Mãe de Deus, sua esposa, implorando a sua intercessão em momentos difíceis.” Pio IX, «QUEMADMODUM DEUS»

“Os Evangelhos falam exclusivamente daquilo que José «fez»; no entanto, permitem-nos auscultar nas suas «acções», envolvidas pelo silêncio, um clima de profunda contemplação. José estava quotidianamente em contacto com o mistério «escondido desde todos os séculos», que «estabeleceu a sua morada» sob o tecto da sua casa.” São João Paulo II, «REDEMPTORIS CUSTOS», 25

“Todos podem encontrar em São José – o homem que passa despercebido, o homem da presença quotidiana discreta e escondida – um intercessor, um amparo e uma guia nos momentos de dificuldade. São José lembra-nos que todos aqueles que estão, aparentemente, escondidos ou em segundo plano, têm um protagonismo sem paralelo na história da salvação.” Francisco, «PATRIS CORDE»

Deus Eterno e Omnipotente, 

Criador, Salvador e Vivificador,

eu Vos dou graças pelo Santo Protector 

que Me concedestes para este ano de 2023.

Concedei-me que seguindo o seu exemplo 

me encontre verdadeiramente conVosco, 

deixe abrasar do Vosso Amor, 

seja fiel à Vossa Vontade, 

me liberte das obras da trevas 

e revista das armas da luz (cf. Rm 13, 12),

me deixe habitar por Vós 

e seja a morada da Vossa eleição. 

Que o meu testemunho de vida,

seja Verdadeiramente evangélico,

contribua para a construção do “mundo novo”

e, no termo deste ano,

me encontre mais parecido convosco 

e, possa dizer com verdade e com a vida: 

“Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim.” (Gl 2, 20)

Tudo isto, conduzido e guiado 

pela mão carinhosa e maternal de Maria,

Vossa Filha, Mãe e Esposa. Ámen.

Palavra de Vida

Janeiro de 2023

Patrizia Mazzola e pela equipa da Palavra de Vida

“Aprendei a fazer o bem, procurai a justiça.” (Is 1, 17)

A palavra de vida do mês de janeiro encontra-se no primeiro capítulo do profeta Isaías. Esta foi a frase escolhida para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que se celebra, no hemisfério norte, de 18 a 25 de janeiro. Os textos foram preparados por um grupo de cristãos do Minnesota, nos Estados Unidos (Em Minneapolis, cidade do Minnesota, em 2020, foi assassinado George Floyd. Deste homicídio surgiu um movimento pela eliminação de todas as formas de descriminação racial). A justiça é hoje um tema premente. As desigualdades, a violência e os preconceitos multiplicam-se, no seio de uma sociedade que tem dificuldade em testemunhar uma cultura de paz e de unidade. 

No tempo de Isaías não era muito diferente. As guerras, as revoltas, a procura da riqueza e do poder, a idolatria e a marginalização dos pobres tinham desviado o povo de Israel do seu caminho. O profeta, com palavras muito duras, chama a sua gente a um caminho de conversão, indicando o percurso para voltar ao espírito original da aliança feita por Deus com Abraão.

“Aprendei a fazer o bem, procurai a justiça.” (Is 1, 17)

O que significa aprender a fazer o bem? É preciso pormo-nos na disposição de aprender. É-nos pedido um esforço. No caminho do dia a dia temos sempre qualquer coisa ainda para compreender, para melhorar. Quando erramos, podemos recomeçar. 

O que significa procurar a justiça? Ela deve ser procurada como um tesouro, deve ser desejada, é a meta do nosso agir. A prática da justiça ajuda a aprender a fazer o bem. É saber acolher a vontade de Deus, que é o nosso bem. 

Isaías apresenta exemplos concretos. Aqueles por quem Deus tem uma especial preferência ­– por serem os mais indefesos – são os oprimidos, os órfãos e as viúvas. Deus convida o seu povo a cuidar concretamente dos outros, sobretudo dos que não têm condições de fazer valer os seus direitos. As práticas religiosas, os ritos, os sacrifícios, as orações não Lhe são agradáveis se não forem associados à procura e à prática do bem e da justiça.

“Aprendei a fazer o bem, procurai a justiça.” (Is 1, 17)

Esta palavra de vida impele-nos a ajudar os outros, a ter um olhar atento, a socorrer concretamente os que se encontram em necessidade. O nosso caminho de conversão requer que abramos o coração, o pensamento, os braços principalmente àqueles que sofrem. 

«O desejo e a procura da justiça estão, desde sempre, inscritos na consciência do homem. Foram colocados no seu coração pelo próprio Deus. Apesar de todas as conquistas e progressos alcançados no decurso da História, como está longe ainda a plena realização do projeto de Deus! As guerras que ainda hoje se travam, tal como o terrorismo e os conflitos étnicos, são sinal das desigualdades sociais e económicas, das injustiças, dos ódios. […] Sem amor, sem respeito pela pessoa, sem atenção às suas necessidades, os relacionamentos pessoais podem até ser corretos, mas podem também tornar-se burocráticos, incapazes de dar respostas que resolvam as necessidades humanas. Sem amor nunca existirá a verdadeira justiça, a partilha de bens entre ricos e pobres, a atenção à singularidade de cada homem e mulher e à situação concreta em que eles se encontram» (C. Lubich, Palavra de Vida de novembro de 2006, em Parole di Vita, a/c Fabio Ciardi (Opere di Chiara Lubich 5) Città Nuova, Roma 2017, p. 795).

“Aprendei a fazer o bem, procurai a justiça.” (Is 1, 17)

Viver para o mundo unido é assumir, como se fossem nossas, as feridas da humanidade, através de pequenos gestos que possam ajudar a construir a família humana. 

Um dia, J. da Argentina encontrou casualmente o presidente do Instituto onde tinha ensinado e que o tinha despedido injustamente. Quando o presidente o reconheceu, procurou evitá-lo, mas J. foi ao seu encontro. Perguntou-lhe como estava e o presidente contou-lhe as dificuldades em que se encontrava: estava agora a viver noutra cidade e à procura de trabalho. J. ofereceu-se para o ajudar e, no dia seguinte, difundiu entre os seus conhecidos a notícia de que estava à procura de trabalho para uma pessoa. A resposta não tardou. Quando o presidente recebeu a notícia da oferta de um novo trabalho, quase não conseguia acreditar! Aceitou, profundamente grato e comovido pelo facto de ter sido alguém que ele um dia tinha despedido a interessar-se concretamente por ele. 

J. recebeu depois o “cêntuplo” porque, precisamente naqueles dias, lhe ofereceram dois trabalhos que ele tinha sempre desejado, desde que entrou na universidade. Também ele estava admirado e tocado por este amor concreto de Deus (Experiência retirada de “Il Vangelo del giorno”, Città Nuova, ano VIII, n. 1, 2022).