quinta-feira, 3 de agosto de 2023

As “minhas” JMJ - I

Jornada Mundial da Juventude de 1989

Santiago de Compostela, Espanha  

(19-20 de agosto de 1989)

A III Jornada Mundial da Juventude (ou JMJ 1989) foi um encontro da juventude católica ocorrido em Santiago de Compostela, na Espanha, nos dias 19 e 20 de Agosto de 1989.

O número de peregrinos estimado foi de um milhão de pessoas.

Tema

O tema escolhido por João Paulo II foi “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6)

Hino

«Somos los Jóvenes del 2000»  é uma canção composta para ser o hino da Jornada Mundial da Juventude de 1989.


(43) Himna SDM Santiago de Compostela 1989. - Somos los Jòvenes del 2000 ♫ - YouTube

terça-feira, 1 de agosto de 2023

Palavra de Vida

Agosto de 2023

Victoria Gómez e equipa da Palavra de Vida

«Mulher, grande é a tua fé! Faça-se como desejas». (Mt 15, 28)

Jesus dirige-se para a região de Tiro e de Sídon, em terra estrangeira. Talvez procurasse ter finalmente um pouco de repouso com os seus, ou até solidão, silêncio, oração, refúgio. Inesperadamente, ouvem os gritos de uma mulher de quem não sabemos o nome, como acontece com outras personagens nos evangelhos. A sua presença perturba e incomoda os discípulos que, para se livrarem dela, “imploram” a Jesus que a atenda: «porque vem a gritar atrás de nós». A mulher não se retrai pelo facto de não ser israelita, nem por ser mulher, nem por ser ignorada pelo Mestre. É uma mãe desesperada por causa da sua filha «cruelmente atormentada por um demónio». Aproxima-se de Jesus com a tenacidade de querer um encontro pessoal com Ele, e consegue «prostrar-se diante» do Mestre, enquanto insiste no seu pedido de ajuda. Jesus dirige-lhe palavras de uma dureza pouco habitual: «Não é justo que se tome o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos».

«Mulher, grande é a tua fé! Faça-se como desejas». (Mt 15, 28)

A mulher aceita a rejeição. Compreende que o seu mundo não faz parte da missão primária de Jesus. Assume que o seu Deus não é uma máquina distribuidora de graças, mas um pai que pede um relacionamento baseado na verdade, que passa pelo reconhecimento da sua própria pobreza pessoal. Esta mulher, consciente disso, olha Jesus nos olhos: «É verdade, Senhor, mas até os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa dos seus donos». Encosta Jesus à parede – por assim dizer – e Ele deixa-se comover pela humildade de quem se contenta só com as migalhas. Até os seus gritos parecem expressão de fé, pois trata-o por «Senhor, Filho de David!».

«Mulher, grande é a tua fé! Faça-se como desejas». (Mt 15, 28)

A sua grande fé é caracterizada nos evangelhos por alguns verbos: a mulher vem e dirige-se a Jesus; grita; chora; implora misericórdia; reconhece-O como Senhor e prostra-se diante d’Ele; mantém intacta a tenacidade e a certeza de que, para o Senhor, o impossível é possível; responde à dureza de Jesus com uma lógica perfeita. Amor materno e confiança são os seus pontos fortes. «E a sua filha ficou curada a partir daquela hora».

Esta Palavra é a fotografia da fé viva e operante numa pessoa. Ao mesmo tempo, mostra os esforços e o caminho da primeira comunidade cristã – a quem Mateus se dirige – na abertura ao mundo não hebreu, que está à procura e é capaz de uma grande fé.

«Mulher, grande é a tua fé! Faça-se como desejas». (Mt 15, 28)

Tal como para a mulher sirofenícia, «também a nossa fé pode ser posta à prova por uma dificuldade imprevista, por um acontecimento inesperado que vem abalar os nossos projetos, por uma doença grave, pelo prolongar-se de uma situação muito dolorosa» (Cf. C. Lubich, Palavra de Vida de junho de 1994, in Parole di Vita, a/c Fabio Ciardi (Opere di Chiara Lubich 5), Città Nuova, Roma 2017, p. 550). Poderíamos ainda acrescentar: pela falta de paz no mundo, pelas injustiças estruturais, pelo planeta gravemente doente, pelos conflitos familiares e sociais… Uma das nossas fragilidades pode ser a nossa falta de perseverança e de confiança plena. «Deus permite que a nossa fé passe por situações difíceis, por vezes absurdas. Ele quer purificá-la, quer ver se nós sabemos verdadeiramente abandonar-nos a Ele, acreditando que o seu amor é muito maior do que os nossos projetos, desejos ou expetativas» (Ibid.).

Aconteceu a Saliba. Também ele parecia forçado a ter de abandonar a sua cidade (Homs, na Síria) e os seus pais idosos. O negócio do pai, vidraceiro, tinha sido destruído durante a guerra. A cidade estava arrasada. Como outros jovens, Saliba pensava que seria forçoso procurar construir novas oportunidades noutras paragens, mas não se rendeu. Com os seus 22 anos e a persistência de quem não renuncia a dar o seu próprio contributo ao seu povo ferido, aproveitou a ocasião que lhe foi oferecida pelo projeto RestarT (https://www.amu-it.eu/progetti-int/restart-ripartire-per-restare/). Abriu um minimercado, onde os seus concidadãos podem encontrar queijos, yogurt e manteiga confecionados pela sua mãe, para além de legumes, azeite, especiarias, café. Já arranjou um frigorífico e um gerador de corrente. Nos dias em que o minimercado está fechado, vai com o seu pai já idoso distribuir cabazes alimentares às famílias com falta de recursos (Cf. https://www.unitedworldproject.org/pt-br/workshop/siria-o-minimercado-de-saliba-em-breve-abrira-as-portas/).