sábado, 30 de novembro de 2019


2º Dia da Novena da Imaculada Conceição
30 de Novembro de 2019
Avé Maria puríssima, sem pecado concebida.

Na Imaculada Conceição “resplandece a eterna bondade do Criador que, no seu desígnio de salvação, a escolheu para ser a mãe do seu Filho unigénito e, em previsão da morte de Cristo, a preservou de toda a mancha de pecado (cf. Oração da Colecta). Desta maneira, na Mãe de Cristo e nossa Mãe realizou-se perfeitamente a vocação de cada ser humano. Todos os homens, recorda o apóstolo Paulo, estão chamados para que sejam santos e sem defeito diante d'Ele, no amor (cf. Ef 1, 4). Ao dirigir o olhar para Nossa Senhora, como não deixar que ela desperte em nós, seus filhos, a aspiração pela beleza, pela bondade, e pela pureza do coração? A sua pureza celestial leva-nos para Deus, ajudando-nos a superar a tentação de uma vida medíocre, feita de compromissos com o mal, para nos orientarmos decididamente para o bem autêntico, que é fonte de alegria.”
(Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, Bento XVI, "Angelus" - Praça de São Pedro, 8 de Dezembro de 2005)

Avé Maria …

Senhor nosso Deus, que, pela Imaculada Conceição da Virgem Maria, preparastes para o vosso Filho uma digna morada e, em atenção aos méritos futuros da morte de Cristo, a preservastes de toda a mancha, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de chegarmos purificados junto de Vós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Montando o Presépio 2019
Ao ritmo da Palavra de Deus e do Ensino da Igreja
3º - Os Anjos (que anunciaram a chegada de Jesus)

Para escutar
Do Evangelho de São Lucas 
(Lc 2, 10-14)
“O anjo disse-lhes: «Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura.» De repente, juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste, louvando a Deus e dizendo: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do seu agrado» ”.

Para Meditar
Palavras do Papa Bento XVI
Cf. Bento XVI, «Homilia» Missa da Meia-Noite na Solenidade do Natal do Senhor, 24/12/2010
O exército celeste louvava a Deus e dizia: «Glória a Deus nas alturas…» (Lc 2, 13-14). Mas desde sempre os homens souberam que o falar dos anjos é diverso do dos homens; e que, precisamente na noite de Natal, tal falar foi um canto no qual brilhou a glória sublime de Deus. Assim, desde o início, este canto dos anjos foi entendido como música vinda de Deus, mais ainda, como convite a unirmo-nos ao canto com o coração em júbilo pelo facto de sermos amados por Deus. Diz Santo Agostinho: cantar é próprio de quem ama. Assim ao longo dos séculos, o canto dos anjos tornou-se sempre de novo um canto de amor e de júbilo, um canto daqueles que amam. Nesta hora, associemo-nos, cheios de gratidão, a este cantar de todos os séculos, que une céu e terra, anjos e homens.

Para rezar
Nós Vos damos graças, Senhor, 
por vossa imensa glória. 
Nós Vos damos graças pelo vosso amor. 
Fazei que nos tornemos cada vez mais 
pessoas que amam juntamente convosco 
e, consequentemente, pessoas de paz. 
Ámen.
Bento XVI

Para rezar em conjunto
Pai Nosso… 
Avé Maria… 
Glória ao Pai…

V/. Mãe de Deus e Mãe da Igreja.

R/. Rogai por nós.

Para terminar
V/. Bendigamos ao Senhor.
R/. Graças a Deus.

sexta-feira, 29 de novembro de 2019


1º Dia da Novena da Imaculada Conceição
29 de Novembro de 2019
Avé Maria puríssima, sem pecado concebida.

“A humilde jovem de Nazaré, que com o seu “sim” ao anjo mudou o curso da história, foi preservada de qualquer mancha de pecado desde a sua concepção. Foi precisamente ela que beneficiou primeiro da obra de salvação realizada por Cristo, escolhida desde a eternidade para ser Sua mãe.
Por esta razão, hoje os nossos olhos permanecem fixos no mistério da sua Imaculada Conceição, enquanto o coração se abre para um cântico geral de agradecimento. …. Ao mesmo tempo, somos convidados a imitá-la: Maria agradou a Deus devido à sua dócil humildade. Ao mesmo tempo respondeu: "Ecce Ancilla Domini, fiat mihi secundum verbum tuum" (Lc 1, 38). "Eis aqui a serva do Senhor"! É com esta mesma disposição interior que os crentes são chamados a acolher a vontade divina em todas as circunstâncias.
"Seguimos-Te Virgem Imaculada, atraídos pela tua santidade" (Antífona das Laudes). Assim nos dirigimos hoje a Maria, conscientes das nossas fraquezas, mas com a certeza da sua ajuda materna e constante. ... Peçamos agora à Virgem Imaculada que ajude todos os cristãos a serem discípulos autênticos de Cristo, para que eles tenham uma fé sempre mais pura, uma esperança mais firme e uma caridade mais generosa.
(Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, Beato João Paulo II, «Angelus», 8 de Dezembro de 2002)

Avé Maria …

Senhor nosso Deus, que, pela Imaculada Conceição da Virgem Maria, preparastes para o vosso Filho uma digna morada e, em atenção aos méritos futuros da morte de Cristo, a preservastes de toda a mancha, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de chegarmos purificados junto de Vós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

quinta-feira, 28 de novembro de 2019


Beato Marcelino Sanchez Fernandez,
mártir dos Missionários Oblatos de Urnieta (de Maria Imaculada)
Século XX - Espanha
Memória litúrgica a 28 de Novembro
Marcelino Sánchez Fernandez nasceu em Santa Marina del Rey, provincia de León e diocese de Astorga, a 30 de Dezembro de 1910.
Os seus pais, Nicolás e Ángela, tiveram oito filhos, os quais morreram em vida dos pais, excepto Marcelino e um outro chamado Angel. Era uma família cristã com boa conduta moral.
Durante a sua infância Marcelino vive num ambiente bom, tranquilo, religioso. Pertencia à Associação dos “Tarsicios”, movimento católico para ensinar aos meninos a devoção a Jesus Eucaristia e a comunhão frequente.
Entrou no Seminário Menor dos Missionários Oblatos de Urnieta (Guipúzcoa). A saúde de Marcelino era precária, o que o obrigou a regressar à casa paterna. Uma vez curado, regressou ao Seminário, e ao ver que não era capaz de continuar os estudos por motivos de saúde, foi orientado para a vocação de irmão Oblato. Assim, a 24 de Março de 1927, começou o noviciado em Las Arenas (Vizcaya) na qualidade de irmão coadjutor e professou a 25 Março de 1928, festa da Encarnação do Senhor. Permanece na comunidade do noviciado, prestando vários serviços como alfaiate e porteiro.
Na origem da sua vocação manifesta-se com força a sua fé para seguir a Vontade de Deus, apesar da situação da sua mãe, paralítica. Dotado de boa vontade e amante da sua vocação religiosa, segue-a fielmente, apesar dos contratempos e achaques de saúde que o impedem de continuar os seus estudos e aceita com humildade abandonar o seu projecto de ser sacerdote para continuar na vida religiosa como irmão coadjutor.
Um sobrevivente, o Padre Felipe Díez, diz destes irmãos Oblatos religiosos como os outros Oblatos, mas não sacerdotes:
Viviam um sacrifício exemplar nos vários serviços que prestavam. Entre outras funções, recordo que o irmão Bocos se dedicava à cozinha, o irmão Eleuterio tratava da limpeza da casa, e o irmão Marcelino Sánchez dedicava-se à alfaiataria, e organização dos hábitos talares (…). Viveram a virtude da pobreza aceitando a realidade da nossa vida plena de carências quanto aos bens materiais, vivendo o Evangelho no amor e na fidelidade ao trabalho, procurando, como diz o Evangelho, “servir e não ser servidos”.
De maneira especial quero sublinhar o exemplo dos irmãos coadjutores que desenvolviam com alegria os serviços mais humildes na comunidade e eram um estímulo para todos. Concretamente, recordo os irmãos Bocos, Sánchez e Prato, que nos dão um exemplo alegre e simples no trabalho quotidiano.
Em 1930, foi inaugurado o Escolasticado ou Seminário Maior em Pozuelo, é destinado a esta nova comunidade e a prestar os seus serviços em várias áreas, principalmente na alfaiataria.
Em 1935, depois de sete anos de votos temporários, faz a sua oblação perpétua e é plenamente integrado na Congregação a que sempre tinha mostrado tanto afecto. É recordado como um religioso fervoroso, devoto da Virgem, que trazia sempre o terço consigo, obediente, serviçal e responsável.
A 22 de Julho de 1936 é preso com toda a comunidade Oblata de Pozuelo de Alarcón; juntamente com todos os prisioneiros é levado à Direcção Geral de Segurança, situada na Praça Puerta del Sol, no centro de Madrid. No dia seguinte regressa à liberdade.
Numa detenção geral é de novo preso e levado para o Cárcere Modelo em Madrid. A 15 Novembro de 1936 é levado para a prisão de Santo Antão (Escola dos Escolápios transformada em prisão), e durante a noite de 27-28 do mesmo mês “é levado” para ser martirizado em Paracuellos del Jarama, a poucos kilómetros de Madrid. Tinha 26 anos.
O Padre Felipe Díez, continua: No momento da morte, disseram-me que um, que pela descrição coincide com o Padre Esteban, nosso Provincial,  pede autorização paradar a absolvição aos seus companheiros. E as suas últimas palavras foram: “Sabemos que nos matais por sermos sacerdotes e religiosos. Perdoamo-vos. Viva Cristo Rei!”

sábado, 23 de novembro de 2019


Acto de Consagração do género humano a Cristo Rei
Concede-se indulgencia plenária ao fiel que na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, recita publicamente o acto de consagração do género humano a Cristo Rei. Para tal requerem-se, para além da recitação da oração que segue, as três condições: Confissão Sacramental, Missa e comunhão eucarística e oração segundo as intenções do Santo Padre (um Pai Nosso e uma Avé Maria)
Dulcíssimo Jesus, Redentor do género humano, lançai o vosso olhar sobre nós, humildemente prostrados na vossa presença.
Nós somos e queremos ser vossos; e a fim de podermos viver mais intimamente unidos a Vós, cada um de nós se consagra espontaneamente neste dia ao vosso sacratíssimo Coração.
Muitos há que nunca Vos conheceram; muitos, desprezando os vossos mandamentos, Vos renegaram. Benigníssimo Jesus, tende piedade de uns e de outros e trazei-os todos ao vosso Sagrado Coração.
Senhor, sede rei não somente dos fiéis que nunca de Vós se afastaram, mas também dos filhos pródigos, que Vos abandonaram; fazei que tornem quanto antes à casa paterna, para não perecerem de miséria e de fome. Sede rei dos que vivem iludidos no erro ou separados de Vós pela discórdia; trazei-os ao porto da verdade e à unidade da fé, a fim de que, em breve, haja um só rebanho e um só pastor.
Senhor, conservai incólume a vossa Igreja e dai-lhe uma liberdade segura e sem peias; concedei ordem e paz a todos os povos; fazei que de um pólo a outro do mundo ressoe uma só voz:
Louvado seja o Coração divino, que nos trouxe a salvação. Honra e glória a Ele pelos séculos dos séculos. 
Amém.

sexta-feira, 22 de novembro de 2019



SERVOS DE DEUS Marcelino
Nas minhas buscas de Servos de Deus, Veneráveis, Beatos e Santos com o meu nome, MARCELINO (35), tenho uma lista de 15 Servos de Deus, que segue, dos quais só sei o nome e que são mártires da Guerra Civil de Espanha.
Se alguém me poder mais informações, sobre eles ou algum deles, fico eternamente agradecido.
Desde já, muito obrigado.

SIERVOS DE DIOS Marcelino
En mi búsqueda de Siervos de Dios, Venerable, Beatos y Santos con mi nombre, MARCELINO (35), tengo una lista de 15 Siervos de Dios, que sigue, de los cuales solo sé el nombre y que son mártires de la Guerra Civil española.
Si alguien puede darme más información sobre ellos o sobre alguno de ellos, estoy eternamente agradecido.
Desde ya muchas gracias.

1. Servo de Deus Marcelino Bochaca Alsina
2. Servo de Deus Marcelino Castellanos Lliura
3. Servo de Deus Marcelino Clavet Ferrés
4. Servo de Deus Marcelino Forcada Blanch
5. Servo de Deus Marcelino González Gimñenez
6. Servo de Deus Marcelino López Hermando
7. Servo de Deus Marcelino Nadal Ramón
8. Servo de Deus Marcelino Pedra Cervera
9. Servo de Deus Marcelino Sallent Moré
10. Servo de Deus Marcelino Sellarés Esquins
11. Servo de Deus Marcelino Serra Canos
12. Servo de Deus Marcelino Segriá Ódena
13. Servo de Deus Marcelino Cid Masó
14. Servo de Deus Marcelino Rodríguez Gatnau
15. Servo de Deus Marcelino Torremadé Español

sexta-feira, 8 de novembro de 2019


«Amar, …,
É entregar-se como Jesus.
Um amor verdadeiro nunca hesita,
Quer dar-se sempre mais.
Sejamos uma imagem fiel
De nosso Esposo sacrificado,
Tracemos em nós o modelo
Deste divino Crucificado.
Olhando-o noite e dia
Subamos a montanha austera,
É a morada do Amor,
Seu palácio e seu santuário.
Neste templo misterioso
Imolemo-nos de coração alegre»
(P 94, 2).
Santa Isabel da Santíssima Trindade

quarta-feira, 6 de novembro de 2019


Beato Marcelino Ovejero Gómez,
irmão destinado ao sacerdócio 
da Ordem dos Frades Menores e mártir
Século XX - Espanha
Memória litúrgica a 6 de Novembro
Nasceu em Becedas (Ávila - Espanha), a 13 de Fevereiro de 1913.
Seus pais de humilde condição, foram Paulo (Pablo) e Cristina.
Em 1925, com 12 anos de idade, entrou no Seminário Franciscano de Alcázar de San Juan, onde cursou dois anos de Humanidade, tendo feito o terceiro no de Puebla de Montalbán.
Com 15 anos, tomou o hábito da Ordem dos Frades Menores, a 25 de Agosto de 1928, em Arenas de San Pedro, onde pronunciou os votos temporais, a 26 de Agosto de 1929. Tinha 16 anos de idade. Não chegou a emitir a profissão de votos solenes, nem recebeu Ordens Sacras por estar sujeito ao serviço militar, segundo as leis da Segunda República espanhola.
Em Pastrana fez os três anos de Filosofia, o primeiro de Teologia em Alcázar de San Juan e os restantes três anos de Teologia em Consuegra, tudo isto entre 1929 e 1936, ano em que sofreu o martírio, a 16 de Agosto.
Tímido, bondoso e humilde, frei Marcelino era muito querido e apreciado por todos os seus companheiros. Aluno mediano, obtinha boas classificações, devido ao seu empenho nos estudos. Sempre se mostrou piedoso, cumpridor do dever e respeitoso para com os superiores e professores. Sabia aceitar, sublimar e ultrapassar as contrariedades.
Apesar dos perigos que trouxe a República de 1931 em Espanha, depois do fogo lançado a vários conventos, os seus familiares quiseram levá-lo para a casa paterna na sua terra natal, contudo, frei Marcelino manteve-se firme nos compromissos dos seus votos religiosos e negou-se a sair do seu convento, dando provas de amor à sua vocação e de estar disposto ao martírio, que efectivamente veio a sofrer aos 22 anos de idade, dez dos quais passados na Ordem Franciscana.
Nos primeiros minutos do dia 16 de Agosto, os franciscanos do convento de Consuegra, foram tirados da igreja-prisão. Enquando saíam, o Padre Benigno Prieto del Pozo disse: “Não vos assusteis, irmãos, que vamos para o Céu”. Pouco depois, mandaram que regressassem à igreja-prisão os frades naturais de Consuegra e os irmãos não clérigos (irmãos leigos que não se destinavam ao sacerdócio), num total de oito, que seriam assassinados posteriormente. Os restantes 20 fizeram-nos subir para um camião.
Escoltados por vários carros, nos quais iam o Alcaide (Presidente da Câmara) e os membros do Ayuntamiento (executivo camarário), o camião saiu de Consuegra, passou por Urda e parou num lugar chamado “Boca de Balondillo”, no termo municipal de Fuente el Fresno (Ciudad Real). Os franciscanos, que tinham rezado durante toda a viagem, foram mandados descer do camião e colocar-se em fila a poucos metros da estrada. O Padre Victor Chumillas pediu ao Alcaide que os desatasse, para morrer com os braços em cruz, não lhes foi concedido. Pediu, então, que os fuzilassem de frente e o Alcaide permitiu que se voltassem. Então o Padre Victor disse à comunidade: “Irmãos, elevai os olhos ao Céu e rezai o último Pai Nosso, pois em breves momentos estaremos no Reino dos Céus. E perdoai aos que vos vão dar a morte”. E ao Alcaide disse: “Estamos dispostos a morrer por Cristo”. Imediatamente, frei Saturnino Rio Rojo gritou: “Perdoai-os, Senhor, pois não sabem o que fazem”. Começou a descarga de disparos. Nesse momento, vários dos franciscanos gritaram: “Viva Cristo Rei. Viva a Ordem Franciscana. Perdoai-os, Senhor!”. Eram aproximadamente as 3.45 horas da madrugada de 16 de Agosto de 1936, quando os 20 mártires franciscanos pagaram com a vida a sua fidelidade a Cristo e à sua Igreja (Bento XVI, «Angelus de 28.10.2007).
Os corpos dos vinte mártires franciscanos foram sepultados no cemitério de Fuente el Fresno. Em 1939 foram levados para o cemitério de Consuegra. A 15 de Agosto de 1940, foram os seus corpos transladados para a capela construída para o efeito na igreja do convento franciscano dessa localidade. A 23 de Dezembro de 1982 foram inhumados e depositados definitivamente na Igreja de San Juan de los Reyes em Toledo.
Foram Beatificados, incluídos no numeroso grupo de 498 mártires da perseguição religiosa na Espanha, pelo português, Cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, sob o mandato do Papa Bento XVI, a 28 de Outubro de 2007, na cidade de Roma.

Beato Marcelino Rebollar Campo
(Irmão Julião Marcelino)
religioso Marista e 67 companheiros mártires
Século XX - Espanha
Memória Litúrgica a 6 de Novembro
Marcelino nasceu a 29 de Novembro de 1914, em Tresviso, província de Santander e, na altura, Diocese de Oviedo.
Cumprindo o costume da época, no dia seguinte ao seu nascimento, seus pais, Maximino e Petra, levaram-no a baptizar à Igreja Paroquial da sua terra. Em 1922 foi Confirmado pelo bispo de Oviedo.
Tresviso é uma pequena vila, situada em plenos Picos da Europa, com concelho próprio, pertencia à jurisdição de Potes. Quando Marcelino nasceu, tinha pouco mais de cem habitantes. O terreno do município é montanhoso, muito apropriado para pasto e bosques onde abundam os carvalhos e as faias. Cultivam-se cereais, legumes e árvores de fruto e os abundantes pastos são aproveitados para a criação de gado.
O Senhor abençoou a família de Marcelino com uma especial fecundidade. Os seus pais tiveram oito filhos. Depois da morte da sua mãe, o pai casou em segundas núpcias e teve com a nova esposa mais nove filhos.
Cinco dos filhos consagraram-se a Deus: três foram Irmãos Maristas, um foi sacerdote e um era seminarista quando morreu na defesa de Oviedo em 1937. Neste ambiente familiar, crescia e ia-se formando Marcelino.
Era sério e formal e comportava-se de maneira correcta, ajudando os seus pais no que podia, sobretudo, costumava dedicar-se a guardar o gado, tarefa na qual era muito competente.
Aos dez anos foi para o Colégio dos Maristas de Oviedo. Um dos seus professores recorda que foi muito bom estudante. Passado algum tempo, depois da explicação do catecismo, disse um dia a este mesmo professor que queria ser religioso. Posteriormente, as suas cartas escritas do Seminário Marista ajudaram os seus irmãos a discernir a sua própria vocação.
Com 13 anos, ingressou no Seminário Marista de Venta de Baños (Palência) a 6 de Setembro de 1927, de onde, pouco tempo depois partiu, para Blancotte (França), para prosseguir os seus estudos e aprender o francês. A regressa a Espanha e a 13 de Setembro de 1930 passa noviciado de Tuy (Pontevedra), aqui toma o hábito Marista a 19 de Março de 1931, recebendo o nome de irmão Julião Marcelino. No mesmo dia, um ano depois (1932), emite os seus primeiros votos temporais. Antes que pudesse fazer a sua consagração perpétua, foi vilmente assassinado. A entrega da sua jovem vida a Deus no martírio foi a sua consagração definitiva.
Curta é a lista dos seus destinos, em Agosto de 1932, é enviado para Sahagún, para fazer estágio no ensino. Em Agosto de 1934, é destinado ao Colégio de São José de Madrid, situado na Rua Fuencarral, nº 126. Nesta cidade, foi preso e encarcerado e, nela, conseguiu a graça de morrer mártir.
Era um religioso observante, cheio de caridade e disposto ao sacrifício, que se sentia feliz com a sua vocação de educador e que a exercia com verdadeiro zelo apostólico. Como bom Irmão Marista, mostrava-se humilde, simples e modesto. Era amante do trabalho bem feito e era obediente em tudo.
No dia 15 de agosto de 1936 prenderam-no, juntamente com o irmão Ángel Hipólito e outro irmão, na residência de estudantes e, depois de passar a noite na Direcção Geral de Segurança, levaram-nos para a prisão de Ventas. Nela padeceu inquietações, perigos, inseguranças, privações e mais tratos. Só podia sofrer e rezar para suportar tantas contrariedades.
A 3 de Novembro tiraram-no da prisão de Ventas para mudá-lo para a de Alcalá de Henares. Ficou no caminho. Em Paracuellos del Jarama, nesse mesmo dia, caiu assassinado e foi enterrado numa fossa comum. Ali repousam os seus restos mortais. Tinha 22 anos de idade.
A 13 de Outubro de 2013, com mais 67 irmãos e leigos Maristas, integra o grupo de 522 mártires da Guerra Civil de Espanha, é Beatificado em Tarragona, pelo Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, sob o mandato do Papa Francisco.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019


ANTES DE TUDO ORAÇÕES
«recomendo-te, antes de tudo, que se façam orações» (cf. 1Tm 2, 1). Aqui, a indicação máxima do Apóstolo sobre a oração é que ele coloca o objecto da oração, acima de tudo: recomendo-te, antes de tudo, que se façam orações. Exigem-se muitas coisas boas de um cristão, mas a oração deve estar acima de todas as acções, porque sem ela não pode ter lugar nenhuma outra boa acção. Sem a oração frequente é impossível encontrar o caminho do Senhor, compreender a verdade, crucificar a carne com paixões e desejos (Gl 5, 24), iluminar o coração pela luz de Cristo e unir-se a Ele na salvação. Eu digo frequentemente, porquanto também perfeita, pois a justeza da oração está para lá do nosso poder, como diz o santo Apóstolo Paulo, pois não sabemos o que havemos de pedir, para rezarmos como deve ser (Rm 8, 26)”.
“Relatos de um peregrino russo ao se pai espiritual”, Paulinas, Prior Velho, 2017, ps 32.34.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019


PALAVRA DE VIDA
Novembro de 2019
Letizia Magri
“Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram.” (Rm 12,15)
Depois de ter demonstrado aos cristãos de Roma os grandes presentes que Deus deu à humanidade com a pessoa de Jesus e o dom do Espírito Santo, o apóstolo Paulo dá indicações sobre o modo de responder à graça recebida, especialmente nas relações entre os próprios cristãos e deles com todos os outros.
Paulo convida a passar do amor para com aqueles que partilham a mesma fé ao amor evangélico, isto é, ao amor para com todos os seres humanos, uma vez que, para quem tem fé, o amor não conhece fronteiras, nem pode ser restrito apenas a alguns.
Um detalhe interessante: a frase apresenta em primeiro lugar a partilha da alegria com os irmãos. Realmente, de acordo com o grande santo Padre da Igreja João Crisóstomo, a inveja torna muito mais difícil alegrar-se com a alegria dos outros do que sofrer com suas aflições. Pode até parecer que viver dessa maneira seja como querer escalar uma montanha inacessível demais, um cume impossível de atingir. No entanto, isso se torna possível porque as pessoas de fé são sustentadas pelo amor de Cristo, do qual nada nem criatura alguma poderá jamais separá-las (cf. Rm 8,35-39).
“Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram.” (Rm 12,15)
Comentando essa frase de Paulo, Chiara Lubich escreveu: Para amar de modo cristão é preciso “fazer-se um” com cada irmão (...): entrar o mais profundamente possível na essência do outro; entender realmente seus problemas, suas exigências; compartilhar seus sofrimentos, suas alegrias; debruçar-se sobre o irmão; de certa forma, fazer-se ele, fazer-se o outro. Isto é o cristianismo: Jesus se fez homem, fez-se nós para fazer-nos Deus; dessa maneira o próximo se sente compreendido, reerguido. (LUBICH, Chiara, O amor mútuo: núcleo fundamental da Espiritualidade da Unidade. Congresso dos ortodoxos, Castel Gandolfo, 30 de março de 1989, p. 4)
É o convite a colocar-se “na pele do outro”, como expressão concreta de uma caridade verdadeira. Talvez o amor de mãe seja o melhor exemplo para ilustrar essa Palavra de Vida colocada em prática: a mãe sabe compartilhar a alegria com o filho que se alegra e o pranto com aquele que sofre, sem julgamentos e sem preconceitos.
“Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram.” (Rm 12,15)
Para viver o amor nessa dimensão, sem fechar-se nas próprias preocupações, nos próprios interesses, no próprio mundo, existe um segredo: intensificar a união com Deus, a relação com Aquele que é a própria fonte do Amor. Com efeito, costuma-se dizer que muitas vezes a copa de uma árvore corresponde à extensão de suas raízes. O mesmo acontecerá também connosco: se fizermos com que, dia após dia, o nosso relacionamento com Deus cresça em profundidade, veremos crescer em nós também o desejo de partilhar a alegria e de carregar os pesos daqueles que estão ao nosso lado; o nosso coração se abrirá e se tornará cada vez mais capaz de conter tudo aquilo que o irmão ao nosso lado vive no momento presente. Por sua vez, o amor ao irmão nos fará entrar ainda mais na intimidade com Deus.
Vivendo dessa forma, veremos uma mudança nos ambientes em que estamos, a começar pelos relacionamentos nas nossas famílias, nas escolas, nos ambientes de trabalho, nas comunidades. Então poderemos constatar com gratidão que o amor sincero e gratuito, mais cedo ou mais tarde, volta e se torna recíproco.
Foi essa a forte experiência feita por Paulo e Tatiana, cristãos, e Ben e Basma, muçulmanos, que compartilharam dificuldades e momentos de esperança. Quando Ben adoeceu gravemente, Paulo e Tatiana foram ao hospital com Basma e seus dois filhos, ajudando-os até o fim. Depois, embora sofrendo a dor da perda do marido, Basma foi com seus amigos cristãos rezar por outra pessoa muito doente. Ela rezava sobre seu tapete de oração, orientada para Meca, e confidenciou: “A maior alegria é sentir-se parte de um só corpo, no qual a preocupação de cada pessoa é o bem do outro”