domingo, 31 de março de 2024

Regina caeli

Durante o tempo pascal, que vai do Domingo de Páscoa até ao Pentecostes, em vez da Oração do Anjo (Angelus) reza-se o Regina Caeli, para sublinhar a alegria cristã pela ressurreição de Nosso Senhor.


Português:

V. Rainha do Céu, alegrai-vos, Aleluia!

R. Porque Aquele que merecestes trazer em Vosso ventre, Aleluia!

V. Ressuscitou como disse, Aleluia!

R. Rogai por nós a Deus, Aleluia!

V. Alegrai-vos e exultai, ó Virgem Maria, Aleluia!

R. Porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente, Aleluia!

Oremos. Ó Deus, que Vos dignastes alegrar o mundo com a Ressurreição do vosso Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, concedei-nos, Vos suplicamos, a graça de alcançarmos pela protecção da Virgem Maria, Sua Mãe, a glória da vida eterna. Pelo mesmo Cristo Nosso Senhor. Ámen.

Latim:

V. Regina caeli, laetare, alleluia.

R. Quia quem meruisti portare, alleluia.

V. Resurrexit, sicut dixit, alleluia.

R. Ora pro nobis Deum, alleluia.

V. Gaude et laetare, Virgo Maria, alleluia.

R. Quia surrexit Dominus vere, alleluia.

Oremus. Deus, qui per resurrectionem Filii tui, Domini nostri Iesu Christi, mundum laetificare dignatus es: praesta, quaesumus; ut per eius Genetricem Virginem Mariam, perpetuae capiamus gaudia vitae. Per eundem Christum Dominum nostrum. Amen.

sexta-feira, 1 de março de 2024

MARÇO - Mês de São José

O mês de Março é dedicado à devoção a São José, que é comemorada a 19 de Março. São José é o exemplo de um pai bom e amoroso por excelência, de um marido fiel e solidário, mas também de um humilde servo da vontade divina, ao aceitar o seu papel de marido de Maria e suposto pai de Jesus sem questionar o desígnio de Deus.

São José é muito honrado pela Igreja Católica e goza de um papel de grande importância em muitas orações do rito romano. Também é o protagonista de muitas práticas devocionais, como a “prática das Sete Dores e Alegrias de São José”, assim como muitas Ladainhas, como o Cordão de São José, o Rosário de São José, o Escapulário de São José, o Manto Sagrado, a Novena Perpétua, o Rosário Perpétuo, o Tribunal Perpétuo. Para ele nos voltamos para pedir graças e intercessões.

Palavra de Vida

Março de 2024

Parody Reyes e pela equipa da Palavra de Vida

«Cria em mim, ó Deus, um coração puro; e renova dentro de mim um espírito firme» (Sal 51[50],12)

A frase da Sagrada Escritura, que nos é proposta neste tempo quaresmal, faz parte do Salmo 51 (50), no versículo 12, com esta comovente e humilde invocação: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro; e renova dentro de mim um espírito firme”. Este salmo é conhecido com o nome de “Miserere”. Nele, o olhar do autor começa por sondar os esconderijos da alma humana para neles captar as fibras mais profundas, onde ressoa a nossa total inadequação perante Deus e, ao mesmo tempo, o insaciável anseio pela plena comunhão com Aquele do qual procede toda a graça e misericórdia. 

«Cria em mim, ó Deus, um coração puro; e renova dentro de mim um espírito firme» (Sal 51[50],12)

O salmo parte de um episódio bem conhecido da vida de David. Ele, chamado por Deus a cuidar do povo de Israel e a guiá-lo pelos caminhos da obediência à Aliança, atraiçoa a própria missão: depois de ter cometido adultério com Betsabé, faz com que o marido – Urias, o Hitita, oficial do seu exército – morra em batalha. O profeta Natan revela-lhe a gravidade da sua culpa e ajuda-o a reconhecê-la. Este é o momento da confissão do seu pecado e da reconciliação com Deus.

«Cria em mim, ó Deus, um coração puro; e renova dentro de mim um espírito firme» (Sal 51[50],12)

O salmista coloca na boca do rei invocações muito fortes, que brotam do seu profundo arrependimento e da total confiança no perdão divino: “apaga”, “lava-me”, “purifica-me”. Principalmente, no versículo que abordamos, usa o verbo “cria” para indicar que a completa libertação da fragilidade humana só é possível a Deus. É a consciência de que só Ele nos pode tornar criaturas novas com um “coração puro”, enchendo-nos com o Seu espírito vivificante, dando-nos a verdadeira alegria e transformando radicalmente o nosso relacionamento com Deus (o “espírito firme”) e com os outros, com a natureza e o cosmos.

«Cria em mim, ó Deus, um coração puro; e renova dentro de mim um espírito firme» (Sal 51[50],12)

Como pôr em prática esta palavra de vida? O primeiro passo será reconhecer-nos pecadores e necessitados do perdão de Deus, numa atitude de ilimitada confiança para com Ele. 

Pode acontecer que os nossos repetidos erros nos desencorajem, nos fechem em nós mesmos. É preciso, então, deixar entreaberta, pelo menos um pouco, a porta do nosso coração. Escreveu Chiara Lubich, em 1946, a alguém que se sentia incapaz de ultrapassar as suas misérias: «É preciso retirar da alma todos os outros pensamentos. Acreditar que Jesus é atraído para nós pela exposição humilde, confiante e amorosa dos nossos pecados. Nós, por nós mesmas, nada temos e só fazemos misérias. Ele, por Si mesmo, em relação a nós, só tem uma qualidade: a Misericórdia. A nossa alma pode unir-se a Ele com a oferta, com a única prenda, não das nossas virtudes, mas dos nossos pecados! […] Jesus veio à Terra, fez-se homem, e, se alguma coisa anseia […] é unicamente: ser Salvador. Ser Médico! Nada mais deseja» (C. Lubich, Cartas dos primeiros tempos, Cidade Nova, Abrigada 2011, p. 111).

«Cria em mim, ó Deus, um coração puro; e renova dentro de mim um espírito firme» (Sal 51[50],12)

Assim libertados e perdoados, com a ajuda dos irmãos – porque a força do cristão vem da comunidade – podemos amar concretamente o próximo, quem quer que ele seja. «Aquilo que nos é pedido é um amor recíproco, de serviço, de compreensão, de participação nos sofrimentos, nos anseios e nas alegrias dos nossos irmãos; um amor que tudo cobre, tudo perdoa, típico do cristão» (C. Lubich, Palavra de Vida de maio de 2002, in Parole di Vita, a/c Fabio Ciardi (Opere di Chiara Lubich 5), Città Nuova, Roma 2017, pp. 658-659). Por fim, diz o Papa Francisco: «o perdão de Deus […] é o maior sinal da sua misericórdia. Uma dádiva que cada […] pessoa perdoada é chamada a partilhar com cada irmão e irmã que encontra. Todos aqueles que o Senhor colocou ao nosso lado, os familiares, os amigos, os colegas, os paroquianos… todos são, como nós, necessitados da misericórdia de Deus. É bom ser-se perdoado, mas também tu, se quiseres ser perdoado, deves perdoar. Perdoa! […] Para sermos testemunhas do seu perdão, que purifica o coração e transforma a vida» (Papa Francisco, Audiência Geral, 30 de março de 2016)