sábado, 27 de julho de 2019


3º Dia (27.07.2019)
Preparando a Festa
de Nª Srª do Monte Tabor
No Mistério da Transfiguração, a Igreja, não celebra apenas a Transfiguração de Cristo, mas também a sua própria transfiguração: 2transformai-vos pela renovação de vosso espírito” (Rm 12, 2) e desafia-nos a “uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo.” (Bento XVI, «Porta Fidei», 6)
“A Igreja vive da imitação de Cristo. Tudo o que Cristo fez, a Igreja o faz também. Ele torna-se a sua vida. O apelo de Cristo a Mateus: «Segue-me» (Mt 9, 9) significa: «Toma a minha vida para ti». A Igreja aplicou este chamamento a ela mesma” (El-Maskîne, Père Matta, “La communion d’amour”, Abbaye Bellefontaine, Bégrolles-en-Mauges, 1992, pg. 127).
Contemplando, em Cristo Transfigurado a glória Divina, tornamo-nos o espelho em que Cristo gosta de reflectir essa mesma glória Divina. Contemplando, reflectimos aquilo que contemplamos: “Permanecendo simples e amorosamente na Sua presença para que possa reflectir em nós a Sua própria imagem como se reflecte o sol no límpido cristal” (Santa Isabel da Santíssima Trindade).
Contemplando Cristo, nós nos tornamos semelhantes a Ele, conformamo-nos a Ele, fazemo-nos um só espírito com Ele (Cf. Júlio II, Regra (OIC), 30), consentimos que o Seu mundo, os Seus propósitos, os Seus sentimentos e a Sua vida se imprimam em nós; que substituam os nossos pensamentos, propósitos e sentimentos, tornando-nos assim semelhantes a Ele. Como diz São João da Cruz tenha sempre a alma o desejo contínuo de imitar a Cristo em todas as coisas, conformando-se à sua vida que deve meditar para saber imitá-la e agir em todas as circunstâncias como ele próprio agiria” (São João da Cruz). Contemplando o Seu “Rosto” vamo-nos deixando, por Ele, 12despir das obras das trevas e revestir das armas da luz” (Rm 13, 12), com vista a dizer com o apóstolo Paulo: “21para mim, viver é Cristo” (Fl 1, 21).
“Se Jesus é o escolhido de Deus na história, nós estamos chamados a imitá-lo, a imitá-lo em silêncio, no ocultamento, na pobreza, deixando tudo por Ele, dando tudo, perdendo tudo para obtê-lo todo. O homem não é só fruto da criação, mas objecto de aliança, para que imite a Jesus; a nossa tarefa não consiste, por tanto, unicamente em adorar e obedecer, mas em ser em Jesus e em fazer como Ele, em segui-l’O” (MARTINI, Carlo Maria, “La transfiguración de Cristo e del cristiano a la luz del Tabor”, Sal Terrae, Santander, 2012, pg. 30).
Que a Imaculada Virgem Santa Maria do Monte Tabor nos conduza pela mão, neste caminho de contemplação de Cristo, nos ensine, como ela, a ser fiéis e a realizar sempre a Vontade de Deus nas nossas vidas, por forma a que, a Trindade de quem é Filha, Mãe e Esposa, possa imprimir em nós, a beleza e a imagem de Deus, estilhaçada pela desobediência e pelo pecado e possamos com ela cantar: “MAGNIFICAT ANIMA MEA DOMINUM” (Lc 1, 46) pois, “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20).
Homilia por ocasião da Festa de Nossa Senhora do Monte Tabor, cidade de Borba, Igreja de São Bartolomeu, 28 de Julho de 2016

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