sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Ó Jesus, meu Bem-Amado, como é doce amar-te, pertencer-te, ter-te por único Todo! Ah, agora que vens diariamente ao meu coração, que a nossa união seja ainda mais íntima. Que a minha vida seja uma oração contínua, um longo acto de amor. Que nada me possa distrair de ti, nem ruídos, nem distracção, nada, não é? Gostaria tanto, ó meu Mestre, de viver contigo no silêncio. Mas o que acima de tudo mais amo é fazer a tua vontade, e dado que ainda me queres no mundo, submeto-me de todo o meu coração pelo amor de ti. Ofereço-te a cela do meu coração, que seja a tua pequena Betânia; vem aqui repousar-te, amo-te tanto... Queria consolar-te e ofereço-me a ti como vítima, ó Mestre, por ti, contigo. Aceito antecipadamente todos os sacrifícios, todas as provas, mesmo a de já não te sentir comigo. Não te peço senão uma única coisa: que eu seja sempre, sempre, generosa e fiel; mesmo que nunca me corrija. Quero cumprir perfeitamente a tua vontade, responder sempre à tua graça; desejo ser santa contigo e para ti, mas sinto a minha incapacidade, oh! sê a minha santidade. Se alguma vez [me] arrepender, oh! conjuro-te, suplico-te: enquanto eu for ainda tudo para ti, leva-me, faz-me morrer. Sou a tua «pequena mimada», tu mo dizes, mas talvez, em breve, venha a provação e, então, hei-de ser eu a retribuir-te. Mestre, não são estes dons, estas consolações com que me comulas que procuro; és tu, oh! unicamente tu! Ampara-me sempre, toma-me cada vez mais; que tudo em mim te pertença; quebra, arranca tudo o que te desagradar para que eu tudo seja para ti. Oh!, cada batimento do meu coração é um acto de amor. Meu Jesus, meu Deus, como é bom amar-te, ser inteiramente tua!
Beata Isabel da Santíssima Trindade
23 de Janeiro de 1900
(Notas Íntimas)

Sem comentários: