domingo, 29 de janeiro de 2012

D. António Couto, tomou hoje posse como bispo residêncial da Diocese de Lamego e na homilia disse frases deliciosas e cheias de Deus como estas:
Quero muito ver o vosso rosto. Já sabeis que trago notícias de Deus e que conto muito com cada um de vós, para levar a todos os lugares e a todas as pessoas desta bela diocese este vendaval de graça e de bondade que um dia Jesus desencadeou”.
D. António Couto apresentou-se como um bispo que quer estar “pertinho de Deus, mas de um Deus que faz carícias ao seu povo, um Deus que ama e que perdoa” e “pertinho do povo, o suficiente para lhe entregar esta carícia de Deus”.
Assim seja e para isso rezo.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Marcelino, vem e segue-me...
farei de ti pescador de homens.
Começa hoje a Novena de Nossa Senhora das Candeias, a queridíssima Padroeira da minha terra...
Foi à sombra do seu manto maternal e protector e num dos últimos dias da novena (provávelmente no dia 29 de Janeiro), que senti o chamamento de Deus, ao sacerdócio, tinha então 6 anos, já lá vão 37...
Era tudo tão misteriosamente sereno, pacífico, belo e encantador que pensei: "Quero passar a minha vida a fazer estas coisas, as coisas de Deus".
No fim da novena, no adro do Santuário que, fica no castelo e tem a Vila de Mourão a seus pés, disse a minha santa mãe: "Mãe, quando o Padre Inácio morrer (com a graça de Deus ainda é o pároco da minha terra), vou enterrá-lo e fico o padre da Senhora das Candeias". Todos se riram ternamente deste pueril desejo de criança a que não deram crédito. No meu coração pensei: "Não acreditam em mim, mas hã-de ver..." e passados 20 anos viram.
Com a graça de Deus, fui chamado logo de manhãzinha...
Por esta delicadeza divina dou graças ao Bom Deus... não o mereço, mas Ele assim o quis.
Que tudo seja para "Louvor da Sua glória" (Ef 1, 14).

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Da Vida de Santo Antão,
escrita por Santo Atanásio, bispo
(Cap. 2-4: PG, 26, 842-846) (Sec. IV)
A vocação de Santo Antão
Depois da morte de seus pais, tendo ficado com uma irmã ainda pequena, Antão, que tinha uns dezoito ou vinte anos, tomou conta da casa e da irmã.
Não tinham passado ainda seis meses do falecimento de seus pais, quando um dia em que se dirigia, segundo o seu costume, para a igreja, ia reflectindo sobre a razão que levara os Apóstolos a abandonar tudo para seguir o Salvador e por que motivo também aqueles homens de que se fala nos Actos dos Apóstolos vendiam tudo o que possuíam e depunham o preço aos pés dos Apóstolos para que o distribuíssem aos pobres; e ia pensando na grande e maravilhosa esperança que lhes estava reservada nos Céus. Meditando nestas coisas, entrou na igreja mesmo no momento em que se lia o Evangelho e ouviu o que o Senhor disse ao jovem rico: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres. Depois vem e segue-me, e terás um tesouro nos Céus.
Então, considerando que a recordação dos santos exemplos lhe tinha sido enviada por Deus e que aquelas palavras eram dirigidas pessoalmente para ele, logo que voltou da Igreja, Antão distribuiu pelos habitantes da região as propriedades que herdara da família (possuía trezentos campos muito férteis e amenos), para que aquelas não fossem motivo de inquietação para si e para a sua irmã. Vendeu também todos os móveis e distribuiu pelos pobres a grande quantia que assim obtivera, conservando apenas uma pequena parte por causa da irmã.
Tendo entrado outra vez na igreja, ouviu o Senhor dizer no Evangelho: Não vos inquieteis com o dia de amanhã. Não conseguiu permanecer ali mais tempo. Saiu, e até aquele pouco que guardara distribuiu pelos pobres. Confiou a irmã a uma comunidade de virgens consagradas que conhecia e considerava fiéis, para que fosse educada no Pártenon. Quanto a ele, livre já de cuidados alheios, entregou-se a uma vida de ascese e rigorosa mortificação nas imediações da sua casa.
Trabalhava com as suas mãos, pois ouvira a palavra da Escritura: Quem não quiser trabalhar não coma. Do fruto do seu trabalho destinava uma parte para comprar o pão que comia; o resto distribuía-o pelos pobres.
Rezava constantemente, pois aprendera que é preciso rezar interiormente sem cessar; era tão atento à leitura que nada lhe esquecia do que tinha lido na Escritura: tudo retinha de tal maneira que a sua memória acabou por substituir o livro.
Todos os habitantes do lugar e os homens honrados que tratavam com ele, vendo um homem assim, chamavam-lhe amigo de Deus; e uns amavam-no como filho, outros como irmão.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A renovação da Igreja realiza-se também através do testemunho prestado pela vida dos crentes: de facto, os cristãos são chamados a fazer brilhar, com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou. O próprio Concílio, na Constituição dogmática Lumen gentium, afirma: «Enquanto Cristo “santo, inocente, imaculado” (Heb 7, 26), não conheceu o pecado (cf. 2 Cor 5, 21), mas veio apenas expiar os pecados do povo (cf. Heb 2, 17), a Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação. A Igreja “prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus”, anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha (cf. 1 Cor 11, 26). Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada mas fielmente, o seu mistério, até que por fim se manifeste em plena luz».
Bento XVI, Carta Apostólica «A Porta da Fé», 6.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Santinho Protector
(calhou-me São Lourenço,
partilho a oração que compus e mandei imprimir no verso dos Santinhos Protectores
que distribui às minhas comunidades)
Deus Eterno e Omnipotente,
Criador, Salvador e Vivificador,
eu Vos dou graças pelo Santo Protector que Me concedestes para este ano de 2012.
Concedei-me que
seguindo o seu exemplo me encontre verdadeiramente conVosco,
deixe abrasar do Vosso Amor,
seja fiel à Vossa Vontade,
deixe as obras da trevas e me revista das armas da luz (cf. Rm 13, 12),
me deixe habitar por Vós e seja a morada da Vossa eleição.
Que o meu testemunho de vida,
seja Verdadeiramente evangélico,
contribua para a construção do “mundo novo”
e, no termo deste ano, me encontre mais parecido conVosco
e, possa dizer com verdade e com a vida:
“Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim.” (Gl 2, 20)
Tudo isto, conduzido e guiado pela mão carinhosa e maternal de Maria,
Vossa Filha, Mãe e Esposa.
Ámen.
SÃO LOURENÇO, diácono e mártir
Memória Litúrgica a 10 Agosto
Era diácono da Igreja Romana e morreu mártir na perseguição de Valeriano, quatro dias depois do papa Sisto II e seus companheiros, os quatro diáconos romanos. O seu sepulcro encontra se junto à Via Tiburtina, no Campo Verano. Constantino Magno erigiu uma basílica naquele lugar. O seu culto já se tinha difundido na Igreja no século IV.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Palavra de Vida
Janeiro de 2012
Chiara Lubich
«Portanto, já que fostes ressuscitados com Cristo, procurai as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus» (Cl 3, 1).
Estas palavras, que S. Paulo dirigiu à comunidade de Colossos, dizem-nos que existe um mundo onde reina o verdadeiro amor, a plena comunhão, a justiça, a paz, a santidade, a alegria. Um mundo em que o pecado e a corrupção já não podem entrar. Um mundo em que a vontade do Pai é perfeitamente observada. É o mundo a que pertence Jesus. É o mundo que Ele nos abriu, de par em par, com a sua ressurreição, passando pela dura prova da paixão.
«Portanto, já que fostes ressuscitados com Cristo, procurai as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus» (Cl 3, 1).
A este mundo de Cristo – diz S. Paulo –, nós, não só somos chamados, mas já pertencemos. A fé diz-nos que, mediante o baptismo, nós somos inseridos n’Ele e, por isso, participamos da sua vida, das suas riquezas, da sua herança, da sua vitória sobre o pecado e sobre as forças do mal: de facto, ressuscitámos com Ele.
Mas, ao contrário das almas santas que já chegaram à meta, a nossa participação nesse mundo de Cristo ainda não é total e límpida. Sobretudo, ainda não é estável e definitiva. Enquanto vivermos nesta Terra estamos expostos a mil e um perigos, dificuldades e tentações, que nos podem fazer vacilar, podem travar a nossa caminhada, ou até desviá-la para falsas metas.
«Portanto, já que fostes ressuscitados com Cristo, procurai as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus» (Cl 3, 1).
Compreende-se, então, a exortação do Apóstolo: «Procurai as coisas do alto». Procuremos sair, não já materialmente, mas espiritualmente, deste mundo. Abandonemos as regras e as paixões do mundo para nos deixarmos guiar, em cada situação, pelos pensamentos e pelos sentimentos de Jesus. De facto, “as coisas do alto” significam a lei do alto, a lei do Reino dos Céus, que Jesus trouxe à Terra e quer que a sigamos desde já.
«Portanto, já que fostes ressuscitados com Cristo, procurai as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus» (Cl 3, 1).
Como viver, então, esta Palavra de Vida? Ela incentiva-nos a não nos contentarmos com uma vida medíocre, feita de meias medidas e compromissos, mas a adequá-la, com a graça de Deus, à lei de Cristo.
Estimula-nos a viver e a empenhar-nos em testemunhar, no nosso ambiente, os valores que Jesus trouxe à Terra: poderá ser o espírito de concór­dia e de paz, de serviço aos irmãos, de compreensão e de perdão, de honestidade, de justiça, de rectidão no nosso trabalho, de fidelidade, de pureza, de respeito pela vida, etc.
O programa, como se vê, é vasto como a vida. Mas, para não ficarmos numa coisa vaga, vivamos este mês aquela lei de Jesus que é, de certo modo, o resumo de todas as outras: vendo em cada irmão Cristo, coloquemo-nos ao seu serviço. Pois não é sobre isto que vamos ser interrogados no fim da nossa existência?
Publicada em Città Nuova, 1988/6, p. 11.