domingo, 21 de setembro de 2008

XXVI Domingo do Tempo Comum - ano A
“Procurai somente viver
de maneira digna do Evangelho de Cristo."
São Paulo aos Filipenses

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Exultemos de alegria no Senhor,
ao celebrar o nascimento
da Virgem Santa Maria,
da qual nasceu o sol da justiça,
Cristo nosso Deus.

(Antífona de Entrada)

«Conscientes do papel importante que Maria tem na existência de cada um, enquanto filhos fiéis, celebramos hoje o seu nascimento. Este acontecimento constitui uma etapa fundamental para a família de Nazaré, berço da nossa redenção; um acontecimento que se refere a todos nós, porque cada dom de Deus concedido a ela, sua Mãe, foram concedido pensando também em cada um de nós, seus filhos. Por isso, é com grande reconhecimento, que pedimos a Maria, Mãe do Verbo encarnado e Mãe nossa, de proteger cada mãe sobre a terra, as que, com seu marido, educam seus filhos num contexto familiar harmonioso, e as que, por numerosos motivos, se encontram sós para enfrentar um papel tão árduo. Que todas possam exercer com entrega e fidelidade o serviço quotidiano na família, na Igreja e na sociedade. Que a Virgem sejam para todas amparo, conforto e esperança!»
Bento XVI, Angelus no Santuário de Nª Srª de Bonaria, Sardenha, Itália, 07/09/2008

domingo, 7 de setembro de 2008

“Não devais a ninguém coisa alguma,
a não ser o amor de uns para com os outros...”
São Paulo aos Romanos

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Santa Beatriz da Silva
virgem e fundadora
memória litúrgica: 1 de Setembro
Resumo Biográfico
Nasceu em Campo Maior, Alentejo (arquidiocese de Évora) por volta de 1437. Ainda muito jovem, passou à corte de Castela em 1447 como dama de honor da Infanta D. Isabel de Portugal. Para se poder dedicar a uma vida cristã mais perfeita, retirou-se da corte para o mosteiro dominicano de São Domingos "O Real" de Toledo, onde permaneceu mais de 30 anos. como leiga e hóspede. Em 1484 fundou a Ordem da Imaculada Conceição (Monjas Concepcionistas), que foi aprovada pelo papa Inocêncio VIII em 1489. Em 1511 o Papa Júlio II atribui-lhe Regra própria. Faleceu com fama de santidade a 9 de Agosto de 1492. Foi canonizada por Paulo VI a 3 de Outubro de 1976.
Espiritualidade da Santa
São três os elementos fundamentais da sua espiritualidade: A Paixão de Cristo, O Santíssimo Sacramento do Altar e A Imaculada Conceição de Maria.
A Paixão
Da sua contemplação nutria a sua caridade: "Desde muito menina mostrou-se devotíssima da Paixão de Jesus Cristo... e desta devoção tirava grandes desejos de padecer por amor de Deus e do próximo, querendo antes morrer que o seu próximo passasse alguma necessidade". (Testemunho da princesa de Asculi no Processo, Folio 422)
A Sagrada Eucaristia
"Foi muito devota do Santíssimo Sacramento do Altar... mesmo se frequentava Este Manjar... continuava uma comunhão espiritual sem interrupção... tirando da sua assistência ao Santíssimo Sacramento... o conservar a sua pureza angelical e de viver retirada de todas as coisas do mundo. Este era o seu descanço, e a sua alegria estava em fazer tudo o que lhe parecia ser do gosto do seu doce esposo Jesus" (sor Catarina de Santo António, O.C. p. 67). Nos dizem os testemunhos do processo que falava com os sacerdotes de joelhos, considerando neles a alteza do seu sagrado ministério ligado ao Sacramento do Altar.
A Santíssima Virgem na Sua Imaculada Conceição
A tarefa, o carisma específico que Beatriz dexou à Igreja, consiste em viver uma vida de louvor à Trindade pelo facto de ter criado Maria fazendo-a Imaculada. Esse louvor vivve-se em oferenda da própria vida associada ao mistério Eucaristico: "oferecer os vossos corpos como hóstia viva, santa, agradável a Deus, e não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da mente para que saibais discernir o que é Vontade de Deus, o bom, o que Lhe agrada, o perfeito". A dimensão apostólica desta vida, encontra-se no culto liturgico ao Mistério da Conceição Imaculada de Maria, e à irradiação ou comunicação às almas da presença de Mãe de Deus, fazendo-lhes perceber como actua Maria na vida espiritual das almas, introduzindo-as e elevando-as até ao mais alto da santidade.
A vocação concepcionista é pois um chamamento a dedicar a vida em íntima união com Maria à contemplação da sua Conceição Imaculada, oferecendo ao mundo uma lição de procura pela obediência d'Aquele de quem o homem se tinha afastado por causa da sua desobediência. A concepcionista deseja colaborar assim com a graça mediante o exercício de uma vida monástica escondida na adoração eucarística, na solidão e no siêncio, a fim de contribuir, conforme o desejo Divino, a restabelecer a ordem original da criação: o diálogo da criatura com o Criador.
Esta forma de vida, idubitávelmente alta forma de santidade, não deixa de conter uma mensagem oportuna para o momento presente. O homem de hoje, com frequência céptico e relativista perante a verdade e o bem, possui um marcado acento e sensibilidade pela beleza. Santa Beatriz, mulher admirada pelas suas grandes prendas de corpo e de alma, ensina-nos onde se encontra a fonte da beleza eterna, reflectida nitidamente no Mistério da Imaculada. Nas Palavras do Papa Paulo VI durante a homilia pronunciada na cerimónia de canonização de Beatriz, é no Mistério da Conceição de Maria, onde para a santa fundadora "está encerrado o segredo da sua experiência espiritual e o da sua santidade... a branca limpeza da Virgem foi o ideal da sua vida". Afirma o Papa que esta mensagem é actual para um mundo permissivo que com frequência, "em nome de uma mal entendidad liberdade..., inverte os valores da honestidade, do pudor, da dignidade, do direito dos outros. Quer dizer, dos valores sobre os que se baseia qualquer convivência civil ordenada".
(da homilia pronunciada por Sua Excia Revma o Sr. D. Manuel Monteiro de Castro, núncio apostólico em Espanha, a 17 de Agosto de 2001, no Proto-Mosteiro da Ordem da Imaculada Conceição/Toledo)
Palavra de Vida
Setembro de 2008
Chiara Lubich
«Amai os vossos inimigos,
fazei bem aos que vos odeiam,
abençoai os que vos amaldiçoam,

rezai pelos que vos caluniam»
(Lc 6,27-28)
«Amai os vossos inimigos». Realmente e forte! É uma reviravolta completa na nossa maneira de pensar e faz-nos dar um rumo totalmente diferente ao leme da nossa vida! Porque, não podemos negar: um inimigo... seja ele pequeno ou grande, todos temos. Muitas vezes está mesmo na porta ao lado, no apartamento do vizinho, ou naquela senhora tão antipática e intriguista de quem procuramos fugir sempre que ela tenta entrar connosco no elevador... Está naquele meu parente que, há trinta anos, foi injusto com o meu pai. Por isso, desde aí deixei de lhe falar e de o cumprimentar...
Se calhar, está na tua turma, sentado na carteira atrás da tua. Mas nunca mais o olhaste de frente, desde que foi fazer queixa de ti ao professor... É aquela rapariga que foi tua namorada, mas que depois te abandonou para ir com outro... É aquele comerciante que te enganou... São aqueles tais que, na politica, não têm as mesmas ideias que nós e, por isso, consideramo-los nossos inimigos. E ainda há, e sempre houve, quem considere os sacerdotes seus inimigos e odeie a Igreja.
Pois bem: todos estes e uma quantidade de outras pessoas a quem consideramos inimigas, devem ser amadas.
Devem ser amadas? Sim, amadas! E não pensemos que já fazemos o suficiente se nos limitarmos simplesmente a mudar o sentimento de ódio para outro sentimento mais condescendente. Não podemos ficar por aí. Ouçamos o que diz Jesus:
«Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam,
abençoai os que vos amaldiçoam,
rezai pelos que vos caluniam»
(Lc 6,27-28)

Estão a ver? Jesus quer que vençamos o mal com o bem. Quer um amor traduzido em gestos concretos. É o caso de perguntar: mas como é que Jesus dá um mandamento destes? O facto é que Ele quer moldar o nosso comportamento segundo o de Deus, seu Pai, que «faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus e faz cair a chuva sobre os justos e os pecadores» (cf. Mt 5, 45).
É isso! Nós não estamos sozinhos no mundo: temos um Pai e devíamos ser semelhantes a Ele. Mas não é só isso. Deus tem direito a esta nossa atitude porque Ele nos amou quando nós ainda éramos Seus inimigos, quando ainda estávamos no mal. Ele amou-nos primeiro (cf. 1Jo 4, 19), mandando-nos o Seu Filho, que morreu daquela maneira terrível por cada um de nós.
«Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam,
abençoai os que vos amaldiçoam,
rezai pelos que vos caluniam»
(Lc 6,27-28)

O pequeno Jerry, de Washington, tinha aprendido esta lição. Embora Fosse negro, devido ao seu alto quociente de inteligência, tinha sido admitido numa classe especial, só para rapazes brancos.
Mas a sua inteligência não conseguiu fazer compreender aos companheiros que ele era igual a eles. A sua pele negra tinha atraído o ódio geral. De tal modo que, no dia de Natal, todos os rapazes deram prendas uns aos outros, mas simplesmente ignoraram o Jerry. Ele, como criança que era, chorou por causa disso, e compreende-se! Ao chegar a casa, pensou em Jesus: "Amai os vossos inimigos" e, falando com a sua mãe, comprou muitas prendas que ofereceu com amor a todos os seus "irmãos brancos".
«Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam,
abençoai os que vos amaldiçoam,
rezai pelos que vos caluniam»
(Lc 6,27-28)

Que sofrimento naquele dia para a Elisabetta, uma menina de Florença. Ao subir os degraus para ir à missa, notou que um grupo de crianças da sua idade se ria dela! Embora tivesse vontade de reagir, ela sorriu, e, entrando na igreja, rezou muito por eles. À saída, fizeram-na parar e perguntaram-lhe qual o motivo do seu comportamento. Ela explicou que era cristã, por isso devia amar sempre. E disse-o com uma convicção ardente. O seu testemunho foi premiado: no domingo seguinte, viu todos aqueles jovens na igreja, muito atentos, na primeira fila. É desta forma que os jovens tomam a sério a Palavra de Deus. Por isso são grandes diante de Jesus.
Talvez convenha que também nós restabeleçamos a amizade nalguma situação duvidosa, tanto mais que vamos ser julgados segundo o modo com que julgarmos os outros. É que, de facto, somos nós que damos a Deus a medida com que nos deve medir (cf. Mt 7,2). E não é verdade que lhe pedimos: «Perdoa-nos as nossas ofensas, como nós perdoamos aos que nos ofenderam» (Mt 6,12)?
Amemos, pois, os inimigos! Só agindo desse modo é que se pode acabar com as faltas de unidade, abater as barreiras, construir a comunidade.
É duro? É difícil? Perdemos o sono só de pensar nisso? Coragem! Não é o fim do mundo: basta um pequeno esforço da nossa parte e Deus faz o resto, e... no nosso coração vamos sentir uma alegria enorme.
Palavra de Vida, Maio de 1978. Publicada em Essere la tua Parola, Chiara Lubich e cristiani di tutto il mondo, Roma, 1980, pp. 27-29.