segunda-feira, 12 de maio de 2025


DISCURSO DO PAPA LEÃO XIV

AOS AGENTES DA COMUNICAÇÃO

Sala Paulo VI

Segunda-feira, 12 de maio de 2025

Bom dia e obrigado por esta maravilhoso acolhimento! Dizem que quando se aplaude ao início não importa muito... Se estiverdes ainda despertos ao final e quiserdes aplaudir... muito obrigado!

Irmãos e irmãs!

A todos vós, representantes dos meios de comunicação social do mundo inteiro, dou as boas-vindas. Agradeço o trabalho que realizastes e realizais neste tempo que, para a Igreja, é essencialmente um tempo de Graça.

No “Sermão da Montanha”, Jesus proclamou: «Felizes os pacificadores» (Mt 5, 9). Esta é uma bem-aventurança que nos interpela a todos e vos diz respeito de perto, chamando cada um ao compromisso de levar adiante uma comunicação diferente, que não procura o consenso a qualquer custo, que não se reveste de palavras agressivas, que não adere ao modelo da competição, que nunca separa a busca da verdade do amor com que humildemente a devemos procurar. A paz começa em cada um de nós: na forma como olhamos para os outros, ouvimos os outros, falamos dos outros; e, neste sentido, a forma como comunicamos adquire uma importância fundamental: temos de dizer “não” à guerra das palavras e das imagens, temos de rejeitar o paradigma da guerra.

Permiti-me, então, que hoje reitere a solidariedade da Igreja para com os jornalistas presos por terem procurado relatar a verdade, e que, com estas palavras, peça a libertação desses jornalistas que se encontram na prisão. A Igreja reconhece nestes testemunhos - penso naqueles que narram a guerra mesmo à custa da própria vida - a coragem de quem defende a dignidade, a justiça e o direito dos povos a serem informados, porque só os povos informados podem fazer escolhas livres. O sofrimento destes jornalistas presos interpela a consciência das nações e da comunidade internacional, chamando-nos a todos a salvaguardar o bem precioso da liberdade de expressão e de imprensa.

Obrigado, caros amigos, pelo vosso serviço à verdade. Estivestes em Roma nestas semanas para noticiar a Igreja, a sua variedade e, ao mesmo tempo, a sua unidade. Acompanhastes os ritos da Semana Santa; narrastes a dor pela morte do Papa Francisco que, porém, ocorreu à luz da Páscoa. Essa mesma fé pascal introduziu-nos no espírito do Conclave, que vos viu particularmente ocupados em dias cansativos; e, também nesta ocasião, conseguistes narrar a beleza do amor de Cristo que nos une a todos e faz de nós um só povo, guiado pelo Bom Pastor.

Vivemos tempos difíceis de atravessar e narrar, que representam um desafio para todos nós, do qual não devemos fugir. Pelo contrário, estes tempos pedem a cada um de nós, nas nossas diferentes funções e serviços, que nunca cedamos à mediocridade. A Igreja deve aceitar o desafio do tempo e, do mesmo modo, não pode haver comunicação e jornalismo fora do tempo e da história. Como nos recorda Santo Agostinho, que dizia: «Vivamos bem e os tempos serão bons! Nós somos os tempos» (Sermão 80, 8).

Obrigado, portanto, pelo que fizestes para sair dos estereótipos e dos clichés através dos quais muitas vezes lemos a vida cristã e a vida da própria Igreja. Obrigado, porque conseguistes captar o essencial daquilo que somos e transmiti-lo por todos os meios ao mundo inteiro.

Hoje, um dos desafios mais importantes é promover uma comunicação capaz de nos fazer sair da “torre de Babel” em que, por vezes, nos encontramos, sair da confusão de linguagens sem amor, muitas vezes ideológicas ou sectárias. Por isso, o vosso serviço, com as palavras que usais e o estilo que empregais, é importante. Com efeito, a comunicação não é apenas a transmissão de informações, mas a criação de uma cultura, de ambientes humanos e digitais que se tornam espaços de diálogo e de confronto de ideias. E, olhando para a evolução tecnológica, esta missão torna-se ainda mais necessária. Penso, particularmente, na inteligência artificial com o seu imenso potencial que, no entanto, exige responsabilidade e discernimento para orientar as ferramentas para o bem de todos, a fim de que possam produzir benefícios para a humanidade. E esta responsabilidade diz respeito a todos, em proporção à idade e aos papéis sociais.

Caros amigos, com o tempo aprenderemos a conhecer-nos melhor. Temos vivido – podemos dizer juntos – dias muito especiais. Partilhámo-los com todos os meios de comunicação: televisão, rádio, Internet e redes sociais. Gostaria que cada um de nós pudesse dizer que estes meios nos revelaram um pouco do mistério da nossa humanidade e que nos deixaram um desejo de amor e de paz. É por isso que vos repito hoje o convite feito pelo Papa Francisco na sua última mensagem para o próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais: desarmemos a comunicação de todos os preconceitos, rancores, fanatismos e ódios; limpemo-la da agressividade. Não precisamos de uma comunicação beligerante e musculosa, mas sim de uma comunicação capaz de escutar, de recolher a voz dos fracos que não têm voz. Desarmemos as palavras e ajudaremos a desarmar a Terra. Uma comunicação desarmada e desarmante permite-nos partilhar uma visão diferente do mundo e agir de forma coerente com a nossa dignidade humana

Vós estais na linha da frente, narrando conflitos e esperanças de paz, situações de injustiça, de pobreza, e o trabalho silencioso de tantos por um mundo melhor. É por isso que vos peço que escolhais, de forma consciente e corajosa, o caminho da comunicação da paz.

Obrigado a todos vós. Deus vos abençoe! 

domingo, 11 de maio de 2025


 OMELIA DEL SANTO PADRE

LEONE XIV

NELLA CRIPTA DELLA BASILICA DI SAN PIETRO

Domenica, 11 maggio 2025


Comincerò con una parola in inglese e poi magari un'altra in italiano.

Il Vangelo che abbiamo appena ascoltato, in questa domenica del Buon Pastore, dice: «Le mie pecore ascoltano la mia voce e io le conosco ed esse mi seguono» (Gv 10,27).

Penso al Buon Pastore, soprattutto nella domenica odierna, così significativa nel Tempo Pasquale. Mentre celebriamo l'inizio di questa nuova missione, del ministero a cui la Chiesa mi ha chiamato, non c'è esempio migliore di Gesù Cristo stesso, al quale diamo la nostra vita e da cui dipendiamo. Gesù Cristo, che seguiamo, è il Buon Pastore, ed è Colui che ci dà la vita: «la via, la verità e la vita» (Gv 14,6).

Perciò celebriamo con gioia questo giorno e apprezziamo molto la vostra presenza qui.

Oggi è la Festa della Mamma. Credo che ci sia solo una mamma presente: buona Festa della Mamma! Una delle espressioni più belle dell'amore di Dio è l'amore che viene riversato dalle mamme, soprattutto sui loro figli e nipoti.

Questa domenica è detta speciale per diversi motivi: uno dei primi che menzionerei è quello delle vocazioni. Durante i recenti lavori dei Cardinali, prima e dopo l’elezione del nuovo Papa, abbiamo parlato molto delle vocazioni nella Chiesa e di quanto sia importante che tutti noi ci interroghiamo insieme. Anzitutto e soprattutto dando il buon esempio con la nostra vita, con gioia, vivendo la gioia del Vangelo, non scoraggiando gli altri, ma cercando piuttosto modi per animare i giovani ad ascoltare la voce del Signore, a seguirla e a servire nella Chiesa. «Io sono il Buon Pastore» (Gv10,11), ci dice Gesù.

Adesso aggiungo una parola anche in italiano, perché questa missione che portiamo avanti non è più rivolta a una sola diocesi ma a tutta la Chiesa: è importante questo spirito universale. E lo troviamo anche nella prima Lettura che abbiamo ascoltato (cfr At 13,14.43-52). Paolo e Barnaba vanno ad Antiochia, vanno prima dai giudei, ma loro non vogliono ascoltare la voce del Signore, e cominciano allora ad annunciare il Vangelo a tutto il mondo, ai pagani. Partono, come sappiamo, per questa grande missione. San Paolo viene a Roma, dove alla fine lui la compie. Un altro esempio di testimonianza di un buon pastore. Ma in quell’esempio c’è anche un invito molto speciale a tutti noi. Lo dico anche in una maniera molto personale; annunciare il Vangelo a tutto il mondo.

Coraggio! Senza paura! Tante volte Gesù dice nel Vangelo: “Non abbiate paura!”. Bisogna essere coraggiosi nella testimonianza che diamo, con la parola e soprattutto con la vita: dando la vita, servendo, qualche volta con grandi sacrifici, per vivere proprio questa missione.

Ho letto una piccola riflessione che mi fa pensare molto, perché anche nel Vangelo viene fuori. In questo senso, qualcuno ha domandato: “Quando tu pensi alla tua vita, come spieghi dove sei arrivato?”. La risposta che danno in questa riflessione in un certo senso è anche la mia: con il verbo “ascoltare”. Quanto è importante ascoltare! Gesù dice: «Le mie pecore ascoltano la mia voce» (Gv 10,27). E penso che sia importante che tutti noi impariamo sempre di più ad ascoltare, per entrare in dialogo. Anzitutto con il Signore: ascoltare sempre la Parola di Dio. Poi anche ascoltare gli altri: sapere costruire i ponti, sapere ascoltare per non giudicare, non chiudere le porte, pensando che noi abbiamo tutta la verità e nessun altro può dirci niente. È molto importante ascoltare la voce del Signore, ascoltarci, in questo dialogo, e vedere verso dove il Signore ci sta chiamando.

Camminiamo insieme nella Chiesa, chiediamo al Signore che ci dia questa grazia: di poter ascoltare la sua Parola per servire tutto il suo popolo.

PAPA LEÃO XIV

REGINA CAELI

Balcão central da Basílica de São Pedro

Domingo, 11 de maio de 2025

Caros irmãos e irmãs: Bom Domingo!

Considero um dom de Deus que o primeiro Domingo do meu serviço como Bispo de Roma seja o Domingo do Bom Pastor, o quarto Domingo do Tempo Pascal. Neste Domingo, proclamamos sempre na Missa uma passagem do capítulo décimo do Evangelho de João, na qual Jesus se revela como o verdadeiro Pastor, que conhece e ama as suas ovelhas e dá a vida por elas.

Neste domingo é celebrado, há sessenta e dois anos, o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Além disso, Roma acolhe hoje o Jubileu das Bandas e do Espetáculo Popular. Saúdo com afeto todos estes peregrinos e agradeço-lhes porque, com a sua música e as suas apresentações artísticas, alegram a festa de Cristo Bom Pastor: sim, é Ele que guia a Igreja com o seu Espírito Santo.

Jesus afirma no Evangelho que conhece as suas ovelhas e que elas escutam a sua voz e O seguem (cf. Jo 10, 27). Com efeito, como ensina o Papa São Gregório Magno, as pessoas «correspondem ao amor daquele que as ama» (Homilia 14, 3-6).

Hoje, portanto, irmãos e irmãs, tenho a alegria de rezar convosco e com todo o Povo de Deus pelas vocações, especialmente pelas vocações sacerdotais e religiosas. A Igreja tem grande necessidade delas! E é importante que os jovens e as jovens encontrem, nas nossas comunidades, acolhimento, escuta e encorajamento no seu caminho vocacional, e que possam contar com modelos críveis de dedicação generosa a Deus e aos irmãos.

Façamos nosso o convite que o Papa Francisco nos deixou na sua Mensagem para o dia de hoje: o convite a acolher e acompanhar os jovens. E peçamos ao nosso Pai celeste que sejamos uns para os outros, cada um segundo a sua condição, pastores «segundo o seu coração» (cf. Jr 3,15), capazes de se ajudarem mutuamente a caminhar no amor e na verdade. E aos jovens eu digo: Não tenhais medo! Aceitai o convite da Igreja e de Cristo Senhor.

Que a Virgem Maria, cuja vida inteira foi uma resposta ao chamamento do Senhor, nos acompanhe sempre no seguimento de Jesus.

sexta-feira, 9 de maio de 2025

SANTA MISSA PRO ECCLESIA CELEBRADA PELO ROMANO PONTÍFICE COM OS CARDEAIS ELEITORES

HOMILIA DO 

PAPA LEÃO XIV

Capela Sistina
Sexta-feira, 9 de maio de 2025

Começarei com uma palavra em inglês. O resto será em italiano.

Porém, desejo repetir as palavras do Salmo Responsorial: “Cantai ao Senhor um cântico novo, pelas maravilhas que Ele operou”.

E, na verdade, não só comigo, mas com todos nós. Caros irmãos Cardeais, enquanto celebramos nesta manhã, convido-vos a reconhecer as maravilhas que o Senhor fez, as bênçãos que o Senhor continua a derramar a todos nós através do Ministério de Pedro.

Vós chamastes-me a carregar esta cruz e a ser abençoado com esta missão, e eu sei que posso contar com todos e cada um de vós para caminhardes comigo, enquanto como Igreja, como comunidade de amigos de Jesus e como fiéis continuamos a anunciar a Boa Nova, a anunciar o Evangelho.

[A partir daqui, continua em italiano]

«Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo» (Mt 16, 16). Com estas palavras, Pedro, interrogado juntamente com os outros discípulos pelo Mestre, sobre a sua fé n’Ele, expressa em síntese o tesouro que a Igreja, através da sucessão apostólica, guarda, aprofunda e transmite há dois mil anos.

Jesus é o Messias, o Filho do Deus vivo, ou seja, o único Salvador, que revela o rosto do Pai.

N’Ele, para se tornar próximo e acessível aos homens, Deus revelou-se nos olhos confiantes de uma criança, na mente viva de um jovem, na fisionomia madura de um homem (cf. Conc. Vat. II, Const. Past. Gaudium et spes, 22), até aparecer aos seus, após a ressurreição, com o seu corpo glorioso. Mostrou-nos assim um modelo de humanidade santa que todos podemos imitar, juntamente com a promessa de um destino eterno, que ultrapassa todos os nossos limites e capacidades.

Na sua resposta, Pedro compreende ambas as coisas: o dom de Deus e o caminho a percorrer para se deixar transformar, dimensões inseparáveis da salvação, confiadas à Igreja para que as anuncie a bem da humanidade. Confiadas a nós, escolhidos por Ele antes de sermos formados no ventre materno (cf. Jr 1, 5), regenerados na água do Batismo e, apesar dos nossos limites e sem mérito nosso, conduzidos até aqui e daqui enviados, para que o Evangelho seja anunciado a toda a criatura (cf. Mc 16, 15).

E Deus, de modo particular, chamando-me através do vosso voto a suceder ao Primeiro dos Apóstolos, confia-me este tesouro para que, com a sua ajuda, eu seja seu fiel administrador (cf. 1 Cor 4, 2) em benefício de todo o Corpo místico da Igreja; para que ela seja cada vez mais cidade colocada sobre o monte (cf. Ap 21, 10), arca de salvação que navega sobre as ondas da história, farol que ilumina as noites do mundo. E isto não tanto pela magnificência das suas estruturas e pela grandiosidade dos seus edifícios – como estes monumentos em que nos encontramos – mas pela santidade dos seus membros, do povo que Deus adquiriu, a fim de proclamar as maravilhas daquele que o chamou das trevas para a sua luz admirável (cf. 1 Pe 2, 9).

No entanto, antes do diálogo em que Pedro faz a sua profissão de fé, há uma outra pergunta: «Quem dizem os homens», interpela Jesus «que é o Filho do Homem?» (Mt 16, 13). Não se trata de uma pergunta banal, diz antes respeito a um aspecto importante do nosso ministério: a realidade em que vivemos, com os seus limites e potencialidades, as suas interrogações e convicções.

«Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?» (Mt 16, 13). Pensando nesta cena, refletindo sobre ela, poderíamos encontrar duas possíveis respostas a esta pergunta e traçar outras tantas atitudes.

Em primeiro lugar, há a resposta do mundo. Mateus sublinha que o diálogo entre Jesus e os seus sobre a identidade d’Ele tem lugar na belíssima cidade de Cesareia de Filipe, cheia de palácios luxuosos, inserida numa paisagem natural encantadora, no sopé do Hermon, mas também sede de círculos de poder cruéis e palco de traições e infidelidades. Esta imagem fala-nos de um mundo que considera Jesus uma pessoa totalmente desprovida de importância, quando muito uma personagem curiosa, capaz de suscitar admiração com a sua maneira invulgar de falar e agir. Por isso, quando a sua presença se tornará incómoda, devido aos pedidos de honestidade e às exigências morais que invoca, este “mundo” não hesitará em rejeitá-lo e eliminá-lo.

Depois, há uma outra possível resposta à pergunta de Jesus: a das pessoas comuns. Para elas, o Nazareno não é um “charlatão”: é um homem justo, corajoso, que fala bem e que diz coisas certas, como outros grandes profetas da história de Israel. Por isso, seguem-no, pelo menos enquanto podem fazê-lo sem demasiados riscos ou inconvenientes. Porém, porque essas pessoas o consideram apenas um homem, no momento do perigo, durante a Paixão, também elas o abandonam e vão embora, desiludidas.

Impressiona a atualidade destas duas atitudes. Com efeito, elas encarnam ideias que poderíamos facilmente reencontrar – talvez expressas com uma linguagem diferente, mas essencialmente idênticas – nos lábios de muitos homens e mulheres do nosso tempo.

Ainda hoje não faltam contextos em que a fé cristã é considerada uma coisa absurda, para pessoas fracas e pouco inteligentes; contextos em que em vez dela se preferem outras seguranças, como a tecnologia, o dinheiro, o sucesso, o poder e o prazer.

São ambientes onde não é fácil testemunhar nem anunciar o Evangelho, e onde quem acredita se vê ridicularizado, contrastado, desprezado, ou, quando muito, suportado e digno de pena. No entanto, precisamente por isso, são lugares onde a missão se torna urgente, porque a falta de fé, muitas vezes, traz consigo dramas como a perda do sentido da vida, o esquecimento da misericórdia, a violação – sob as mais dramáticas formas – da dignidade da pessoa, a crise da família e tantas outras feridas das quais a nossa sociedade sofre, e não pouco.

Ainda hoje, não faltam contextos nos quais Jesus, embora apreciado como homem, é simplesmente reduzido a uma espécie de líder carismático ou super-homem, e isto não apenas entre os não crentes, mas também entre muitos batizados, que acabam por viver, a este nível, num ateísmo prático.

Este é o mundo que nos está confiado e no qual, como tantas vezes nos ensinou o Papa Francisco, somos chamados a testemunhar a alegria da fé em Cristo Salvador. Por isso, também para nós, é essencial repetir: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo» (Mt 16, 16).

É essencial fazê-lo, primeiramente, na nossa relação pessoal com Ele, no empenho em percorrer um caminho quotidiano de conversão. Mas depois também, como Igreja, vivendo juntos a nossa pertença ao Senhor e levando a todos a sua Boa Nova (cf. Conc. Vat. II, Const. Dogm. Lumen gentium, 1).

Digo isto, em primeiro lugar, para mim mesmo, como Sucessor de Pedro, ao iniciar esta minha missão de Bispo da Igreja que está em Roma, chamada a presidir na caridade à Igreja universal, segundo a célebre expressão de Santo Inácio de Antioquia (cf. Carta aos Romanos, Proémio). Ele, enquanto era conduzido como prisioneiro a esta cidade, lugar do seu iminente sacrifício, escrevia aos cristãos que aqui se encontravam: «Então serei verdadeiro discípulo de Jesus, quando o meu corpo for subtraído à vista do mundo» (Carta aos Romanos, IV, 1). Referia-se ao ser devorado pelas feras no circo – como aconteceu –; porém, as suas palavras recordam, num sentido mais amplo, um compromisso irrenunciável para quem, na Igreja, exerce um ministério de autoridade: desaparecer para que Cristo permaneça, fazer-se pequeno para que Ele seja conhecido e glorificado (cf. Jo 3, 30), gastar-se até ao limite para que a ninguém falte a oportunidade de O conhecer e amar.

Que Deus me dê esta graça, hoje e sempre, com a ajuda da terna intercessão de Maria, Mãe da Igreja.

quinta-feira, 8 de maio de 2025

 Discurso completo

do

Papa Leão XIV

(Tradução livre, não oficial)

"Que a paz esteja convosco!

Irmãos, irmãs caríssimos, esta é a primeira saudação de Cristo ressuscitado, o bom pastor, que deu a vida pelo rebanho de Deus.

Também eu gostaria que esta saudação, de paz, entrasse no vosso coração, alcançasse as vossas famílias, a todas as pessoas.

Onde quer que estejam, a todos os povos, a toda a terra, a paz esteja convosco.

Esta é a paz de Cristo ressuscitado, uma paz desarmada, uma paz desarmadora, humilde e perseverante, que provém de Deus.

Deus que nos ama a todos, incondicionalmente. Ainda conservamos em nossos ouvidos aquela voz frágil, mas sempre corajosa do papa Francisco, que abençoava Roma.

O papa que abençoava Roma, dava a sua bênção ao mundo inteiro naquela manhã do dia de Páscoa. Permitam-me dar sequência àquela mesma bênção: Deus nos quer bem, Deus nos ama a todos.

O mal não prevalecerá. Estamos todos nas mãos de Deus. Portanto, sem medo, unidos, mão na mão com Deus e entre nós, sigamos adiante. Somos discípulos de Cristo. Cristo nos precede. O mundo precisa da sua luz.

A humanidade necessita de pontes para que sejam alcançadas por Deus e ao mundo. Ajudai-nos também vós, unam-se aos outros, a construir pontes, com o diálogo, com o encontro, unindo-nos todos para sermos um só povo, sempre, em paz.

Obrigado, papa Francisco.

Gostaria de agradecer a todos os irmãos cardeais que me escolheram para ser sucessor de Pedro, e caminharei junto a vós, como Igreja unida, buscando sempre a paz, a justiça, buscando sempre trabalhar como homens e mulheres fiéis a Jesus Cristo.

Sem medo, para proclamar o Evangelho. Para sermos missionários.

Sou um filho de Santo Agostinho, agostiniano, que disse: “Convosco sou cristão, e para vós bispo”. Nesse sentido, podemos todos caminhar juntos rumo a essa pátria, que Deus nos preparou.

À Igreja de Roma, uma saudação especial. Devemos buscar juntos como ser igreja missionária, uma igreja que constrói pontes, que dialoga, sempre aberta a receber, como esta praça de braços abertos, a todos, todos aqueles que precisam da nossa caridade, da nossa presença, do diálogo, de amor.

E se me permitem também uma palavra: [em espanhol] a todos aqueles, de modo particular, à minha querida diocese de Chiclayo no Peru, onde um povo fiel acompanhou o seu bispo, compartilhou a sua fé e deu tanto a mim para seguir sendo igreja fiel de Jesus Cristo.

A todos vós irmãos e irmãs, de Roma, da Itália e do mundo inteiro, queremos ser uma Igreja sinodal, uma Igreja que caminha, que busca sempre a paz, que busca sempre a caridade e busca sempre estar próxima, especialmente daqueles que sofrem.

O dia da súplica a Nossa Senhora de Pompeia, nossa mãe Maria quer sempre caminhar connosco, estar próxima, ajudar-nos com a sua interseção e seu amor.

Agora gostaria de rezar junto convosco, rezemos juntos por essa nova missão, por toda a Igreja, pela paz no mundo. Peçamos essa graça especial a Maria, nossa mãe.”

quinta-feira, 1 de maio de 2025


MAIO

Mês de Maria de 2025

Até à eleição do novo Sucessor de Pedro, depois da saudação inicial reza-se a oração que segue:

ORAÇÃO PELO PAPA E PELO PRÓXIMO CONCLAVE

Deus Eterno e Omnipotente,

Pai, Filho e Espírito Santo,

que nos criastes à Vossa Imagem e semelhança

e de quem somos morada de eleição.

Nós Vos damos graças pelo serviço

que o Vosso Servo, o Papa Francisco, prestou à Vossa Igreja.

Nós Vos pedimos pelo seu eterno descanso.

Nós vos pedimos, Deus Uno e Trino,

pelo próximo Conclave.

Assisti o colégio de Cardeais,

tornai-os dóceis aos vossos apelos,

iluminai o seu discernimento,

ajudai-os a identificar “o doce Cristo sobre a terra”

que Vós escolhestes e destinastes

para orientar os destinos da Vossa Igreja

rumo à fidelidade e radicalidade evangélicas,

rumo à pátria celeste.

Isto Vo-l’O pedimos, por Maria, Vossa Filha, Mãe e Esposa.

Ámen.

 

No final da recitação do Santo Terço, depois da Salvé Rainha e porque estamos no Tempo Pascal, reza-se:

Rainha do Céu, alegrai-Vos, Aleluia,

porque Aquele que trouxestes em vosso ventre, Aleluia,

ressuscitou como disse. Aleluia.

Rogai por nós a Deus. Aleluia.

 

01 – 5ª feira: São José Operário (MF)

MISTÉRIOS DA LUZ (Luminosos)

 

No 1º Mistério Luminoso contemplamos:

O Baptismo de Jesus

 Texto:

“Uma vez baptizado, Jesus saiu da água e eis que o Céu se abriu e viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e vir sobre Ele. E uma voz vinda do Céu dizia: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus o meu encanto»”.[1]

Prece:

Senhor nosso Deus, nós vos pedimos, por todos os Baptizados, que se deixem apaixonar pela mensagem e pessoa de Jesus Cristo, amem a Igreja, nela e em comunhão com ela, sejam conduzidos pelo Espírito Santo e cresçam na configuração à Vontade de Deus.

 

No 2º Mistério Luminoso contemplamos:

A Revelação de Jesus nas Bodas de Caná

Texto Bíblico

“… Sua mãe disse aos servidores «Fazei o que Ele vos disser» (…) Disse-lhes Jesus «Enchei de água essas talhas» (…) Disse-lhes depois: «Tirai agora e levai ao chefe da mesa». Assim fizeram. O chefe da mesa, depois de provar a água transformada em vinho, (…) chamou o noivo, e disse-lhe: «Toda a gente serve primeiro o vinho bom, e, quando os convidados tiverem bebido bem, serve então o pior. Tu, porém, guardaste o vinho bom até agora».[2]

Prece:

Senhor nosso Deus, nós vos pedimos, por todas as famílias do mundo, da nossa arquidiocese e da nossa paróquia, para que se tornem naquilo que é o projecto de Deus para elas, sejam espaço de amor fraterno, generoso e desinteressado, berço de vida e perdão, de hospitalidade e vocações e manifestem, pelo seu testemunho, o vosso amor pela Santa Igreja.

 

No 3º Mistério Luminoso contemplamos:

O ANUNCIO do Reino de Deus

e O CONVITE À CONVERSÃO

Texto Bíblico

“… Jesus foi para a Galileia, e proclamava o Evangelho de Deus, dizendo: «Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo: arrependei-vos e acreditai no Evangelho»”[3]

Prece:

Senhor nosso Deus, nós vos pedimos, por todos os homens e mulheres do mundo inteiro, para que acolham generosamente o convite do Vosso Filho Jesus à conversão, se despojem das obras das trevas e revistam das armas da Luz.

No 4º Mistério Luminoso contemplamos:

A Transfiguração de Jesus

Texto Bíblico

“Enquanto orava, o aspecto do seu rosto modificou-se, e as suas vestes tornaram-se de uma brancura fulgurante. E dois homens conversavam com Ele: Moisés e Elias, os quais apareciam rodeados de glória, falavam da sua morte, que ia acontecer em Jerusalém. Pedro e os companheiros viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com Ele. Surgiu uma nuvem que os cobriu e, quando entraram na nuvem, ficaram atemorizados. E da nuvem veio uma voz que disse: «Este é o meu Filho predilecto, escutai-o».”[4]

Prece:

Senhor nosso Deus, nós vos pedimos, por todos os homens e mulheres do mundo inteiro, para que contemplando o Rosto de Cristo Transfigurado, se tornem cada vez mais semelhantes a Ele e conformes à Vossa Vontade.

 

No 5º Mistério Luminoso contemplamos:

A Instituição da Eucaristia

Texto Bíblico

“Enquanto comiam, tomou um pão e, depois de pronunciar a bênção, partiu-o e entregou-o aos discípulos dizendo: «Tomai: isto é o meu corpo.» Depois, tomou o cálice, deu graças e entregou-lho dizendo: «Isto é o meu sangue da aliança, que vai ser derramado por todos. Em verdade vos digo: não voltarei a beber do fruto da videira até ao dia em que o beba, novo, no Reino de Deus.»”[5]

Prece:

Senhor nosso Deus, nós vos pedimos, concedei-nos a graça de cada vez mais conhecer e amar a Eucaristia. E à Igreja, vocações sacerdotais que mantenham viva a fé e conservem a grata memória de Jesus pela pregação da Sua Palavra e pela administração dos Sacramentos.



[1] Mt 3, 16.17

[2] Cf. Jo 2, 5-12

[3] Mc 1, 14.15

[4] cf. Lc 9, 29.35

[5] cf. Mc 14, 22-25