segunda-feira, 10 de junho de 2013


“A ORAÇÃO é este acto essencial 
onde o próprio Deus opera em nós, 
sem que nos demos conta, 
a mudança, a renovação e o crescimento da alma.”

Père Matta El-Maskîne, “L’expérience de Dieu dans la vie de prière” (Prólogo), Abbaye Bellefontaine, Bégrolles-en-Mauges, 1997, pág. 11.

sábado, 1 de junho de 2013

PALAVRA DE VIDA
Junho de 2013
Chiara Lubich

«Se, fazendo o bem, sofreis com paciência, 
isso é uma coisa meritória diante de Deus» 
(1 Pe 2, 20).
O apóstolo Pedro está a explicar às suas comunidades o espírito genuíno do Evangelho nas suas aplicações concretas, referindo-se de modo particular à condição e ao estado de vida em que cada pessoa se encontra.
Neste trecho dirige-se aos escravos que se converteram à fé, os quais, como todos os escravos na sociedade de então, sofriam incompreensões e maus-tratos, totalmente injustos. Generalizando, estas palavras são dirigidas a todas as pessoas que, em qualquer tempo e lugar, sofrem incompreensões e injustiças por parte dos seus próximos, quer eles sejam seus superiores ou iguais.
«Se, fazendo o bem, sofreis com paciência, 
isso é uma coisa meritória diante de Deus» 
(1 Pe 2, 20).
A essas pessoas o apóstolo recomenda que não cedam à reação instintiva que poderia surgir nestas circunstâncias, mas que imitem o comportamento assumido por Jesus. Exorta-as, aliás, a responder com o amor, vendo também nestas dificuldades e incompreensões uma graça, ou seja, uma ocasião permitida por Deus para dar provas do verdadeiro espírito cristão. Além disso, deste modo poderão conduzir para Cristo, com o amor, também aqueles que lhes fazem mal.
«Se, fazendo o bem, sofreis com paciência, 
isso é uma coisa meritória diante de Deus» 
(1 Pe 2, 20).
Baseando-se nestas palavras ou noutras semelhantes, há quem acuse o cristianismo de favorecer um excessivo conformismo, que faz adormecer as consciências, tornando-as menos ativas na luta contra as injustiças.
Mas não é assim. Se Jesus nos pede para amarmos até aqueles que não nos compreendem e nos maltratam, não é porque queira que nos tornemos insensíveis às injustiças. Muito pelo contrário! É porque nos quer ensinar como construir uma sociedade realmente justa. Podemos fazê-lo difundindo o espírito do verdadeiro amor, sendo nós os primeiros a amar, a ter a iniciativa.
«Se, fazendo o bem, sofreis com paciência, 
isso é uma coisa meritória diante de Deus» 
(1 Pe 2, 20).
Como viver, então, a Palavra de Vida deste mês?
As formas, através das quais também nós hoje podemos ser incompreendidos e maltratados, são muitas. Vão das indelicadezas e descortesias, aos juízos negativos, às ingratidões, às ofensas, às verdadeiras injustiças.
Pois bem: também em todas estas ocasiões nós devemos dar testemunho do amor, daquele amor para com todos que Jesus trouxe à Terra. Portanto, do amor até para com aqueles que nos tratam mal.
A Palavra deste mês pede que, embora defendamos legitimamente a justiça e a verdade, jamais nos esqueçamos de que o nosso primeiro dever como cristãos é amar os outros, ou seja, ter para com eles aquela disposição nova, feita de compreensão, de acolhimento e de misericórdia, que Jesus teve para conosco. Desta maneira, mesmo que defendamos as nossas ideias, nunca podemos quebrar o bom relacionamento, nunca podemos ceder à tentação do ressentimento ou da vingança.
E, fazendo assim, seremos instrumentos do amor de Jesus, e seremos capazes de conduzir o nosso próximo para Deus.
Palavra de Vida publicada em Città Nuova, 1990/8, p. 9.